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Na seleção, lateral ex-Corinthians diz: 'Sempre fui patinho feio na base'

Do UOL, em Montevidéu

15/10/2023 19h14

O cenário atual de estar prestes a estrear pela seleção brasileira é um contraste e tanto para o lateral-esquerdo Carlos Augusto. Ele mesmo lembra como era visto na base do Corinthians: um patinho feio.

Mas o desenvolvimento no futebol italiano — primeiro no Monza e agora na Inter de Milão — faz com que a chance no jogo contra o Uruguai, terça-feira (17) seja uma realidade tão próxima.

"Sempre fui patinho feio na base. Até fiquei trocando de posições, atacante, meia, zagueiro, fiz tudo. Quando venho ao lado desses jogadores, penso que foi aprendizado. Foi até bom para crescer como pessoa. Só agradeço por ter passado por esses momentos", comentou o lateral, de 24 anos, que ganhou o lugar de Guilherme Arana em relação ao empate com a Venezuela.

Rejeição ao chamado da seleção italiana. "Fui chamado, mas nem pensei na hipótese de aceitar. É mais pelo coração, cresci no Brasil. Não me via como italiano, então, até por respeito, não aceitei".

Apelido de Lugano quando era criança. "O apelido foi de criança, na escolinha do Corinthians, por parecer com ele na aparência, não no futebol. Ainda me chamam assim na cidade, mas não ligo para essas questões".

Outras respostas de Carlos Augusto

Referência da posição

"Eu vi mais de perto, não tão criança, o Marcelo, mas são características muito diferentes. Sou mais físico e de imposição, ele com mais qualidade. Não vou falar que sempre quis ser lateral, mas foi o que deu certo, né? Então vou continuar assim".

Evolução desde a saída do Corinthians

"Minha transição para o futebol italiano foi essencial. Não tive sequência grande no Corinthians, ir para lá me ajudou a pegar confiança, crescer como pessoa também, entender o futebol italiano que é tático. Falavam que eu era defensivo no Brasil, na Itália falam que sou ofensivo. Pretendo trabalhar as duas partes para ser o mais completo possível".

Time titular - frio na barriga

"Dá, mas também dá mais vontade. É um sonho jogar pela seleção. Se eu tiver essa oportunidade, vou fazer o melhor para agarrar".

Principal adversário das Eliminatórias até agora

"Como a gente viu, não existe mais time bobo nas Eliminatórias. Uruguai tem grande história, grandes jogadores. Temos que estar preparados para entrar focado. Vai ser difícil, ainda mais na casa dele. Temos que estar concentrados".

Sequência no Monza e processo de evolução

"Fui pegar sequência nas últimas partidas pelo Corinthians, joguei 10 partidas seguidas e fui embora. Tava pegando boa sequência, confiança, poderia fazer boa sequência no Corinthians. Achei que era momento de ir para a Europa, era meu sonho. Foi a decisão certa e, querendo ou não, fiz escolha arriscada na Série B da Itália, mas não foi errado. Aprendi sobre o futebol italiano, aprendi taticamente, peguei confiança no campeonato. Cresci como jogador".

Maturidade e jogo da vida

"Não posso negar a ansiedade, sempre vai ter. Tenho até hoje, jogos importantes, mudança de time. Mas em campo, depois do que o juiz apita, se esquece tudo de fora e se concentra. É fazer bem a semana e estar preparado para a oportunidade. Quando ter ela, agarrar e dar o seu melhor".

Titular mesmo?

"A gente ainda tem amanhã, são 20, 22 jogadores de qualidade. Pode mudar bastante coisa. Mas se eu tiver oportunidade, vou dar o meu melhor para ajudar meus companheiros ao máximo".

O que observou da Venezuela?

"Meu papel dentro de campo é passar confiança aos companheiros, que podem contar comigo. Tenho jogadores extraordinários do meu lado. Por tê-los ao meu lado, é fazer o simples, dar a bola para eles pois sei que resolvem. Quero ajudá-los em campo".

Conversa com Arana

"Converso com todos, tento ter o máximo de aprendizado. Conheço o Arana do Corinthians, sabemos da concorrência e aceitamos de boa. Todos trabalham pelo bem da seleção. A resenha eu tenho com ele como tenho com todo mundo".

Primeiros dias na seleção e trote

"Nesse sentido de as coisas serem muito rápidos, foi literalmente assim. Mudança de time e vinda para cá. Todos me abraçaram, é um grupo extraordinário. Capitães vieram falar comigo, todos do grupo, estafe. Mais fácil jogar num estádio cheio do que subir naquela cadeira para cantar. Falei bem até, mas gaguejei na hora da música. Ali fico mais nervoso que no estádio lotado. A música foi melhor eu ir. Sou bom em cantar, não".

Notícia da convocação

"Como já tinha saído a convocação, eu não estava esperando. Estava no jantar da concentração, Inzaghi me chamou de lado e me avisou. Perguntei se era verdade mesmo, todos bateram palma e eu vi as notícias. Liguei para a minha família no Brasil, vi que choravam de felicidade. Foi o momento de maior emoção para mim".

Irregularidade do Uruguai e aposta no jogo contra o Brasil

"Independentemente do que as outras equipes passam, contra o Brasil dão o melhor delas. Temos que estar preparados apesar da irregularidade. Sempre dão o máximo e temos que dar nosso máximo para sairmos vitoriosos".

Processo natural jogar a Copa - nos outros países a cultura é diferente - importância das Eliminatórias

"Além do individual, é importante para o grupo se conhecer. Brasil tem muitos jogadores de qualidade. Se conhecer, ter entrosamento para individualmente cada um dar seu melhor. Cada um precisa aproveitar a oportunidade para dar o seu melhor".

Laterais defensivos na Itália x ofensividade das laterais do Brasil

"É um estilo diferente, gosto bastante de estar com a bola e marcar pressão. Na Itália é defensivo, mas jogo meio como ala, num 3-5-2, praticamente na linha dos atacantes. Tenho que fazer as duas muito bem, ofensivamente e defensivamente. A diferença é a linha de quatro contra a linha de cinco, tem que fechar bem a linha. Mas acho que isso não será um problema".

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