Milly: Neymar é um caso perdido, por mais que seja tecnicamente assombroso

Milly Lacombe afirmou no Cartão Vermelho que Neymar virou um "caso perdido", ainda que seu talento seja único no futebol. Na visão da colunista do UOL, o craque brasileiro não se tornou o que se esperava dele, nem dentro nem fora de campo.

'Neymar é um caso perdido': "Eu posso me ferrar muito dizendo isso, mas para mim o Neymar é um caso perdido. A gente precisa avaliar não só ele como jogador, mas no caso dele como pessoa humana também, porque as coisas estão interligadas. O que o José Carlos Araújo, grande Garotinho, que está no jornalismo há 60 anos, falou a respeito do que o Neymar fez na saída do jogo contra a Venezuela, que gritou, que xingou, que falou que as coisas tem que ser assim e assado. Hoje também eu já li o João Cozac dizendo que o Neymar talvez seja quem não queira um psicólogo na seleção, é indefensável, por mais que ele seja tecnicamente assombroso, e ele é. A primeira vez que eu vi o Neymar jogar na Copinha eu chorei, eu chorei de verdade na cabine, porque eu sabia que estava diante de algo da dimensão do sagrado, mas a vida não fez com que fosse assim".

'Esse Neymar fora do campo foi forjado pelo outro Neymar': "Para falar do Neymar, ele carrega um Junior na camisa,tem um Neymar antes dele. Se ele não quisesse dizer que existe outro Neymar, ele tiraria o Junior, porque Neymar só tem um, mas não, está lá, ele é o Junior, ainda é o que obedece, ele ainda é o filhinho, então temos que falar também do outro. Esse Neymar que a gente conhece fora do campo é um Neymar forjado pelo outro Neymar, e não é legal, não deu certo. Eu vi o documentário dele, 'Caos Perfeito', existe ali obviamente um ser humano, ele é doce com o filho, ele parece ser um pai carinhoso, ele assumiu a paternidade, é dever, mas nesse Brasil com 15 milhões de crianças sem nome do pai, a gente precisa falar. Então, tem uma série de coisas a respeito do Neymar que você quer se conectar, porque ele poderia ser o grande cara do futebol mundial, ao lado do Messi, talvez, mas não foi. Então, tem também uma frustração nossa, a gente avalia também pelo que ele poderia ter sido, a gente usa essa régua".

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