PVC e Julio Gomes concordam: Neymar inibe outros jogadores na seleção

Os colunistas Julio Gomes e Paulo Vinícius Coelho analisaram no De Primeira que a presença de Neymar hoje inibe o crescimento de outros jogadores na seleção brasileira. Para a dupla, ninguém é imprescindível quando se trata de desenvolver coletivamente um time de futebol.

Julio Gomes: "Eu abriria mão do Neymar na seleção brasileira, mas não de forma definitiva. O Neymar é imprescindível para a seleção? A pergunta seguinte é: para quê? Para se classificar para a Copa do Mundo, não, não é imprescindível; se classificam seis seleções de dez e a sétima ainda vai à repescagem. Se o Brasil jogar com a seleção sub-20, ele vai se classificar. Ele é imprescindível para ganhar a Copa América? Não, em 2019, a única Copa América que o Brasil ganhou das últimas quatro, foi justamente quando não teve o Neymar. Ele é imprescindível para ganhar a Copa do Mundo? Opa, aí já é outra discussão, talvez não dê para ganhar uma Copa do Mundo sem o Neymar. Mas eu acho que o Neymar, a simples presença dele, é uma canalizadora de energia que faz mal para o time. A presença do Neymar não deixa outros jogadores aflorarem".

PVC: "Entendi perfeitamente o posicionamento do Fernando Diniz, só que ele se esqueceu que o Luis Enrique abriu mão, então não é verdade que nenhum técnico abriria mão do Neymar, o Luis Enrique abriu mão do Neymar. Eu acho que o Neymar não é imprescindível à seleção brasileira, não é que tem que abrir mão do Neymar, mas o Neymar não é imprescindível à seleção. À medida que a gente se convenceu nos últimos 13 anos que a seleção brasileira só tem um jogador, que é o Neymar, você inibe outras lideranças. Então, não é imprescindível, agora, ele pode jogar? Claro que pode, o Neymar é talentosíssimo. Ele não pode é jogar com o nervosismo que jogou contra a Venezuela. Por outro lado, do ponto de vista teórico, é sempre melhor fazer a transição de uma geração para outra sem ruptura".

Julio Gomes: "O Neymar é um craque, muito bom jogador, só que o time inteiro fica condicionado a ele em campo. Não acho que o Neymar seja um jogador coletivo, o Neymar tem a agenda dele, tem dia que ele joga para o time, tem dia que agrada o técnico, tem dia que está bravo com algum adversário, tem dia que está bravo com o juiz, ele tem a agenda dele em campo, não é um cara constante em termos coletivos. O Neymar em muitos momentos mais atrapalha do que ajuda e você nunca sabe quando ele vai ajudar ou atrapalhar até ele entrar em campo, ele é um pouco imprevisível nesse sentido. Eu hoje abriria mão do Neymar para o time se acostumar sem ele, potencializar outros jogadores e, quando chegar na Copa de 2026, se não machucou, está jogando bem, está bem fisicamente, jogando em alto nível, aí chama. Nesses jogos de mata só, ter um craque é fundamental".

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Opinião

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