Dinizismo tomba e Brasil vê muito mais problemas que soluções após 4 jogos
Do UOL, em Montevidéu, Rio de Janeiro e Santos
18/10/2023 04h00
O Brasil de Fernando Diniz chegou para a segunda Data Fifa deste ciclo embalado por duas vitórias, mas termina com tropeços e mais problemas que soluções.
O que aconteceu
O Dinizismo tombou nos dois últimos jogos. O Brasil empatou em 1 a 1 com a Venezuela em Cuiabá e perdeu por 2 a 0 para o Uruguai em Montevidéu.
A goleada por 5 a 1 sobre a Bolívia na estreia de Diniz empolgou e a vitória magra por 1 a 0 sobre o Peru mostrou que nem tudo estava bem. Agora, após dois tropeços, o sinal de alerta está ligado.
A seleção teve suas chances para vencer a Venezuela. Diante do Uruguai, porém, a criação foi zero. E o treinador assumiu a responsabilidade pela atuação ruim.
O que deu errado?
Os problemas começaram antes do primeiro treino. O Brasil perdeu os laterais-esquerdos Renan Lodi e Caio Henrique, o lateral-direito Vanderson e o atacante Raphinha por lesões.
Já em Cuiabá, Danilo teve problema muscular e Emerson Royal foi chamado às pressas. Nino também teve problema e acabou substituído por Adryelson.
Os desfalques defensivos fizeram a seleção promover duas estreias: Yan Couto e Carlos Augusto. A dupla não comprometeu individualmente, mas mostrou desentrosamento com Ederson, Marquinhos e Gabriel Magalhães.
Marquinhos e Gabriel Magalhães, inclusive, foram mal e falharam nos gols do Uruguai. Casemiro, responsável por proteger a defesa e estimulado a participar mais do ataque, também mostra certa dificuldade para se adaptar ao Dinizismo.
E o meio-campo?
Apostava-se muito no trio Casemiro, Bruno Guimarães e Neymar. Bruno não passou nem perto do protagonismo do Newcastle e Neymar foi discreto.
Neymar, inclusive, torceu o joelho no fim do primeiro tempo diante do Uruguai e passará por exames. No seu lugar, Diniz escolheu Gabriel Jesus como uma espécie de armador.
Jesus barrou Richarlison, mas Fernando Diniz colocou o Pombo no lugar de Neymar e recuou o atacante do Arsenal. Na prática, não deu certo. Raphael Veiga, meia de origem, só entrou nos minutos finais.
Se Neymar de fato ficar fora, abre-se uma preocupação além da camisa 9: quem seria o meia já que Diniz preferiu improvisar Gabriel Jesus a colocar Veiga ou Gerson?
Nas pontas, também há problemas, principalmente com Vini Jr. O atacante do Real Madrid admite que está devendo na seleção. Diniz esperava mais do trio Vini, Rodrygo e Neymar.
O que deu certo?
Diante das circunstâncias, Yan Couto fez duas participações positivas contra Venezuela e Uruguai e mostrou que pode brigar pela vaga de Danilo, que tem atuado como zagueiro na Juventus. Vanderson e Emerson Royal são as alternativas.
No ataque, Rodrygo foi quem mais se destacou. O atacante, apesar de não ter brilhado, mostrou que entendeu melhor o modelo e apareceu com desenvoltura em mais de um lugar do campo.
Outro fato que pode ajudar no ciclo é a variação tática utilizada por Fernando Diniz nos minutos finais em Montevidéu. O técnico recuou Casemiro para terceiro zagueiro e colocou David Neres e Guilherme Arana nas alas. O resultado se manteve, porém, o Brasil mostrou que pode ir além do tradicional 4-3-3.
E agora?
O Brasil voltará a campo para enfrentar Colômbia em Barranquilla e Argentina no Maracanã, nos dias 16 e 21 de novembro.
Fernando Diniz agora foca no Fluminense, enquanto utilizará o tempo livre para avaliar os jogadores monitorados e estudar formas de o Brasil ser mais efetivo nas Eliminatórias.
A seleção termina a quarta rodada no terceiro lugar, com sete pontos. A Argentina tem 12, com 100% de aproveitamento.