Payet ganha prestígio no time do Vasco por humildade e esforço em interagir

Ídolo do Olympique de Marseille, ex-camisa 10 da seleção francesa e recepcionado por milhares de torcedores em seu desembarque no Rio de Janeiro. Dimitri Payet chegou ao Vasco com status de popstar, mas no dia a dia do clube tem conquistado o prestígio dos companheiros com um perfil bem diferente do que os holofotes sugerem.

Há dois meses no Cruzmaltino, o meia de 36 anos tem cativado jogadores e funcionários vascaínos por sua humildade e a determinação em se adaptar o mais rapidamente possível.

Internamente, Payet é visto como um jogador simpático e muito educado e tem o hábito de cumprimentar todos os funcionários do CT Moacyr Barbosa diariamente.

Ovacionado em São Januário após seu primeiro gol pelo Vasco, que deu a vitória por 1 a 0 sobre o Fortaleza, o francês tem se esforçado para melhorar o que ainda é um obstáculo a superar: a forma física.

O UOL confirmou que Payet já perdeu percentual de gordura desde sua chegada ao clube e ganhou massa muscular, embora o Cruzmaltino não forneça os dados. Nos bastidores, tem sido elogiado por estar "focado".

Comemoração foi brincadeira com Alex Teixeira

Payet comemora vitória do Vasco sobre o Fortaleza com os jovens Praxedes (c) e Marlon Gomes (d)
Payet comemora vitória do Vasco sobre o Fortaleza com os jovens Praxedes (c) e Marlon Gomes (d) Imagem: Matheus Lima / Vasco

A questão da comunicação ainda é uma dificuldade, mas longe de deixar o jogador tímido e deslocado no dia a dia. Pelo contrário, Payet tem se esforçado em aprender o português, arrisca já algumas palavras e, quando não sabe algo, tenta no inglês ou não se furta em utilizar o gestual.

Continua após a publicidade

Porém, há no grupo quem fale francês e o ajude na adaptação, casos do goleiro Léo Jardim e do zagueiro Robson, que já atuaram por Lille (FRA) e Nice (FRA), respectivamente. No departamento de futebol há também o ex-lateral direito Léo Matos, que jogou no Olympique de Marseille e é um dos que mais têm lhe dado assistência no dia a dia no Rio de Janeiro.

Mas mesmo os que não sabem falar francês já se comunicam e brincam com Payet na "linguagem universal da bola". Um deles é Alex Teixeira, o homenageado na comemoração do meia em seu primeiro gol pelo Vasco.

Durante a semana, Teixeira havia deixado o bigode, algo que gerou brincadeiras por parte de Payet. Depois de balançar a rede do Fortaleza, ele correu em direção ao banco de reservas vascaíno com o dedo sobre a boca, imitando o estilo do companheiro, que sorriu e lhe deu um abraço.

O Payet é uma referência dentro e fora de campo. Eu admiro muito quando a pessoa é humana, e o Payet é humano demais. A gente aprende todo dia com ele. Pode ver que quando ele faz o gol, ele corre, vai abraçar o Teixeira, e naturalmente todo mundo vai abraçar ele. Isso mostra que o cara é querido pelo grupo. Um cara que veio para somar, não tem vaidade alguma. Ele é um cara extraordinário. Todo mundo que está aqui dentro pode confirmar que o que estou falando é verdade

Léo, zagueiro e um dos capitães do Vasco

Os mais jovens também gostam de Payet. Marlon Gomes e Praxedes, por exemplo, fizeram questão de chamá-lo após o jogo para um abraço coletivo e já o ensinaram a falar a frase "aqui é Vasco".

Continua após a publicidade

Ele é um cara que dispensa comentários com a carreira dele, mas trabalha muito também, um cara muito de grupo. Todo mundo acolheu ele muito bem, assim como ele também acolheu todo mundo. A gente respeita ele e ele nos respeita. Por mais que tenha um pouco dessa dificuldade na comunicação, é um cara que está sempre rindo, amigo de todo mundo. Eu fico muito feliz dele poder ter feito gol hoje. Todo mundo comemorou e abraçou ele ali
Praxedes, meia do Vasco

Deixe seu comentário

Só para assinantes