Claus acertou ao não dar acréscimos no Choque-Rei? Ex-árbitros divergem

Com 5 a 0 a favor do Palmeiras no clássico contra o São Paulo, disputado ontem (26), no Allianz Parque, Raphael Claus encerrou o jogo sem dar acréscimos no segundo tempo. O UOL questionou três ex-árbitros a respeito da decisão tomada em comparação ao que diz a regra.

O que eles disseram?

João Paulo Araújo: "Os acréscimos dos jogos ficam a critério dos árbitros. Não existe uma convenção que diz que tem que ter quatro minutos ou três. O que existe é que o árbitro tem que acrescentar o tempo que o jogo ficou parado. Agora, em um jogo que está 5 a 0, não tem mais condições da outra equipe fazer cinco gols para empatar o jogo em um tempo muito pequeno, em cinco minutos [de acréscimos], por exemplo. Ter, até tem como, mas é muito difícil. Então, um jogo que já está com um placar elástico, não tem porque o árbitro ficar estendendo. Pode ser que um jogador se contunda nesse momento, algo mais sério. Ele pode tirar um jogador de atividade por vários meses. Para quê arrumar confusão para ele mesmo ou para os jogadores? O árbitro acrescenta os minutos que o jogo ficou parado quando o resultado pode ser mudado, pode acontecer alguma coisa. Nesse caso, não ia acontecer nada. Na minha opinião, o Claus fez muito bem em terminar o tempo no prazo justo porque não prejudicou nenhuma equipe".

Alfredo Loebeling: "A regra diz que você tem que repor todo o tempo perdido. Porém, o árbitro tem que ter bom senso. Já estava um clima ruim no jogo entre São Paulo e Palmeiras. Na minha visão, ele agiu corretamente. É uma técnica que se usa para evitar problemas. O Claus não errou, pelo contrário, foi muito inteligente".

Ulisses Tavares: "Ele deveria cumprir a regra, que é para dar os acréscimos necessários, com substituições, cera de atletas, demora nas cobranças de faltas e outras coisas mais. Tudo isso independente do placar da partida. Existe falta critérios na arbitragem".

O que diz a regra?

A regra número 7 da International Football Association Board (IFAB), órgão que determina as regras do futebol, diz que "o acréscimo é concedido pelo árbitro em cada tempo de jogo por todo o tempo de jogo perdido na etapa em questão".

Os critérios que devem ser avaliados pelos árbitros para a determinação dos acréscimos são: substituições, avaliação médica/remoção de jogadores lesionados de campo, desperdício de tempo, sanções disciplinares, paradas técnicas para hidratação, atrasos por revisão de VAR, comemorações de gol e outras causas externas.

A regra, em nenhum momento, se refere à obrigação do árbitro em dar acréscimos nas partidas, mas também não diz que ele pode deixar de acrescentar tempo por alguns fatores como, por exemplo, placar elástico.

Palmeiras goleia o São Paulo

Com dois gols de Breno Lopes, dois de Piquerez e um de Marcos Rocha, o Palmeiras venceu o São Paulo por 5 a 0, em jogo válido pela 29ª rodada do Brasileirão.

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A partida, apesar da goleada, contou com duas polêmicas. Um pênalti que originou um gol Palmeiras e a expulsão de Rafinha. O UOL ouviu os ex-árbitros sobre os lances.

Com o resultado, o Palmeiras chegou aos 50 pontos e ocupa o 3° lugar na tabela de classificação. O São Paulo, por sua vez, tem 38 e está no 10° lugar.

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