Igor Gomes explica por que o Atlético-MG demorou para engrenar com Felipão
Colaboração para o UOL, em Aracaju
27/10/2023 14h04
Um dos destaques da reação do Atlético-MG no Brasileirão, o meio-campista Igor Gomes explicou em entrevista ao De Primeira por que o Galo demorou para engrenar com Felipão. Segundo ele, o time sofreu com a troca de Eduardo Coudet para o técnico do penta.
Igor Gomes falou sobre o dia a dia com Felipão, destacou o aprendizado com Hulk e admitiu que a comparação com Kaká não o fez bem no São Paulo. O meia, que tem cinco gols na temporada, melhor marca de sua carreira, também analisou a derrota do Galo no clássico para o Cruzeiro, no primeiro jogo da Arena MRV.
Por que demorou a engrenar?
O Coudet e o Felipão são treinadores diferentes, são filosofias diferentes, e o treinador precisa de tempo para colocar a filosofia dele, conhecer as peças que tem, ver a melhor maneira de jogo. O Felipão, quando chegou, a gente teve uma sequência que não foi tão positiva. Se a gente não tivesse essa sequência tão negativa, foram 9 ou 10 jogos sem ganhar, olha a posição que a gente poderia estar no Brasileiro. Então, é algo que tem uma transição, tem um tempo de transição, não sei quem contratou, quem teve a decisão das trocas, mas a gente tem que se adaptar e o treinador também, para sofrer o mínimo possível e ter uma identidade com seu estilo de jogo. O exemplo está sendo agora no 2º turno, que a gente é o melhor visitante e estamos entre as melhores colocações no turno.
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Temporada 2023 do Galo é um fracasso?
Foi pouco pelo que a gente almeja desde o início do ano, cheguei e deixei claro para todo mundo era conquistar títulos grandes, o Galo hoje eu vejo como candidato a título em qualquer campeonato, mas não vejo como ano ruim, até porque a gente foi campeão mineiro. Na Libertadores, fomos eliminados por causa de um tempo ruim e, na Copa do Brasil, foi uma infelicidade também. Mas temos ainda o Brasileirão pela frente, essa vaga direta na Libertadores para conquistar, que é extremamente importante para 2024, mas a gente sabe que foi pouco pelo que poderia ter sido.
Relação no dia a dia com Felipão
É um dos maiores treinadores da história do futebol, é um cara com extrema experiência, viu e já viveu de tudo no futebol, passa isso diariamente. Tem as resenhas e é um cara que tem um olho especial, conviveu com grandes jogadores e sabe dar os toques, as coisas que ele fala pra gente é muito legal.
Confira outros trechos da entrevista com Igor Gomes, meia do Atlético-MG
Derrota no primeiro clássico da Arena MRV
"Foi doloroso demais, até porque a gente vinha de um jogo muito bom contra o Palmeiras, com um resultado muito bom, e a gente sabia do peso desse clássico aqui, a gente sabia que o primeiro clássico da Arena tinha um peso muito especial e para eles também, porque se a gente tivesse ganho o jogo eles estariam numa condição pior na tabela. Fomos melhores no primeiro tempo, mas baixamos demais as linhas no segundo e, para mim, foi um resultado injusto, não fizemos uma má partida, o gol foi uma infelicidade que pode acontecer com qualquer jogador, acho que o resultado mais justo ali seria o 0 a 0, até porque o Cruzeiro também não nos incomodou."
Passagem pelo São Paulo foi frustrante?
"O que poderia ter dado mais certo seria um título de maior expressão, até porque quando comecei logo busquei minha titularidade, me firmei como titular em todo período que eu joguei, evoluí, foram 7 ou 8 treinadores, me mantive titular com todos eles, consegui fazer gols, assistência, fui campeão, foi muito bom para minha carreira, o São Paulo me formou como atleta e como pessoa. Sou eternamente grato pelo São Paulo por isso, mas hoje estou feliz no Galo com o jogador que estou me tornando."
Semelhança com Kaká atrapalhou?
"Não porque isso nunca me alimentou, sempre deixei claro desde a primeira vez que falaram isso pra mim, me sinto lisonjeado com um jogador que é um ídolo, é uma referência, só que ele tem a carreira dele e eu tenho a minha. Eu nunca vou ser o que o Kaká foi e eu nem gostaria. A comparação para mim não era benéfica, nem para mim, nem para minha imagem, nem pra ele, mas eu não controlo o que as pessoas vão falar, o que a imprensa e os torcedores colocaram e colocam até hoje. A gente que escolhe o que deve absorver e trazer pra gente, isso era muito mais o externo que linkava a mim, não eu que linkava ao Kaká. Eles falaram isso, mas nunca me fez melhor nem pior que o Kaká. Eu gostaria muito de ter uma carreira vitoriosa e uma pessoa do nível, dos lugares por onde o Kaká passou."