Botafogo abre guerra com a CBF na reta final do Brasileirão

O Botafogo acirrou o discurso e adotou um tom de guerra com a CBF nesta reta final de Brasileirão. A declaração de John Textor, dono da SAF alvinegra, pedindo que Ednaldo Rodrigues renunciasse à presidência, é o tom mais elevado do discurso até agora.

O enredo envolve decisões da arbitragem e ganhou corpo também com o adiamento do jogo contra o Fortaleza, algo que o Botafogo não queria.

Textor vai à loucura com expulsão

Textor protagonizou contra o Palmeiras o episódio mais explícito de revolta com as marcações da arbitragem e a CBF. Ele ficou inconformado com a expulsão de Adryelson, após intervenção do VAR, no jogo em que o Botafogo abriu 3 a 0 no primeiro tempo e levou 4 a 3 no segundo.

Até então, o cartola só se pronunciava pelas redes sociais, no máximo em postagens, como já fizera depois da derrota para o Cuiabá, quando reclamou de um suposto toque na mão de Pitta antes do gol adversário.

Mas ontem (1) apareceu à beira do campo, foi para cima da arbitragem, gesticulou e não mediu as palavras, dando recado direto a quem comanda a CBF:

Isso é corrupção, isso é roubo. Por favor, me multa, Ednaldo, mas você precisa renunciar amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato se tornou uma piada. Isso precisa mudar. Ednaldo, você precisa renunciar pelo bem do jogo. Isso precisa acabar. Isso é roubo, me multa. Você não pode me expulsar, é meu estádio, eu vou continuar aqui.

Sobre o lance anterior, de Pitta, o presidente da comissão de arbitragem, Wilson Seneme, classificou a imagem da jogada como inconclusiva e defendeu a manutenção da decisão de campo, que foi pela validação do gol.

Botafogo x CBF no STJD

Além das questões da arbitragem, o Botafogo já tinha se insurgido contra a CBF na Justiça Desportiva para manter o jogo contra o Fortaleza na semana passada.

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A entidade decidiu adiar a partida e deixou o alvinegro com um jogo a menos em relação aos concorrentes porque houve o apagão no Nilton Santos na partida contra o Athletico.

Se o jogo se mantivesse, não haveria o intervalo mínimo de 66h entre partidas, previsto no regulamento e em acordo com o sindicato dos jogadores.

O Botafogo queria jogar numa terça, vislumbrando a possibilidade de pegar um Fortaleza concentrado na final da Sul-Americana, que seria no sábado seguinte.

O clube até reclamou publicamente da entrevista que o diretor de competições da CBF, Júlio Avellar, deu ainda na noite do apagão, avisando na TV que o jogo estava adiado.

O Botafogo perdeu na tentativa de conseguir uma liminar e o jogo foi parar em 23 de novembro. Com esse jogo a menos e as derrotas recentes, inclusive a virada diante do Palmeiras, a distância entre o Botafogo e o clube paulista agora é de três pontos. O campeonato está aberto.

Até Felipe Neto na história

Revoltado com as arbitragens recentes, o empresário e influenciador Felipe Neto também não economizou nos ataques à CBF.

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"A CBF é uma entidade corrupta, bandida e safada", publicou ele nas redes sociais ontem.

"O que o Brasil está presenciando vai ficar nos livros de história. Não é à toa que a CBF está fadada ao seu fim. Uma entidade corrupta. Árbitros safados e mal-intencionados. Todo mundo viu hoje. Não tem mais nenhum resquício de vergonha na cara".

Felipe também incentivou que torcedores do Botafogo processassem a CBF, assim como ele, para pedir compensação pela realização do segundo tempo contra o Athletico sem torcida. A tentativa de liminar feita por ele para impedir a disputa do complemento do jogo foi negada pela Justiça.

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