Diniz sobre Flu na final: 'Vida não é determinada pela bola que entra'
O técnico Fernando Diniz falou sobre uma possível mudança de patamar em caso de título da Libertadores pelo Fluminense.
Mudança de patamar: "Obviamente o que vai acontecer modifica o status quo de como as pessoas te enxergam. Para mim, o mais importante é como eu me enxergo. Não estou a mercê da bola que vai entrar. Se fosse isso, estaria mais ansioso do que já estou. Demorei muito tempo para aprender que a vida não pode ser determinada pela bola que entra ou não. É a capacidade do trabalho que tivemos para chegar na final. Quem imaginava que estaríamos aqui agora. Isso tudo não será descartado. O que me dá a segurança é que sou focado no trabalho e não só no que vai acontecer. Tem um componente imprevisível no futebol. Vamos preparados com a alma e o espírito. Esse dia 4 está em nós desde 1º de maio do ano passado. Espero que os jogadores estejam unidos e com inspiração"
Titulares: "Diferente do Boca, vocês vão ter que ficar imaginando o time. Tem duas possibilidades, talvez outras. Se a dúvida está ai, vou deixar como está. Com John Kennedy ganha mais profundidade e com um cara no meio, em tese, ganha recurso. Não necessariamente essas coisas acontecem quando muda a escalação. A estratégia é colocar o melhor time. Eu já sei o time faz um tempinho."
Qual jogo espera: "São duas equipes que chegaram com mérito na final. O Boca tem nosso respeito pela tradição e pelo time que fez muita coisa para chegar à final. Tem uma ideia clara de jogar, sabe marcar bem e jogar. É um time dedicado e tem muita qualidade técnica, com grandes jogadores e um trabalho bem feito. É um jogo com equilíbrio, tem tudo para os dois times fazerem um bom jogo"
Maracanã: "O fato de jogar no Maracanã é algo que gostamos, assim como o Boca gostaria de jogar em casa. Não acho que é isso que determina o campeão da partida. Ajuda, mas não é determinante. O Boca sabe jogar bem fora de casa, assim como nós. Se pudéssemos escolher um cenário seria aqui, que tem sido nossa casa há muito tempo"
Brigas: "A torcida quer ganhar o campeonato. Para a torcida o importante é respeitar quem vai ganhar. A mensagem é essa. Só tem um que vai ganhar, mas quem perder não tem o direito de ter atos de violência, quebrar tudo. A torcida do Fluminense está ansiando por esse título há 64 anos. Vai esperar a vitória e vamos fazer de tudo para ter êxito. Se eu pudesse pedir para as duas torcidas é entender que um só vai ganhar o jogo"
Realizado? "Eu sou realizado desde que comecei a ser técnico. É o objetivo central do meu trabalho. Desde a A3 conseguimos mudar a vida de muita gente, uns menos, outros mais. Esse título está perto das minhas mãos, depende da interação e aproximação humana que tenho com os jogadores. Depende da minha vontade e dos vínculos. Toda vez que conseguimos construir isso, ficamos mais perto de ganhar. Essa construção afetiva para a pessoa ser melhor é um ato contínuo. Fico feliz por ver essas realizações rotineiramente no meu trabalho. Preenche meu coração"
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Arbitragem
"O Roldán apitou o jogo da estreia e depois o do River. Esperamos que tenha uma tarde inspirada e feliz, que seja imparcial e não tenha interferência. Acreditamos que tem capacidade para deixar o jogo fluir e ser uma grande arbitragem."
Mais importante
"A vida é sempre complexa e tem multi influências. O futebol é arte ou ciência? Se perguntar para mim, é mais arte, mas precisa cada vez mais de ciência. Quando acontece de maneira artística, fica na cabeça do torcedor para sempre. Em uma decisão, os times que são treinados técnica e taticamente tem uma prevalência da condição mental nas decisões. Para as coisas funcionarem bem, a harmonia faz parte do campo mental."
Pilares do trabalho
"Estabelecimento de boas relações e criar bons vínculos, Dai partem as outras coisas para que os jogadores se sintam melhores em campo par ter coragem e confiança. Estabelecer boas conexões com os jogadores e que tenham entre eles também"
Resultado
"Acho que o torcedor tricolor tem uma relação íntima com aquilo que é minha ideia de trabalhar. Não tem tanto a ver com o que aconteceu do ano passado para cá, mas em 2019. Um time com dificuldade de pontuar, era uma torcida dividida, tinha mais apoio do que falta disso, mas torcia para dar certo. Jogamos clássicos, perdemos e saímos aplaudidos mesmo na parte de baixo da tabela. No meu retorno os resultados apareceram de maneira mais positiva. A torcida tem um desejo imenso, esperamos que seja premiada, mas acho que consegue entender mais do que o resultado. Tem uma relação que ultrapassa essa camada entre campo e arquibancada, as vezes medida pela imprensa e redes sociais. Todo tricolor pode ter certeza que trabalho. Dedicação e entrega estar sobrando"
Pênaltis do Boca
"Temos muito respeito por tudo que o Boca fez. Chegaram na final porque tem um grande time e grande treinador. Estamos preparados para tudo. Treinamos muito tudo, pênalti, para fazer nosso melhor. Não sabemos o que vai acontecer. O jogo sempre tem incerteza. Mas nos preparamos para todos os cenários."
Ansiedade
"Acredito que a melhor maneira de conter a ansiedade é focar no presente. Foco total em cada treino e conversa é procurar blindar os jogadores o máximo para focar nas coisas internas. Treino, análise para entregarmos o melhor amanhã"