Flu chega à final da Libertadores após cair na 'pré' em 2022 e mudar rumo

Eliminado na pré-Libertadores em 2022, o Fluminense apostou na manutenção da base do time e experiência para ter sucesso na caminhada pelo título continental inédito. A equipe disputa a final neste sábado, às 17h, no Maracanã.

A evolução

O Fluminense aprendeu com os erros dos últimos anos e consolidou o trabalho chegando à decisão contra o Boca Juniors.

Em 2021, a equipe caiu nas quartas de final para o Barcelona de Guayaquil. Ali, o Tricolor voltava à Libertadores depois de 13 anos. Mesmo sendo melhor tecnicamente, o time não conseguiu jogar, sentiu a partida e foi eliminado com dois empates.

Em 2022, decepção ainda maior com a queda na pré-Libertadores. O Flu chegou à terceira fase, mas perdeu para o Olimpia com um aproveitamento terrível na disputa de pênaltis. Em 2023, mandou o fantasma para casa sem muita dificuldade.

A falta de experiência pesou, especialmente em 2021. Com muitos estreantes na competição, o Flu apostava basicamente em Fred para dar o tom da calma em jogos grandes. Ganso e Egídio eram outros com mais rodagem, mas a equipe sentiu o peso.

Abel Braga e os jogadores Fábio, Felipe Melo e Willian Bigode chegaram justamente para dar experiência, mas nem isso foi capaz de fazer o Fluminense ir bem no ano passado. Entra aí o outro ponto: a busca por estabilidade.

A torcida se revoltou com a venda de Luiz Henrique dias antes do jogo de volta com o Olimpia. Tanto pelo valor quanto pelo momento em que aconteceu. Na ida, o jovem tinha feito um golaço. Isso fez a relação começar a desandar.

A eliminação gerou até um protesto violento no aeroporto, com briga entre torcedores e objetos lançados contra jogadores. O presidente Mário Bittencourt foi ameaçado e o técnico Abel Braga tentou conversar, assim como Felipe Melo.

No fim, saída de Abel com a campanha ruim também na Sul-Americana e a chegada de Fernando Diniz, que acabou apaziguando o ambiente. Foi dada aí a largada para a campanha atual da equipe.

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Manutenção

O foco do início do ano foi a manutenção do elenco, algo pedido por Diniz como condição para a renovação do contrato. A permanência do treinador também entrou nesse pensamento, com um contrato mais longo e o método passado até as categorias de base.

Nem mesmo um caminhão de dinheiro faria o Flu mudar de ideia em condições normais, como aconteceu com uma proposta do Liverpool por André no meio do ano. O clube entendeu que isso seria fundamental, mesmo que apertasse as contas, e previu duas vendas no começo de 2024 apenas.

Com o foco e o planejamento voltados para conquistar títulos, o Fluminense foi tendo sucesso. Ganhou o Campeonato Carioca e, apesar da queda para o Flamengo na Copa do Brasil, aproveitou para se manter vivo na Libertadores.

"Com o André a gente combinou que ele iria até dezembro conosco. Possivelmente ele vai ter outras convocações para a Seleção, certamente. E aí a gente avalia. Mas no meio da temporada a ideia é não se desfazer de ninguém. (...) Quando chegar em dezembro, a gente sabe que o assédio vai ser muito grande", disse Mário Bittencourt ao Canal Mundo GV.

Se em 2008, o Flu tinha um elenco estrelado, em 2023 é diferente. Há 15 anos, o clube contava com aporte da Unimed, mas desta vez não tem uma folha alta. Somando o investimento feito nos últimos anos, foram aproximadamente R$ 30 milhões gastos para montar o elenco que chegou à decisão.

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