Hoje no Fluminense, Felipe Melo já foi desejo do Boca Juniors

Nós tínhamos a intenção de contratar o Felipão como técnico. O Batistuta falou com ele. E se eu ganhasse as eleições, queria trazer ele e Felipe Melo, que, realmente, tinha condições que agradavam, além de se identificar como um torcedor do Boca. Eu gostaria de vê-lo com a camisa do Boca José Beraldi, candidato à presidência do Boca em 2019

Concorrente usou trunfo maior

O jornalista argentino Carlos Torres explicou como foi aquela disputa pela presidência do Boca.

"Houve três candidatos na eleição de 2019. Um era Christian Gribaudo, que representava a continuidade da gestão, a situação. Os outros eram Jorge Ameal, que tinha sido presidente de 2008 a 2011, e José Beraldi", conta Carlos Torres. A disputa entre os três era equilibrada.

Jorge Ameal trouxe para sua equipe Riquelme para concorrer com as promessas brasileiras de Beraldi.

Foi uma decisão que causou surpresa porque Riquelme era jogador quando Ameal foi presidente, e eles tiveram problemas. A eleição mudou quando surgiu Riquelme e Ameal venceu. Tempos mais tarde, soube-se de favores em troca do apoio. Carlos Torres, jornalista

Derrotado, Beraldi não pôde sequer tentar cumprir a promessa de campanha e agora fala sobre Felipe Melo só como rival.

"Tenho um apreço por ele, sem dúvida, mas desejo que o Boca seja campeão, conquiste a sétima Copa Libertadores", salientou Beraldi, de forma bem-humorada.

Relação de Felipe Melo com o Boca

Felipe Melo nunca escondeu ser um fã declarado do Boca Juniors.

Em 2020, ele foi capa do Diário "Olé" devido a uma entrevista que concedeu, e falou sobre a relação com o clube.

Começou quando era pequeno, antes de nada com o Maradona. [...] Começou de pequeno, em partidas do Argentino, o Clausura, ver o Boca Juniors, a mítica Bombonera, sempre me encantou isso Felipe Melo, ao Olé, em 2020

"Eu amava o [Rolando] Schiavi, que já me mandou mensagem no Instagram para que pudéssemos manter contato. O [Martín] Palermo, que não tinha tanta qualidade, mas marcava muitos gols. E o [Juan] Riquelme que fazia coisas incríveis", completou.

Na ocasião, Felipe Melo foi questionado se sonhava em vestir as cores da equipe de Buenos Aires antes de encerrar a carreira. Ele salientou o carinho pelo Palmeiras, clube que defendia, mas tinha deixado o futuro em aberto.

"Nunca falei com o Boca. Vi que o candidato a presidente disse que queria levar o Felipão e o Felipe Melo, mas nunca falei com o Boca. Tenho respeito e carinho pelo Palmeiras. E digo que Riquelme nunca me ligou. O que vai acontecer amanhã, eu não sei. Eu tento fazer no presente o melhor, porque não se sabe que vai acontecer amanhã", apontou.

Pelo Flu, provocação ao River

Durante a campanha na Libertadores, Felipe Melo provocou o River Plate, grande rival do Boca. Na fase de grupos, a equipe argentina venceu por 2 a 0, no Monumental de Nuñez, e, após o apito final, o jogador imitou uma galinha.

O River é chamado pejorativamente com o nome do animal por torcedores do Boca desde a década de 60 e, apesar de ter adotado o apelido, é alvo de rivais.

Na entrevista coletiva, a provocação continuou: questionado sobre ser "especial" jogar no Monumental de Ñúnez, Felipe Melo minimizou o ambiente do estádio e aproveitou para exaltar o Boca.

"Especial é jogar contra o Boca Juniors. Jogar contra o River é uma partida normal para mim. Especial é jogar com a camisa do Fluminense. Especial é jogar uma Copa Libertadores. Aqui foi normal, entrei em campo e tentei ajudar a minha equipe da melhor maneira possível. Especialmente para mim é jogar contra o Boca. Contra o River é igual", disse.

Infância tricolor

Ainda durante as negociações de Felipe Melo com o Fluminense, uma foto dele criança com a camisa tricolor viralizou nas redes sociais. Pouco após o anúncio como reforço, ele revelou que a família é torcedora do clube das Laranjeiras.

"O primeiro jogo que eu pude assistir de um time profissional foi um Fluminense e Goytacaz, nas Laranjeiras. Contar a história de quando eu era criança... A minha foto com a camisa [tricolor] viralizou, eu segurando meu irmão Nicolas. Eu jogava na escolinha do Nelson, em Volta Redonda, e era como se fosse um núcleo do Fluminense. Fiquei muito tempo ali, joguei alguns anos no Nelson e, pelo meu pai sempre me levar aos jogos, o Fluminense foi o primeiro time que eu realmente torci", afirmou, à FluTV.