Como a Conmebol vê o domínio dos clubes brasileiros na Libertadores
A quinta conquista consecutiva dos clubes brasileiros na Libertadores — agora com o Fluminense — reforça o domínio do país na competição desde que a Conmebol aumentou o número de participantes e instituiu a final única.
Da parte da Conmebol, não há preocupação com a série de conquistas. A entiade vê um nível aceitável de competitividade da Libertadores.
A visão da organização
O UOL apurou que a Conmebol entende que, apesar da série de títulos, ainda há exemplos como o do Olimpia eliminando o Flamengo e a própria chegada do Boca à decisão, tirando o Palmeiras no caminho.
Em um olhar mais amplo para as competições continentais, por dois anos seguidos times brasileiros foram derrotados na final da Sul-Americana. São Paulo e Fortaleza perderam para Independiente Del Valle e LDU, respectivamente.
Antes do Fluminense, houve os títulos de Flamengo (2019 e 2022) e Palmeiras (2020 e 2021).
O mais longe que os times estrangeiros conseguiram em cinco edições foi evitar em 2019 e 2023 houvesse uma final exclusivamente brasileira — River e Boca, respectivamente, foram os argentinos "intrusos".
Ciclo virtuoso
No olhar para o quadro esportivo e o que isso impacta nas finanças, os clubes brasileiros entraram em um ciclo virtuoso ao emplacarem conquistas em série.
Por chegarem longe, ganham mais dinheiro, montam times fortes e chegam longe de novo. E assim sucessivamente. Na edição 2023, o Fluminense faturou US$ 11 milhões (R$ 54 milhões) a mais que o Boca, só para ficar na diferença entre o campeão e o vice.
Alguns protagonistas brasileiros se repetem, como Palmeiras e Flamengo, embora o Rubro-Negro tenha caído ainda nas oitavas da edição deste ano.
A Conmebol entende que o dinheiro não é 100% responsável pelo sucesso esportivo e vê mérito nos clubes brasileiros que foram campeões. Olhando para o que acontece na Europa, o PSG é um exemplo de altíssimo investimento que, por outros motivos, não deu retorno ainda na Champions League.
O próprio Flu ganhou aqui na América do Sul sem ter o maior orçamento — em 2022, foi o oitavo em arrecadação no Brasil.
O contexto macro
A disparidade financeira entre clubes brasileiros e os vizinhos sul-americanos também se dá pelo contexto político-econômico de cada um. Força do governo e força da moeda local.
A Argentina, em crise constante, é o caso mais extremo de quem já bateu de frente e dominou o continente e agora tem dificuldades — mesmo com a força de Boca e River e a reforma que houve no Monumental, em Buenos Aires.
Os argentinos podem ter como argumento a ausência de uma final única na casa deles ao longo dos últimos cinco anos. Isso pode acabar em 2024, porque a Conmebol ainda não bateu martelo sobre o local do jogo. Mas a Argentina aparece como um provável destino, até o momento.