De rejeitada à Maraca do povão: Cinelândia vira carnaval em título do Flu
Quando a Prefeitura do Rio de Janeiro vetou o estádio das Laranjeiras e decidiu que o local para os torcedores do Fluminense sem ingresso seria a Cinelândia, a maioria dos tricolores torceu o nariz e criticou o prefeito Eduardo Paes. Porém o histórico local no Centro (RJ) roubou a cena, atraiu milhares de pessoas, virou sucesso e se transformou numa espécie de "Maracanã do povão", explodindo em carnaval após o título da Libertadores.
O que aconteceu
O evento ficou marcado pela emoção e a grande festa dos tricolores, ganhando destaque na transmissão da TV Globo, na qual diversas vezes a Cinelândia apareceu ao vivo, para delírio dos populares.
Um telão de alta definição e o sistema de som eficiente permitiram que todos acompanhassem os detalhes do jogo. A transmissão da TV Globo com Luis Roberto embalou a torcida.
O gol de Germán Cano, que abriu o placar, fez explodir as milhares de pessoas e muitos fogos de artifício foram estourados.
O de empate do Boca Juniors, marcado por Advíncula, gerou bastante tensão, um certo silêncio e apreensão, com muitos torcedores demonstrando desespero e mãos no rosto.
O gol de John Kennedy e o apito final que decretou o título do Fluminense geraram uma catarse, com milhares de torcedores aos prantos e se abraçando, assim como as diversas crianças que também estavam no local.
"Felicidade demais. Eu não pude ver 2008, mas pude ter agora a história para contar. Acabou a zoação. Quero que sequem mais. É campeão!", disse o adolescente Ronaldo Oliveira.
Na festa do título, os torcedores usaram a criatividade e até mesmo um jovem vestido de urso apareceu, em referência ao atacante John Kennedy, que comemora imitando o animal em seus gols. Outros tricolores apareceram fantasiados e pintados, dando o toque carnavalesco ao evento.
Antes das 22h a Cinelândia foi evacuada e os torcedores deixaram o local de forma ordeira. A Comlurb fez a limpeza do local imediatamente após.
Paes vetou Laranjeiras, mas torcida foi para lá
A decisão de vetar as Laranjeiras e reservar a Cinelândia gerou polêmica, mas o prefeito Eduardo Paes bancou e, no fim das contas, a escolha resultou em sucesso.
A opção por não liberar o estádio do Fluminense para o acompanhamento da partida teve como um dos principais argumentos o espaço físico e o fato da Rua Pinheiro Machado, que dá acesso ao local, ser uma importante via da cidade, que liga a Zona Sul à Zona Norte.
Porém, com o título, o veto acabou não surtindo efeito, já que os tricolores foram em massa para as Laranjeiras após a partida, mesmo sem a abertura do clube, fazendo com que a via da Pinheiro Machado sentido Zona Sul ficasse fechada para o trânsito.
Torcida do Boca Juniors se frustra e reclama
Torcedores do Boca Juniors que estavam sem ingresso da final da Libertadores se mostraram revoltados, antes do jogo, com o fato de não disponibilizarem telões na cidade para que acompanhassem a partida.
A Prefeitura do Rio de Janeiro separou o Terreirão do Samba, no Centro (RJ), para os xeneizes que estão sem hospedagem na cidade. No entanto, não havia telões no local, algo que revoltou os argentinos que ali estavam, embora isso não tenha sido prometido pelo prefeito Eduardo Paes.
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