Flu colhe frutos ao abraçar medalhões e desafia tempo em contratos longos

Um gol de Cano, outro de John Kennedy. A fórmula com a qual o Fluminense venceu o Boca Juniors, unindo jovens e medalhões que já superaram — alguns por muito — os 30 anos, rendeu frutos. Pela duração dos contratos, a perspectiva é de pelo menos mais uma temporada com todos eles reunidos no clube.

O Fluminense, de certa forma, decidiu desafiar o tempo e as críticas em relação à política de montagem do elenco. Agora, colhe os frutos pelo que eles entregaram em campo para o elenco campeão da Libertadores.

Por que o Flu os mantém no elenco

Os contratos assinados têm duração máxima de até dezembro de 2025, que é quando termina a gestão do atual presidente do Flu, Mário Bittencourt.

A diretoria atual entende que precisa de jogadores que não tremam em situações de tensão, como as que ocorreram ao longo da campanha da Libertadores deste ano. E está tranquila em pagar um salário acima da média dos jovens para contar com esse elemento adicional.

Não por acaso, o Flu superou uma prorrogação na final e avançou nas semis com uma virada fora de casa. Sem contar o jeito que atuou no jogo de volta das quartas diante do Olimpia, no Paraguai, só para citar alguns momentos.

O ajuste no perfil do elenco, que sempre teve jovens formados em Xerém e jogadores relativamente baratos, na comparação com os principais rivais, aconteceu depois de uma temporada 2021 na qual o Flu se viu praticamente com Fred e Ganso como os mais cascudos no time.

O movimento para abraçar medalhões ficou mais nítido com as contratações de Willian Bigode e Felipe Melo, em 2022. Depois, vieram outros.

O Fluminense está colhendo frutos que foram plantados desde a eliminação para o Olimpia no ano passado. Foi ali que a gente começou. Logo depois chegou o Diniz e começamos de fato a semear e a sonhar. Mesmo quando tantas pessoas tentaram apagar o nosso sonho, a gente acreditou e, de fato, aconteceu.

Felipe Melo, zagueiro do Fluminense

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Os medalhões tricolores

Fábio - goleiro, 43 anos
Contrato até dezembro de 2025

Atingiu 100 jogos em Libertadores justamente na final. Passa por uma temporada muito boa, consistente e com pouquíssimas falhas. Já tinha sido vice campeão continental em 2009 e agora, 14 anos depois, alcançou o título. Renovou em agosto deste ano e terá 45 anos quando o contrato acabar.

Fabio, goleiro do Fluminense, beija a medalha de campeão da Libertadores
Fabio, goleiro do Fluminense, beija a medalha de campeão da Libertadores Imagem: Lucas Merçon/Fluminense

Felipe Melo - zagueiro, 40 anos
Contrato até dezembro de 2024

É referência em termos anímicos e de liderança. Bom tecnicamente com a bola no pé, até pelo passado como volante. Mas já apresenta alguns problemas físicos. Mesmo assim, é outro que vive ótima fase. Em setembro, renovou por mais uma temporada. Quando o contrato terminar, terá 41 anos.

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Marcelo - lateral-esquerdo, 35 anos
Contrato até dezembro de 2024

Tecnicamente, inquestionável. O que faz com a bola no pé é para pouquíssimos no futebol mundial. Tem mostrado outras facetas no campo com Diniz, jogando até em alguns momentos como meio-campo. Viveu às voltas com algumas lesões durante o ano, mas chegou relativamente inteiro no fim da temporada. Lado negativo são as falhas na marcação que geraram gols na reta final da Libertadores. Quando chegou, em março, assinou por duas temporadas e terá 36 anos quando o contrato atual terminar.

Cano - atacante, 35 anos
Contrato até dezembro de 2025

Rei da América, artilheiro da Libertadores e um faro de gol que parece melhorar a cada dia. Não é o mais veloz dos atacantes, mas tem se dedicado a ser cirúrgico no ataque e até mesmo a marcar de forma mais recuada, quando preciso. A renovação mais recente foi em novembro de 2022. Quando o contrato acabar, terá 37 anos.

Ganso celebra gol do Fluminense sobre o Bragantino em confronto do Campeonato Brasileiro
Ganso celebra gol do Fluminense sobre o Bragantino em confronto do Campeonato Brasileiro Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

Ganso - meia, 34 anos
Contrato até dezembro de 2025

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O maestro do meio-campo, tratado como gênio por Fernando Diniz. Da leva dos experientes, é quem está há mais tempo no Fluminense — chegou em janeiro de 2019. Já passou por alguns sufocos, brigou com o treinador Oswaldo de Oliveira, mas reencontrou a cabeça e o jogo com Diniz. Renovou em dezembro do ano passado e terá 36 anos quando o contrato atual acabar.

Keno - atacante, 34 anos
Contrato até dezembro de 2024

Deu duas assistências para os gols na final da Libertadores. Jogador veloz, importante, embora não seja um artilheiro. Entrega mais na mobilidade e no papel tático de gerar mobilidade para a troca de passes do Flu de Diniz. Chegou neste ano e terá 35 anos quando o contrato atual terminar.

David Braz - zagueiro, 36 anos
Contrato até julho de 2024

O contrato não é tão longo quanto os demais. Compõe o elenco e não é titular. Tem entrado para dar descanso aos titulares e na rotação do time.

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