Torcida sobe tom em protesto e Mano diz o que cobrou do time do Corinthians
O Corinthians esboçou uma noite feliz em Itaquera, mas terminou o dia sob pressão após o empate em 1 a 1 com o Atlético-MG, na Neo Química Arena, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro.
A torcida chamou o elenco de "sem vergonha" e fez ameaça: "Ei, você aí, acabo com sua vida se o Coringão cair". No vestiário, o técnico Mano Menezes cobrou o time por mais um segundo tempo aquém do esperado. O time recuou e levou o empate do Galo.
A gente preparou o jogo, iniciamos como preparamos. Colocamos o adversário atrás, com iniciativa e oportunidades. Poderíamos concretizar duas além do gol. A mesma bola do Kardec para o Paulinho escoramos duas vezes e jogamos na mão do goleiro. A gente precisa resolver esse problema tático. Esse foi o teor da conversa com o jogadores no encerramento do jogo. Vamos resolver com mais gás ou taticamente. O time não pode baixar o bloco todo, dar a bola e não jogar mais, é perigoso
Mano Menezes, em entrevista coletiva.
Veja a entrevista de Mano na íntegra
Análise da partida
"A gente preparou o jogo, iniciamos como preparamos. Colocamos o adversário atrás, com iniciativa e oportunidades. Poderíamos concretizar duas além do gol. A mesma bola do Kardec para o Paulinho escoramos duas vezes e jogamos na mão do goleiro. A gente precisa resolver esse problema tático. Esse foi o teor da conversa com o jogadores no encerramento do jogo. Vamos resolver com mais gás ou taticamente. O time não pode baixar o bloco todo, dar a bola e não jogar mais, é perigoso. Atlético tem qualidade, jogadores acostumados com jogos grandes e teria seu momento no jogo. Jogos grandes são assim. Geralmente faz resultado quem aproveita o momento e neutraliza coisas importantes. A gente não conseguiu conectar uma saída de bola com qualidade. Apressamos. Até recuperamos a bola, mas metemos um passe longo, perdemos a bola, metemos passe no primeiro jogador que fez o movimento... O adversário que perde deixa esse jogador fora de jogo, tem que ter paciência, reter a bola. Um dos volantes roubou, Yuri fez movimento, não metemos a bola no primeiro passe e no segundo estava fora de jogo. Atrás dele, Renato estava só. É controlar ansiedade para aproveitar os momentos, fazer jogo mais bem jogado quando se está bem. Isso faz um resultado mais elástico. No momento do adversário, dá para administrar melhor".
Yuri Alberto sem confiança
"Todos os técnicos, acredito eu, se frustram quando não tiram o melhor dos seus jogadores. Yuri foi para o sacrifício mesmo. Tem se doado muito. Ontem tínhamos sérias dúvidas se iria para o jogo. Se tem algo muito bom nele, é que não se esconde. Assume responsabilidade, comete erros como todos cometem, mas faz tudo que a gente quase precisa para a equipe. É um pecado. A jogada da primeira bola tem ele totalmente livre, mas em campo o jogador pode não ter a mesma clareza. Se tivesse a nossa visão, poderia dominar a bola. É um desses pecados que cometemos e não aproveitamos o momento do jogo. Não tivemos o Felipe [Augusto] no jogo, teve pequeno deslocamento. Talvez domingo tenhamos para revezar um pouco. Levamos o Yuri ao máximo, poderia ter protegido ele um pouco, mas vamos trabalhar e fazer a bola chegar mais e com mais qualidade, como fizemos no primeiro tempo e contra o Santos. É o caminho para ajudá-lo como atacante finalizador".
Dificuldade nas laterais
"A decisão do treinador é sempre pelo melhor da equipe. Mesmo com a dificuldade do Bruno, e acho que é mérito pelo Atlético-MG ter feito o que fez, qualquer outro do grupo marcaria menos que o Bruno Méndez. Ele é muito marcador que apoiador. Quem deveria estar ali estava ali, ele marca melhor que todos. Mas não foi isso o determinante, foi o volume deixando que a bola chegasse no mesmo lugar. O cruzamento do Arana foi de perna direita, com liberdade. Afundou a marcação, não encostamos de novo o corpo. São movimentos muito rápidos. Vai ao fundo, traz para dentro, a defesa precisa avançar no mínimo um metro para empatar. Kardec é excelente cabeceador. Deixar um grande cabeceador se movimentar na área é pecado que não podemos cometer. Temos que proteger os jogadores. Não tem uma questão mais clara que defina característica se não os dois que estavam em campo [Fábio Santos e Bruno Méndez]. Temos que ajudar. A posição que sofre muito quando se perde o volume é a lateral. A bola chega com muita frequência e isso não pode acontecer".
Yuri Alberto e Rojas
"Um dia o Real Madrid contratou o Bale por quantia exorbitante. Zidane deu entrevista e falou que era aposta, todos quase caíram da cadeira. O que determina valor do jogador é preço no mercado. Se querem, preço sobe, vale mais. Mesmo custando caro, se escreve história naquele clube. Muito comum ir bem em dois lugares e não ir no terceiro. Yuri Alberto tem participação boa na temporada, Rojas está chegando agora. Técnico não trabalha com a questão do valor, é fazer a função designada. Quem faz melhor joga mais vezes. Não tivemos outra conversa internamente. Não tem A, B ou C que tem que jogar e nem seria isso comigo. Pode ter certeza".
Idade da equipe e preparação física / opções no banco de reservas
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Resumo dos resultados dos atletas brasileiros de olho em Los Angeles 2028 e os bastidores do esporte. Toda segunda.
Quero receber"Essa conta no futebol cai para o treinador. Como se ele quisesse recuar o time, ficar jogando por uma bola. Jogar por uma bola é perigo danado. Ganhar por 1 a 0, leva gol... Cuido para não fazer tese. Não gosto muito de citar os outros pela polêmica. O líder do campeonato, quando saí para a entrevista, levava a segunda virada depois de ganhar por três. Não tem questão de idade ali. Não podemos arrumar bengala, por ter jogadores de idade não conseguimos. O time tem jogadores de característica para ter a bola. Por mérito do adversário ou demérito nosso, podemos não ter a bola e essa característica de jogador sofre mais. O Atlético-MG também sofreu no primeiro tempo e foi para trás. São meias verdades que esclarecemos bem. É um pouco de parte tática, do treinador que tem que resolver por que time baixa como baixa na hora de defender. Uma coisa é estar 20 ou 30 metros em um bloco, outra é estar parte do bloco baixa e outra distante porque recupera e não consegue sair. Temos trabalhado diariamente para resolver. Jogadores empenhados em melhorar. Esses blocos de futebol melhor são resultados disso, mas vem oscilação e falta consistência".
Projeção no Brasileirão
"Não gosto de projetar, nem em conjunto de jogos. Nunca fui treinador que fala que precisa fazer três pontos em X, o que funciona é entregar o máximo e melhor a cada jogo. O que acha que vai ser em Porto Alegre no domingo? É dureza em cima de dureza. Enfrentamos a melhor campanha do segundo turno, o Atlético. Estar enfrentando dificuldades é normal. Temos que saber enfrentá-las e, quando não conseguir três, tem que fazer um pois é o que a tabela exige e é o campeonato que jogamos. Não adianta achar que é tragédia, algo melhor do é. Atlético pode empatar com o Corinthians lá e aqui, são grandes jogos. Fizemos bem na primeira parte, eles na segunda e ambos os times tiveram condições para vencer. É assim que temos que produzir. Fazer isso em Porto Alegre, data Fifa, Bahia em casa, Vasco, Inter, Coritiba, pensando no melhor a cada jogo e somando, que é importante".
Parte mental
"Não existe parte separada na pessoa, nem no atleta. Parte mental é uma coisa, física é outra... Não. Atleta é preparado na totalidade. Nesses momentos fica mais evidente. Erra um passe que não errava, toma decisão com frequência mais errada, tem que passar e dribla. Torcedor mais tenso com menos paciência, e olha que nosso torcedor é maravilhoso em estádio para ajudar equipe. Não vejo necessidade de algo separado do que preparamos no dia a dia. Conhecer potencial, capacidade da equipe, o que tem que fazer como time em vários momentos do jogo. Dominando esse conhecimento, se está mais preparado para todas as situações de uma partida de futebol".
Romero
"Romero, antes de voltar para o Corinthians, passou duas ou três temporadas difíceis. Acompanhei no San Lorenzo. Apesar de números bons, jogava com seu irmão gêmeo, um sonho, e houve desgaste na relação, clube com momentos difíceis. Recebemos bem os estrangeiros, mas às vezes outros países não recebem tão bem. Esteve no México, as coisas não andaram, e perde da capacidade. Voltou para o Corinthians pela boa referência como profissional e como jogador nas questões táticas e técnicas. Passou por readaptação, retomada, vinha de temporadas ruins e demora mais. Vanderlei [Luxemburgo] já colocava mais ele em jogos importantes, entrou bem, é ordem natural. Taticamente faz o que precisa ser feito para a equipe. Faz gol de vez em quando, é o terceiro com a gente. É a retomada natural das coisas. Vale para o Romero o que vale para os outros".
Corinthians do primeiro ou segundo tempo em Porto Alegre
"Eu gostaria muito de ver o Corinthians mais vezes do primeiro tempo com o Santos e hoje. Certamente algumas coisas do primeiro tempo no Rio de Janeiro também [Fluminense]. Contra o Grêmio fora de casa, na confiança que está, toma iniciativa e certamente tem mais posse, como fizemos aqui. Corinthians e Grêmio sempre fazem grandes jogos e espero que seja um grande jogo e que briguemos por três pontos como brigamos aqui".
Pressão da torcida
"Quando se joga na parte de baixo da tabela, com a história do Corinthians, sempre há pressão diferente do que a pressão por título. Temos que saber enfrentar esse momento com experiência, firmeza, porque o comandante tem que segurar o elenco com força para as coisas seguirem e não tomarem os caminhos que vocês falaram antes".
Deixar o time do Corinthians mais vertical
"Se a verticalidade me der mais resultado de equipe, posso optar pela verticalidade. Optamos por time de mais controle pela oscilação, resultados não vinham. O futebol é dinâmico e precisamos encontrar soluções quando as coisas não ocorrem no momento".
Invencibilidade cheia de empates na arena
"O Corinthians se caracterizou por aproveitamento grande em casa, é característica do futebol brasileiro como um todo. Quem não faz pontos em casa sofre na tabela, fora é mais difícil. Temos a exceção do Cuiabá, que tem mais dificuldade em casa e vence fora. O normal é vencer mais em casa, então tem lado negativo, sim. Toda vez que empata deixa 66% do aproveitamento para outro lado, fica com 33%. A matemática diz que é pouco numa tabela de Campeonato Brasileiro".
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