O jogo entre Coritiba e Cruzeiro, na Vila Capanema, ficou paralisado por cerca de meia hora após invasão de campo e briga generalizada entre torcedores. O UOL questionou cinco ex-árbitros se a decisão de Braulio da Silva Machado de retomar a partida para a disputa dos acréscimos foi acertada.
Ex-árbitros divergem e comentam
Para mim tomou a decisão correta, já que depois de trinta minutos, tinha total segurança para reiniciar o jogo. Correta a decisão. Ulisses Tavares
Nem tudo é utilizar a regra embaixo do braço, tem que ter bom senso e inteligência. É evidente que ele tinha que ter encerrado a partida ali, não tinha mais condição. Não vejo a decisão dele como acertada, não. Acho que ele erra, por mais que ele tenha agido conforme a regra, mas acho que não havia mais condição, eu teria encerrado naquele momento. Alfredo Loebeling
O árbitro só pode encerrar o jogo se o chefe do policiamento informar que não há mais condições de segurança para a continuação do jogo. Árbitro não é profissional de segurança pública. Se o Braulio reiniciou a partida é porque recebeu a garantia do policiamento de que poderia dar sequência à partida. Renato Marsiglia
Classificação e jogos
Se for uma invasão de muitos torcedores, ele pode encerrar o jogo, mas como foi a torcida visitante que invadiu inicialmente, o comandante do policiamento é quem dá a segurança ou não para o árbitro. É assim que funciona, a regra diz isso, fica a critério do árbitro. João Paulo Araújo
[A invasão] Representa um problema tipicamente de segurança, logo é da esfera policial. Pelo regulamento, o árbitro tem que aguardar até 30 minutos para verificar se o problema foi sanado. Cabe ao comandante do policiamento comunicar ao árbitro quais as providências tomadas e se há garantia da integridade física dos participantes da partida. Se isto ocorreu, o árbitro pode reiniciar a partida. Emidio Marques
O que aconteceu
Torcedores do Cruzeiro invadiram o gramado após Robson abrir o placar para o Coritiba, aos 45 minutos do segundo tempo. O gol desempatou a partida, que estava 0 a 0, e ocorreu pouco depois de a Raposa ter um gol anulado por impedimento.
Parte da torcida do Coxa também invadiu e, assim, teve início uma batalha campal. Alguns seguranças do estádio tentaram conter, sem sucesso, a pancadaria, que só se dispersou após o policiamento ser acionado.
Depois de conter a confusão, a polícia fez uma vistoria no estádio e deu garantias para a retomada do jogo. A arbitragem, passados cerca de 30 minutos, deu sequência aos seis minutos de acréscimo.
O que Braulio relatou na súmula
O árbitro da partida descreveu no documento oficial quais foram os procedimentos para a retomada da partida. Ele informou que o comandante da operação deu garantia de segurança para o jogo voltar a ser disputado para os minutos finais.
"(...)Durante os 30 minutos protocolares, entramos em contato com o comandante da operação e o mesmo nos relatou o procedimentos e ações realizados durante a paralisação da partida. O comandante nos relata neste momento que a polícia militar havia dispersado das imediações do campo de jogo, além de retirar ambas as torcidas, citadas por ele como "organizadas", do estádio. Ainda cabe destacar que o comandante enfatizou que os torcedores visitantes foram escoltados aos ônibus e conduzidos até a saída da cidade, e os torcedores da equipe local envolvidos, da mesma forma, foram conduzidos e escoltados até sua sede.
Dito isso, o comandante nos pede mais 5 minutos para realização de varredura e vistoria nas imediações do campo de jogo, para posterior garantia de segurança. passado o tempo solicitado, o comandante nos informa que a segurança estava totalmente
reestabelecida, que não haviam danos nos alambrados, colocando ainda um "cordão de policiais em torno do gramado", assim garantindo total segurança para reinicio da partida. após esta informação, comunicamos as equipes sobre o procedimento que seria realizado e deu-se reinicio a partida sem mais problemas ou intervenções. destaco que ate o fechamento deste súmula não foi nos foi informado a identificação dos envolvidos no confronto."
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