Repórter conta tumulto com membro do Corinthians; Alessandro pediu desculpa
O repórter Everton Leitte, da Rádio Pachola, falou com o UOL sobre a confusão envolvendo Alessandro Nunes, gerente de futebol do Corinthians, no intervalo do jogo na Arena do Grêmio.
O jornalista relatou que seguranças do Corinthians partiram para cima dele para tirarem seu celular após ele ter gravado o dirigente tentando invadir a sala do VAR. O próprio profissional da imprensa filmou toda a cena em seu telefone e outras pessoas no local também gravaram o ocorrido.
Everton registrou um Boletim de Ocorrência e afirmou que Alessandro se desculpou pessoalmente com ele. O repórter frisou que tinha as autorizações necessárias para estar circulando nas áreas internas do estádio e que tomará as providências necessárias.
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Ele contou que, mesmo tendo ficado com medo na hora, não pensou em parar de filmar. Ele acrescentou que precisou se impor para evitar que fosse agredido pelos seguranças.
O que Everton disse
Irritação de Alessandro com a arbitragem: "No intervalo da partida, Alessandro foi muito agressivo para cima da arbitragem na saída do túnel. A gente estava na parte da zona mista gravando. Logo em seguida, ele saiu em direção ao vestiário, só que foi correndo para a cabine do VAR.".
Filmagem da ação: "Eu fui acompanhando com o telefone a movimentação dele, ele tentou invadir e eu fiquei filmando. Nisso, quando virou, falou para parar de filmar e 'tira esse cara daqui'.
Seguranças partindo para cima: "Em seguida, um segurança deles tentou arrancar o telefone da minha mão. No vídeo aparece a ação do celular quase caindo no chão. Ele tentou tirar o telefone, nisso dei passos para trás, e veio outro segurança, vieram para cima de mim. Foram muito agressivos para cima de mim naquele momento
Postura do repórter e B.O.: "Falei que não ia parar, que é o meu trabalho. Ficou todo aquele xingamento até entrarem no vestiário. Em seguida, o delegado da partida veio falar comigo, fez Boletim de Ocorrência, o pessoal do Grêmio me procurou para saber como eu estava e pediu as imagens para poderem se defender de qualquer coisa".
Agressões: "As imagens falam por si só. Dois seguranças vieram para cima, foram me empurrando e me agredindo, tanto verbalmente e no primeiro momento até fisicamente. Chegou a puxar o celular e meu braço".
Declaração de Alessandro: "Quando voltei na zona mista, já tinha acabado o jogo e a coletiva de Mano e do próprio Alessandro. Ele até citou que eu estava eu um lugar irregular, mas a gente que trabalha ali dentro da Arena recebe pulseiras de identificação, que dão acesso a determinadas áreas na Arena. Tenho uma pulseira de serviço que dá acesso total a qualquer área da Arena, exceto vestiários, obviamente, e a beira de campo. No resto, posso circular à vontade. Não estava em lugar irregular, meu credenciamento é feito na Aceg (Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos)".
Pedido de desculpas: "No final, o assessor deles me chamou, disse que Alessandro queria pedir desculpas e se eu aceitaria o pedido de desculpas dele. Falei que não tinha problema, que podia falar com ele e que acreditava que tenha sido na hora a atitude dele, porque não foi ele diretamente contra mim, foram os seguranças dele. Eles me chamaram, entramos no corredor do vestiário do Corinthians, pediu desculpas pela atitude dele, dos seguranças dele por tentarem arrancar o telefone da minha mão. Me questionou falando que eu estava em lugar irregular, expliquei pra ele que não estava, mostrei a minha pulseiras. Disse que aceitava as desculpas porque é ser humano, também erra em momento de cabeça quente, mas que seriam tomadas as providências pela parte da minha empresa e do Grêmio. Fizemos o Boletim de Ocorrência, faríamos o que for preciso até para nos defender".
O que aconteceu
Everton correu para filmar o gerente de futebol do clube paulista tentando invadir a sala com equipamentos do VAR no estádio. O Corinthians ficou na bronca após o árbitro não ter dado pênalti em lance com Matheus Bidu e, na sequência da jogada, Bruno Méndez ter sido expulso.
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Quero receberO dirigente percebeu a ação, falou para retirarem o repórter do local e um homem abordou o jornalista.
O integrante partiu para cima de Everton para impedir a filmagem e acertou o braço do repórter. A confusão se estendeu por cerca de dois minutos e outras pessoas os separavam enquanto ofensas eram dirigidas ao jornalista.
Na zona mista, Alessandro justificou a ação dizendo que foi protestar contra o VAR, mas pediu desculpas. "Não é um comportamento decente para um gerente de futebol, mas eu precisava me manifestar. Foi um protesto, eu bati na porta, ela estava fechada, mas se estivesse aberta fatalmente falaria com alguém, como fiz com o árbitro de uma forma mais ríspida. Mas foi um protesto, eu peço desculpas", afirmou o gerente de futebol.
Peço desculpas pelo nosso segurança pela situação com o companheiro de vocês de trabalho mesmo ele estando numa área indevida, como eu estava também. Alessandro Nunes, na zona mista
A Aceg (Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos) repudiou o que classificou como "agressão e intimidação" por parte de seguranças e dirigentes do Corinthians. A organização afirmou que o repórter registrou um Boletim de Ocorrência e que será respaldado.
Árbitro relatou ato de Alessandro na súmula
A súmula da partida relatou as palavras e atitudes da direção do Corinthians contra a equipe de arbitragem no intervalo do jogo.
O registro do jogo registrou que o presidente do clube, Duílio Monteiro Alves, e Alessandro Nunes, gerente de futebol, se dirigiram ao árbitro "de forma grosseira e ostensiva" e precisaram ser contidos por policiais.
"Vagabundo, você é safado, tendencioso, seu ladrão", disse Alessandro ao árbitro, segundo a súmula. "Seu vagabundo, ladrão", disse o presidente de acordo com relato do árbitro.
O documento ainda consta a tentativa de invasão à sala do VAR. A partir do registro, os cartolas devem ser denunciados no STJD.
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