Diniz ignora momento difícil e aposta fichas em seleção com cara de Brasil

O técnico Fernando Diniz apostou alto na seleção brasileira que vai enfrentar a Colômbia hoje, às 21h, no Estádio Municipal de Barranquilla, pela quinta rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

O que aconteceu

Sem Danilo, Casemiro e Neymar, lesionados, Diniz vai mandar a campo um time diferente e muito ofensivo para visitar a Colômbia, que está invicta e tem uma vitória e três empates nas Eliminatórias.

Após o empate com a Venezuela e a derrota para o Uruguai, o técnico poderia optar por um caminho mais conservador, uma escalação mais comum. A decisão foi diferente.

O Dinizismo será novamente testado e desta vez com um pilar do Fluminense na equipe titular: André. O jovem superou Douglas Luiz e Joelinton para a ganhar a vaga de Casemiro ao lado de Bruno Guimarães.

No ataque, a bagunça organizada que Diniz gosta: quatro atacantes, todos se movimentando sem guardar posição. Raphinha, Rodrygo, Vini Jr e Gabriel Martinelli atuarão.

Diferentemente do time com Neymar na armação, a ideia é ter Rodrygo e Vini soltos, em formato semelhante ao Real Madrid pós-saída de Benzema. Rodrygo e Vini se alternarão entre meia e centroavante e terão liberdade para cair também pelos lados. João Pedro e Endrick, camisas 9 de origem, ficarão no banco. Gabriel Jesus trata lesão muscular para ficar à disposição diante da Argentina.

É uma maneira de aproveitar o bom momento que vivem. Eles jogam de maneira parecida, mais por dentro. Vini não está só na esquerda e faz mais gols. Rodrygo tem encaixe quase que perfeito do que enxergo de futebol. Jogador dinâmico, com volume de movimentação grande, muito técnico. Com Martinelli, podem acontecer trocas do Vini terminar pelo lado, Rodrygo também. Temos tendência de ter mais volume de movimentos e trocas posicionais com esses três e Raphinha. Queremos aproveitar ao máximo a qualidade desses quatro para criar dificuldades para as marcações adversárias

Fernando Diniz

Continua após a publicidade

Defesa sem surpresas

Diniz vai ousar no ataque, mas o sistema defensivo terá menos alterações.

No gol, Alisson substitui o lesionado Ederson. Na lateral direita, Emerson Royal ganha a vaga de Danilo, também no departamento médico.

Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi foram titulares nos primeiros jogos de Fernando Diniz e são mantidos. A maior preocupação do treinador é com ataque. O entendimento é que a defesa funcionou bem na maior parte do tempo contra Venezuela e Uruguai.

Após o jogo contra a Colômbia, Diniz vai avaliar o desempenho e decidir se o time titular será mantido no teste de fogo contra a Argentina, terça-feira, no Maracanã.

Da euforia à necessidade de resposta

Bruno Guimarães, que conhece Fernando Diniz há pelo menos 10 anos, quando foi lançado pelo treinador no time profissional do Audax, fez a leitura: "Ele está de bem com a vida depois da Libertadores".

Continua após a publicidade

Mas o maior título da carreira do técnico do Fluminense, conquistado há 12 dias, contrasta com a necessidade de reorganizar uma seleção que anda em dívida nas Eliminatórias.

Por mais que enxergue o futebol como uma arte, Diniz se cobra e faz o mesmo com seus convocados. Na seleção, ele é o mesmo sujeito que, quando está no clube, não se cansa de fazer o sinal "Vitória, Fluminense".

Não é que eu não pense no resultado, penso muito. Só não é a única coisa da vida. Me dedico a construir o resultado, não fico obcecado. O coração do meu trabalho é a causa, não o efeito.

— Fernando Diniz

Apesar dos tropeços recentes, o ambiente na seleção não chega a ser de tensão porque o jogo ainda não se encaixou. Mas há um consenso de que está na hora de colocar em prática as ideias do treinador.

"A gente conversou depois do jogo contra o Uruguai. Sabemos que podemos melhorar muito. Acredito que com a conversa que a gente teve a gente tem coisas para melhorar. É a terceira convocação de alguns jogadores. Já entendemos mais o estilo de pensar, de jogar, o jeito de variar as jogadas. Esperamos que para esses próximos dois jogos a gente possa jogar bem e ter duas vitórias", afirmou Bruno Guimarães.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.