Final do Paulista feminino atiça rivalidade por fim de tabu ou ano perfeito

Não é "só" o título estadual que está em jogo entre Corinthians e São Paulo na decisão do Paulistão feminino, que começa hoje. Enquanto um lado busca ampliar uma hegemonia com um ano perfeito, o outro quer dar o troco e acabar com um tabu para voltar a levantar taças.

Quádrupla coroa ou revanche

O Corinthians está na quarta final de 2023 e foi campeão de tudo até agora. A equipe já conquistou a Supercopa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e a Libertadores nos últimos meses.

O troféu do Paulista pode coroar o ano 100% das Brabas e ainda cravar um feito inédito. O Alvinegro paulista já conquistou a Tríplice Coroa em 2021, mas se vê diante da chance de vencer pela primeira vez os quatro títulos que disputou na temporada.

Rodrigo Iglesias, técnico do Corinthians, Tamires, capitã do Corinthians, Aline Milene, capitã do São Paulo, e Thiago Vianna, técnico do São Paulo, na coletiva da final do Paulistão feminino
Rodrigo Iglesias, técnico do Corinthians, Tamires, capitã do Corinthians, Aline Milene, capitã do São Paulo, e Thiago Vianna, técnico do São Paulo, na coletiva da final do Paulistão feminino Imagem: Rodrigo Corsi/Ag. Paulistão

O São Paulo, por sua vez, mira o primeiro título desde a reativação do time profissional feminino, em 2019. Voltando mais atrás na linha do tempo, o clube não vence o Paulista há 24 anos, desde o bicampeonato em 1999.

O Tricolor já bateu na trave duas vezes desde então, sendo derrotado em ambas pelo Corinthians, e quer pôr fim ao tabu. O clube do Parque São Jorge levou a melhor nas decisões de 2019 e de 2021 — na última ocasião, as Brabas foram campeãs após terem perdido o primeiro jogo.

Tal rivalidade, tanto histórica como recente, apimenta a final que começa a ser disputada hoje, na Vila Belmiro, às 16h (de Brasília). A volta está marcada para o domingo que vem (26), na Neo Química Arena, às 10h30.

Cabo de guerra pela taça

Tamires, capitã do Corinthians, na coletiva da final do Paulistão feminino
Tamires, capitã do Corinthians, na coletiva da final do Paulistão feminino Imagem: Rodrigo Corsi/Ag. Paulistão

O clima para a final começou a esquentar com provocações sadias antes de as atletas entrarem em campo. A FPF (Federação Paulista de Futebol) organizou anteontem uma entrevista coletiva com as capitãs e os técnicos dos dois times, além das árbitras da final (Marianna Nanni e Edina Alves).

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Tamires descontraiu e disse que espera que o campeão seja o mesmo dos confrontos anteriores — ou seja, o Corinthians. A capitã alvinegra exaltou, depois de ter quebrado o gelo, que o equilíbrio e a rivalidade entre os times continua desde 2019 e convocou a Fiel para comparecer em peso na grande decisão.

Aline Milene, capitã do São Paulo, na coletiva da final do Paulistão feminino
Aline Milene, capitã do São Paulo, na coletiva da final do Paulistão feminino Imagem: Rodrigo Corsi/Ag. Paulistão

Aline Milene "respondeu", também rindo, que pretende sair com a vitória desta vez e conquistar o título inédito na carreira. A jogadora disputa a sua segunda final do Paulistão, a primeira defendendo o Tricolor, e ressaltou que a disputa da taça representa a força do futebol feminino para o clube.

Rivais em campo, as duas têm um elo em comum: a origem. Mineiras, elas já jogaram juntas e agora disputam para ver quem sairá mais feliz no dia 26.

Alvinegros com pés no chão

O Corinthians também chega à final embalado por uma goleada histórica sobre o Palmeiras. A vitória por 8 a 0 na semifinal, além de confirmar a vaga na decisão, resultou na demissão do treinador do rival.

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O resultado, no entanto, não subiu à cabeça, e as Brabas querem mais um título para não ter "férias tristes". Tamires destacou que o time "não conquistou nada ainda" no Paulista e revelou que o planejamento da equipe incluía os quatro campeonatos para "manter um ano 100%", sem qualquer frustração.

A conquista pode ser a primeira do interino Rodrigo Iglesias como técnico. Antes auxiliar de Arthur Elias, ele agora lida com uma "responsabilidade diferente" e tem a chance de colocar seu nome na história antes de se juntar ao técnico na seleção brasileira. "Se a gente for campeão, vai ser o melhor ano [do feminino do Corinthians]", opinou.

Tricolores têm esperança

A classificação do Tricolor contou com uma virada fora de casa contra o Santos no ano de estreia do novo técnico. Agora no comando do time principal, Thiago Vianna vê a participação na decisão como "oportunidade e privilégios muito grandes" e acredita que "a nossa hora vai chegar".

O São Paulo planeja "um antídoto e um anti-antídoto" para neutralizar o Corinthians. Vianna exaltou o adversário e frisou que está se preparando para "todos os cenários possíveis" contra o rival na decisão. Na primeira fase, o jogo terminou com vitória do Corinthians por 2 a 1.

O clube do Morumbi vem se reerguendo e confia no processo. Enquanto o Corinthians conquistou seis títulos nos últimos dois anos, o São Paulo vai voltando a disputar as primeiras posições nos torneios — neste ano, a equipe chegou à semi do Brasileirão. O próximo passo, para Vianna, é questão de tempo: "A melhor maneira de ser campeão é chegando em finais".

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