Javier Milei, novo presidente da Argentina, eleito neste domingo (19), tem uma relação inusitada com o futebol: foi goleiro na infância e era torcedor do Boca Juniors até 2018, mas decidiu 'virar a casaca' e passar a torcer pelo maior rival dos xeneizes, o River Plate, e a motivação tem raízes políticas.
O que aconteceu
Milei contou ao jornal 'El País' que deixou de torcer pelo Boca Juniors após uma série de atos que, segundo o agora presidente, foram 'claramente populistas' e o fizeram perder carinho pelo clube.
A primeira decepção de Milei foi a volta de Riquelme ao time xeneize, em 2013; Javier acreditava que a contratação de Riquelme não teria resultados positivos e criticou o então presidente do Boca, Daniel Angelici.
A gota d'água para Milei veio em 2018, na final da Libertadores disputada em Madrid, justamente contra o River Plate.
Milei não gostou da entrada do volante Fernando Gago na equipe e considerou um ato 'populista', deixando de vez a torcida pelo Boca Juniors, passando a apoiar o arquirrival.
Estava assistindo ao jogo e quando Gago entrou, claramente um ato de populismo, torci para o River. Não quero torcer para um time que toma decisões populistas. Já basta viver em um país populista. Para mim, [Gago] foi um péssimo jogador, uma das maiores mentiras do futebol argentino. Assim, me tornei anti-Boca Javier Milei
Goleiro 'louco' na base
A relação do novo presidente argentino com o futebol é antiga: Javier Milei chegou a atuar como goleiro nas categorias de base do Chacarita Juniors, time que disputa a segunda divisão argentina;
Segundo reportagem da emissora 'TyC Sports', Milei era "louco" e protagonizava lances que deixavam os companheiros atônitos:
"Fazia loucuras debaixo do gol, defendia de cabeça, coisas que te faziam pensar que estava completamente louco", afirmou um antigo colega de equipe.
Apesar da fama de louco, o goleiro Javier Milei tinha talento, de acordo com Eduardo Perico Pérez, destaque da base do Chacarita na década de 70.
"Ele se jogava em todas, era um maluco dentro do gol, podia dar certo ou errado, mas sinceramente não me lembro de ter falhado ou de termos perdido um jogo por causa dele. Quando jogava, ele ia bem", disse.
Ataques a Maradona
Outra faceta de Milei no mundo do futebol é o demérito à imagem de Maradona, maior ídolo do esporte argentino.
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Quero receberMaradona sempre foi identificado politicamente com a esquerda e tinha tatuagens de Che Guevara e Fidel Castro, figuras políticas opostas às ideias de Milei.
No período de campanha, um tweet antigo de Milei atacando Maradona voltou à tona, gerando muitas críticas ao agora presidente eleito.
Na publicação, Milei exalta os números de Pelé, debocha de Maradona e chama o campeão mundial de 1986 de 'Mardedroga'.
#BuenMartes para los fanáticos de Mardedroga...!!! Dado su desprecio por los números seguro son peronistas... pic.twitter.com/VJbOOdk0PL
-- Javier Milei (@JMilei) June 28, 2016
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