Diniz vê Argentina como uma das melhores do mundo e se preocupa com Messi
O técnico da seleção brasileira, Fernando Diniz, encheu a bola da Argentina, adversária de amanhã (21), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, no Maracanã.
"Se não for a melhor, é uma das melhores (do mundo). Não só porque ganhou a Copa do Mundo. Tem jogadores de grandes ligas e tem o Messi. É uma seleção vitoriosa, de Copa América, Copa do Mundo. Se não for a melhor, está entre as três da atualidade", disse Diniz, após o último treino do Brasil na Granja Comary antes do confronto.
E o Messi? "Os encaixes que temos que ter, a coesão do time, é que vai favorecer ou não o andamento do jogo. Lidar com Messi, obviamente é diferente e você tem que se preocupar. Não tem como não se preocupar com um jogador desse tamanho e o poder de decisão que ele tem. E a gente também tem que jogar. Não temos que fugir das nossas características e ao mesmo tempo tentar conter toda a capacidade que ele tem e a qualidade que ele possui".
O que melhorar? "A ideia que a gente tinha para o jogo contra a Colômbia, o que a gente treinou, foi aquilo que fizemos nos primeiros 15 minutos. Não precisávamos ter diminuído o ritmo, houve uma acomodação ali que colocou a Colômbia no jogo. Acho que se a gente conseguir ampliar o máximo possível a energia que colocamos no começo, é o que desejo para o jogo de amanhã. Que sejamos muito intensos, bastante agressivos para atacar e ainda mais agressivos para marcar. Conseguimos jogar muito bem boa parte por conta da pressão que exercemos na marcação".
Seleção com quatro atacantes ou com mais um meio-campista? "Eu não enxergo futebol como vocês, não acho que se colocasse um volante ou um meia o time iria ficar mais protegido. Não encaro assim. O Brasil na Copa do Mundo jogou com formação parecida, Neymar de meia-atacante, dois pontas abertos, um centroavante e Paquetá que é mais ofensivo do que o Bruno Guimarães. Estamos tratando esse quarteto como se fosse uma coisa extremamente inovadora e diferente, coisa que não é. O que muda é que tem um novo jeito de jogar, com mais agressividade e a equipe vai se adaptando, às vezes leva um pouco mais de tempo".
Time está exposto demais? "Tivemos momentos muito bons contra a Colômbia que a gente pretende, contra a Argentina, fazer as correções no sistema defensivo. Repito: o time não ficou exposto desse jeito, porque senão ficaria o jogo todo, é que a equipe tinha um plano para jogar e depois foi fragilizando a ideia de marcação que tinha inicialmente. Por conta disso, em alguns momentos pareceu que ficamos expostos ou com meio despovoado. Minha maneira de pensar o futebol é departamentalizando o jogo: a defesa fica atrás, o meio fica no meio do campo e o ataque fica na frente. É um jeito de jogar muito mais orgânico, o time fica mais junto e todos os jogadores tem que jogar de maneira coesa para a coisa funcionar de uma maneira mais efetiva".
Outras respostas de Diniz
Resultados
"O time começou jogando bem contra a Venezuela, teve chance de ampliar o marcador, muito jogada de contra-ataque e não soube aproveitar e em uma das poucas chances da Venezuela, conseguiram empatar. Contra o Uruguai, criamos muito pouco e corrigimos contra a Colômbia. Marcamos bem no começo do jogo e jogamos no campo da Colômbia. Depois diminuímos o ritmo da marcação e cedemos espaços e eles cresceram no jogo. No segundo tempo, tivemos oito oportunidades de fazer o segundo gol, analisando o vídeo. Não conseguimos e ficamos mais abertos do que deveríamos. Marcamos muito mal quando tivemos que jogar em linha baixa. Isso foi o que ocasionou o resultado do jogo".
Ambiente no Maracanã
"Acredito que a seleção é que vai contribuir para o ambiente. Eu concordo que o Maracanã responde de uma maneira diferente quando as coisas não andam bem, historicamente é assim. E quando as coisas vão bem eles respondem muito positivamente. Vai depender muito de como a equipe vai se portar no campo. Espero que a equipe consiga fazer um grande jogo, sabemos que o adversário é de muita qualidade, que tem um dos maiores jogadores da história ainda terminando de construir sua linda história. Nos preparamos muito e esperamos fazer uma grande partida. Espero que a torcida, por conta daquilo que ela vê no campo, consiga jogar junto com o time".
Ausências
"São jogadores que fazem falta em todos os sentidos, dentro e fora do campo. A equipe que vai iniciar amanhã em comparação com a Argentina é quase que o oposto. Vamos ter três jogadores que foram titulares na Copa do Mundo, Alisson, Raphinha e Marquinhos. Em contrapartida, é um ciclo que vai se renovando, outros muito talentosos vão tendo oportunidade, vão se habituando, se ambientando ao que é jogar na seleção, que existe uma ampliação do volume de tudo. Quem está aqui tem que estar preparado para isso. Os jogadores vão amadurecendo em relação a isso e procurando emocionalmente criar uma coesão de grupo que nesses momentos, quando o resultado não vem, temos que olhar internamente se fortaleza para enfrentar o momento seguinte. Acredito muito nesses jogadores que estão aí, é muita gente nova e talentosa".
Resultados adversos
"O grupo sentiu a tristeza que tem que sentir e também vontade de melhorar. Temos trabalhado muito. Contra a Colômbia, o que fizemos muito mal foi o contrário do que fizemos contra o Uruguai. Contra o Uruguai, marcamos bem e criamos pouco. Contra a Colômbia, criamos muitas situações e cedeu muitas situações. Sabemos e temos que corrigir. Essa parte é a mais fácil de corrigir, de conter os ataques adversários. Estamos trabalhando para encontrar esse equilíbrio, todo mundo quer que a equipe ataque bem e defenda bem na mesma proporção. Espero que amanhã tenhamos um time mais equilibrado do que foi contra a Colômbia, sem perder a ofensividade que o time teve".
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"A gente vive no mundo real. No mundo ideal, seria fazer menos mudanças. Temos que perceber com quem vamos fazer as melhores conexões. Se eu troquei alguns, a maioria não foi por vontade própria. Paquetá era um jogador para estar aqui. Neymar era para estar aqui. Danilo, Casemiro? Lesionou Vinicius Jr. Outros jogadores também não eram muito ambientados com a seleção e você precisa ver, avaliar quem vai se adaptar melhor e produzir resultados. Depois de um tempo que eu estiver aqui, tiver uma seleção melhor de jogadores, você vai poder estabelecer outros parâmetros daqueles jogadores que responderam melhor ao ambiente da seleção. Mas se eu pudesse manter jogadores, tivesse ficado contente, tivesse tido menos lesões, provavelmente teríamos menos mudanças para aprofundar conexões. O processo é esse. Se é um processo, é um processo. Se não fosse, resolveria tudo imediatamente. Tem jogadores que poderiam estar aqui, mas quando você pensa na Copa do Mundo você vê que dificilmente ele vai estar e se você não forma um novo jogador para a seleção, quando chegar mais próximo da Copa você não vai ter um jogador pronto para atuar naquela posição".
Sentimentos
"Estou feliz, muito feliz, honrado e me sinto sempre desafiado quando estou aqui, principalmente quando tem um jogo desse tamanho nesse estádio. É um grande desafio e eu adoro estar nessa posição e ter a possibilidade de jogar um jogo desse tamanho".
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