O músico Fióti, CEO da Lab Fantasma e um dos responsáveis por idealizar as camisas de Atlético-MG, Cruzeiro e Internacional no mês da Consciência Negra, disse que o feriado de hoje serve como uma "reflexão" sobre o que o racismo provoca na sociedade. Ele participou de uma entrevista exclusiva ao UOL.
Essa data [Consciência Negra] tem esse lugar político, simbólico e histórico: é para a gente refletir que o racismo é um mecanismo sofisticado de violência e de genocídio na nossa sociedade. Ele se atualiza dentro do capitalismo todos os dias para manter as pessoas brancas em evidência e construindo patrimônio. Ou seja, qualquer indivíduo que confronte esse sistema vai ter que abrir mão de parte do que você é, se você for preto. Isso é desumano. A data tem esse papel Fióti, ao UOL
Rael, outro a participar da campanha, falou sobre o tema na mesma entrevista. Para ele, a Consciência Negra deveria ser amplamente divulgada por toda a sociedade — e não apenas uma parcela dela.
Essa data, ao mesmo tempo, me dá dois sentimentos. Um de tristeza: de ter uma data para lembrar o tanto de merda que fizeram com a gente; e acho que a Consciência Negra tinha que ser igual o Dia dos Namorados: todo mundo teria que postar. Os brancos também teriam que postar. Todo mundo tinha que enaltecer alguém que fez história, mostrar as pessoas que foram os criadores... não só os que sofreram, mas pessoas que fizeram a diferença no dia a dia das pessoas Rael, ao UOL
A campanha das camisas é uma colaboração entre Adidas e Laboratório Fantasma, coletivo de cultura urbana que conta, além de Fióti e Rael, com artistas como Emicida.
Os modelos desenvolvidos pela Lab Fantasma trazem como base o conceito das tranças, elemento ancestral de resistência do povo negro.
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