Como Diniz convence jogadores que seleção está no rumo mesmo após derrotas

As duas derrotas seguidas e a quinta posição na tabela sinalizam que há algo de errado na campanha da seleção brasileira nas Eliminatórias. Mas, na visão do técnico Fernando Diniz, não é uma questão do esquema, e, sim, de ajustes no time em determinados pontos. Tanto que mantém suas ideias para enfrenta a Argentina, hoje (21), às 21h30, no Maracanã.

O que aconteceu

Durante o período na Granja Comary, o treinador da seleção apresentou um vídeo para os jogadores para mostrar que a atuação contra a Colômbia foi melhor do que a percepção geral no Brasil.

Para isso, separou lances em que o Brasil conseguiu superar a primeira linha de marcação rival e tinha superioridade contra a defesa colombiana. O pecado, neste caso, foi a execução dos passes e conclusões.

É um hábito de Diniz em clubes expôr internamente pontos do trabalho que entende estarem sendo positivos, e que não são percebidos externamente. Assim, busca mostrar que o caminho escolhido vai dar frutos mesmo quando os resultados não são imediatos.

O desenho adotado

Diniz tem escalado o Brasil em um espécie de 4-2-4. No sistema, o time busca ter superioridade de homens no ataque ao mesmo tempo em que os atacantes têm de ajudar a recompor nos contra-ataques. E seu entendimento é de que o time criou muitas chance de gol neste formato, embora não tenha concluído.

"Do quarteto ofensivo falam mais pelo resultado do que pelo desempenho. Falam que volante ou um meia ia ficar mais protegido. Não encaro assim. Na Copa, a seleção jogava com Neymar, de forma parecida. Tinha Paquetá até com característica mais ofensiva. Não é uma forma inovadora. Só é um novo jeito de jogar com mais agressividade. Tem coisas para se adaptar e tem mais tempo", explicou Diniz.

Sua leitura de jogo coincide com a de seu próximo adversário, o técnico argentino Lionel Scaloni:

"É relativo dizer que (Brasil) saiu golpeado. Pelo jogo não foi tanto assim, creio que contra a Colômbia (o Brasil) fez uma grande partida até os 76 minutos. Tem um bom nível", disse Scaloni, que acrescentou:

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"Me parece que seu treinador tem uma maneira de jogar que não vai mudar: nunca se saber se isso é bom ou ruim."

Por isso, o time deve ter Gabriel Jesus no lugar de Vini Jr. no meio do ataque ao lado de Rodrygo, com Carlos Augusto como substituto de Renan Lodi na esquerda. Mas há opções para mudar o jogo: Endrick para o ataque, e Joelinton, que poderia formar um meio mais composto ao lado de André e Bruno Guimarães.

O defeito identificado por Diniz foi a transição defensiva do Brasil e jogadas marcadas como os cruzamentos para Luís Díaz. Na visão do treinador, é mais fácil corrigir esses pontos do que dar criatividade ao ataque, um problema na partida diante do Uruguai.

"A gente focou nos jogos passados nesses primeiros dias. (Diniz) Detalhou em vídeos com conversas, depois no campo praticando. Depois preparou coisas defensivas, ofensivas, para se preparar para jogar com essa seleção Argentina, que vem jogando há muito tempo juntos e tem jogado muito bem", analisou o zagueiro Marquinhos. "Nos últimos treinos, o professor treinou muito mais parte defensiva do que ofensiva."

Por isso, Diniz reforçou internamente no grupo que o time está no caminho certo mesmo que os resultados não sejam os esperados.

Despedida de 2023

O jogo contra os argentinos será o sexto de Diniz pela seleção brasileira e o último deste ano. Pelo contrato assinado com a CBF até 5 de julho, ele não terá mais jogos das Eliminatórias para comandar a equipe.

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Em 2024, os compromissos são dois amistosos (Espanha e Inglaterra) e provavelmente a preparação final para a Copa América. A CBF está à espera de Carlo Ancelotti.

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