7 vezes em que a CBF admitiu erros de arbitragem no Brasileiro; veja lances
Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)
22/11/2023 04h00
O Campeonato Brasileiro segue gerando lances polêmicos mesmo com o advento do VAR, que veio para diminuir os erros do árbitro de campo nas partidas.
O UOL separou sete erros que depois foram confirmados pela Comissão de Arbitragem da CBF.
Corinthians 4 x 4 Grêmio - Mão de Yuri Alberto
Yuri Alberto abriu o braço e acabou desviando um cruzamento de Ferreira dentro da área. O lance ocorreu já nos acréscimos da eletrizante partida entre Grêmio e Corinthians, pela 15ª rodada.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio mandou o jogo seguir e não foi chamado para revisar o lance no VAR, gerando muita revolta nos torcedores gremistas.
A própria CBF admitiu que houve erro na não marcação do pênalti. De quebra, a entidade afastou os juízes da partida e o árbitro de vídeo Emerson de Almeida Ferreira.
O jogador camisa 9, em ação de bloqueio, com o braço em ação de bloqueio e em posição antinatural, ampliando seu espaço corporal, intercepta um cruzamento à área. O bloqueio da bola com o braço nessa ação caracteriza infração de pênalti. Portanto, uma penalidade deveria ter sido assinalada no campo. Se não marcada, o árbitro deveria ter sido chamado para revisão do lance.
Péricles Bassols, gerente técnico do VAR
Athletico/PR 2 x 2 Palmeiras - Não expulsão de Zé Ivaldo
A CBF afastou o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima depois que o árbitro não expulsou o zagueiro Zé Ivaldo, em jogo disputado na Ligga Arena, na 13ª rodada.
O defensor do Athletico cometeu um pênalti ao dar uma cotovelada em Endrick, do Palmeiras. O camisa 3 recebeu cartão amarelo pela falta.
O pior veio a seguir, quando o auxiliar João Martins, que substituiu o suspenso Abel Ferreira no Palmeiras na ocasião, se indignou com a arbitragem e insinuou que "é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar (o Brasileiro) dois anos seguidos".
Para nós, deveria, sim, ter sido considerada a expulsão. A gente vê o Jean Pierre a uma distância muito longa da ação. Vamos conversar com o Jean, ele vai entrar para o programa de assistência ao desempenho da arbitragem, um período de análise.
Wilson Seneme, chefe da Comissão de Arbitragem da CBF
Santos 2 x 1 Coritiba - Pênalti em Slimani
O Santos ficou na bronca com Wagner do Nascimento Magalhães, pois o árbitro deu um pênalti duvidoso a favor do Coritiba, em jogo da 29ª rodada.
Depois do primeiro gol do Peixe, a bola resvalou no cotovelo de Dodô, dentro da área, após domínio de Slimani. O lance aconteceu no início da partida.
No dia seguinte, a CBF divulgou os áudios da análise do VAR, alegando que o equívoco partiu do árbitro de campo.
Em um ataque do Coritiba, a bola bate no braço de um defensor, que está em posição natural e justificada para o movimento realizado durante uma disputa, e o árbitro de campo marca o pênalti. Por se tratar de uma situação protocolar, o VAR corretamente recomenda a revisão para o que árbitro possa invalidar a sua marcação, em virtude da ausência da infração. O árbitro principal, após analisar as imagens, decide de forma equivocada pela manutenção da sua decisão inicial.
Comissão de Arbitragem da CBF
Grêmio 2 x 1 Fluminense - Pênalti não marcado
Rodrigo Ely pisou no tornozelo de Nino dentro da área, já nos acréscimos da partida entre os tricolores gaúcho e carioca. Na época, o presidente Mário Bittencourt, do Flu, disse que "desligaram o VAR em Porto Alegre".
Em decisão unânime, foi constatado que houve erro na tomada de decisão da equipe de arbitragem e o VAR deveria ter sido acionado para corrigir Rodrigo José Pereira de Lima, que comandou o apito na partida.
O jogador do Fluminense toma a frente do jogador, dentro de uma disputa leal, consegue ganhar a dianteira. A partir disso o cuidado passa a ter que ser do defensor. É hora do defensor diminuir a carga, senão ele vai assumir riscos de ser imprudente. Essa perna que o árbitro de vídeo analisa como natural, acidente, mas ele assume o risco porque perdeu a disputa com o corpo.
Wilson Seneme
Grêmio 0 x 1 Corinthians - Pênalti não marcado
Bem no início do confronto na Arena do Grêmio, na 34ª rodada, João Pedro disputou a bola com Matheus Bidu e acabou causando a queda do lateral-esquerdo corintiano.
A arbitragem de Rodrigo Pereira de Lima não marcou um possível pênalti em Bidu, causando a revolta até mesmo de Alessandro, diretor de futebol alvinegro, que tentou invadir uma sala que ele pensou ser a do VAR.
A chefia da Comissão de Arbitragem da CBF veio a público admitir o erro, no programa Papo de Arbitragem.
Tem uma câmera muito boa, mas foi pouco utilizada pela equipe do VAR. A gente vê o corpo do atacante sendo arremessado para frente, ao ser tocado. É óbvio que ele valoriza, mas existe a infração. Não podemos confundir, a carga do defensor é absolutamente imprudente. A equipe VAR focou muito na ação do Bidu, mas esqueceu de avaliar a ação do defensor.
Wilson Seneme
Bahia 2 x 3 Flamengo - Simulação de Gabigol
Kanu, do Bahia, não deveria ter sido expulso em lance de disputa com Gabigol, que, por outro lado, pareceu ter recebido uma cotovelada no rosto, segundo a comissão de arbitragem da CBF.
No entendimento de Seneme, o árbitro Paulo César Zanovelli não deveria advertir o zagueiro baiano e, sim, mostrar cartão ao atacante rubro-negro, por simulação.
Na nossa análise em detalhes, o braço que ele joga não tem força suficiente para lesionar. Na nossa visão, foi um excesso, um exagero. O jogador Gabigol, quando joga a mão na cara, isso é uma simulação.
Wilson Seneme
Santos 4 x 3 Goiás - Pênalti em Joaquim
Quando o jogo estava 3 a 3, aos 44 minutos da etapa final, o santista Joaquim dividiu com Halter, do Goiás, e caiu na área. Bruno Arleu de Araújo marcou pênalti e manteve sua decisão, mesmo após consultar o VAR.
Stiven Mendoza converteu o pênalti e o Santos saiu da Vila Belmiro com a vitória, em duelo válido pela 14ª rodada.
O presidente da comissão não só condenou o erro como afastou o árbitro Bruno Arleu, que teve que passar por período de reciclagem.
A gente não pode, num jogo de tão alto nível, com árbitro internacional... tem que trabalhar o árbitro para que isso não ocorra. Ele vai passar pelo programa de desenvolvimento da arbitragem para se recuperar disso. (...) E não é assim: vai voltar daqui a pouco, só para dizer que a gente afastou. Ele tem que ser trabalhado porque aqui existe uma dificuldade de interpretação e não podemos ser irresponsáveis de voltar a colocar um árbitro se ele está com dificuldade.
Wilson Seneme