O colunista Mauro Cezar Pereira criticou duramente no Fim de Papo o trabalho de Fernando Diniz na seleção brasileira. Para ele, o treinador do Fluminense tem sido teimoso em relação às próprias ideias e ainda não conseguiu criar nem um embrião de time.
'A seleção brasileira não tem nada hoje': "O que me chama atenção na seleção brasileira é uma certa teimosia do Fernando Diniz. A dificuldade que ele tem para entender que não está treinando o Fluminense, nem São Paulo, nem Athletico-PR, nem o Audax. Ele treina a seleção brasileira, é diferente do clube, ele precisa buscar alguns atalhos. No caso do jogo de ontem, simplificar, montar um time que consiga competir, usar a conexão entre jogadores que já se conhecem nos clubes, caso do Joelinton, que acabou sendo expulso para mim de forma muito rigorosa pelo árbitro, e o Bruno Guimarães, aí se você tem o Endrick, tem o Raphael Veiga, os caras se conhecem, jogam juntos, pode dar uma liga, pode no improviso, na necessidade, com desfalques, com pouco tempo de trabalho, tirar algo mais do time. Mas ele insiste em jogar com dois homens no meio de campo, colocando atletas em missões que não são aquelas que fizeram com que eles fossem convocados. Enfim, acho que a seleção brasileira não tem nada hoje, nada, nada, nada, zero, não existe nada, não tem um embrião de um time, uma semente plantada, não tem nada".
'Diniz age como se nada tivesse acontecendo': "Tem um técnico agarrado às suas convicções, eu detesto esse negócio. Quando as pessoas falam que os técnicos têm que levar adiante suas convicções, isso às vezes chega num ponto que parece que técnico de futebol não erra, então ele tem uma convicção e ele vai até o final com aquilo. Não é assim que funciona, não deveria ser assim, tem que ser flexível e entender o cenário, o que você está comandando, os adversários, o entorno de cobranças, e o Diniz age como se nada tivesse acontecendo. Treinar seleção significa lidar com peculiaridades que te obrigam a se adequar, o Diniz não está se adequando, ele está tentando fazer como nos times que ele treinou, e não é assim, é diferente. Depois, dá declarações que reforçam ainda mais essa percepção".
'Atuações pífias e vergonhosas': "A seleção brasileira é um horror, é terrível, três derrotas, atuações pífias, três gols de cabeça em sequência, dois da Colômbia e um da Argentina, e antes dessas três derrotas, empate com o Equador no Brasil. São quatro jogos vergonhosos, só ganhou da Bolívia. Tudo bem, não esperava que a seleção passasse o trator em todo mundo, mas que tivesse alguma coisa para você elogiar, mas não tem, só não foi pior porque a Argentina fez um jogo muito ruim, jogou muito pouco, tivesse feito um bom jogo como fez em outros momentos, seria mais complicado para o Brasil, mas ainda assim venceu. Então, é um momento muito crítico e me parece que a tentativa da CBF de usar o Diniz até a chegada do Ancelotti, que é o que a CBF espera, pelo menos para manter essa pipa no alto, mas essa pipa já embicou no mar, não tem mais jeito".
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