Diniz vai do olé na seleção para os braços da torcida do Flu em 24h
Do "olé" para a Argentina ao "Diniz, Diniz". Em 24 horas, o técnico da seleção brasileira e do Fluminense viveu os dois extremos dos atuais cargos que ocupa e dos momentos distintos de cada um deles.
Se na véspera Fernando Diniz vivia a tensão e a frustração ao comandar o Brasil na primeira derrota em casa na história das Eliminatórias, a noite seguinte foi do jogo das faixas e de mais uma festa pela conquista da Libertadores do Fluminense. Tudo no mesmo Maracanã.
Diniz, homenageado pela arquibancada tricolor, vive a situação dúbia de ver um trabalho dando muito certo e outro que no qual rema, rema e os avanços, em termos de resultados, não aparecem.
"Acolho bem as duas situações. São situações diferentes. A minha relação com o Fluminense sempre foi boa e vive um momento de glória pela conquista da Libertadores, um título inédito que todo mundo ansiava. Só aumenta a conexão que tenho com a torcida tricolor. Em relação às vaias, entendo completamente as do jogo de ontem. Não tem surpresa. Sendo treinador da seleção, quando não ganha e vem de derrota, é uma reação emocional esperada, embora o time tenha jogado bem ontem e tenha merecido uma sorte melhor", disse o treinador, após a vitória sobre o São Paulo, por 1 a 0.
É a diferença entre os estágios de trabalho que divide a cabeça do treinador em duas gavetas. Mas o conteúdo delas, ou seja, as ideias de jogo, saem da mesma origem: a mente de um sujeito que tenta revolucionar o futebol, apostando em um futebol artístico e aposicional.
Se você comparar o Fluminense de hoje com a seleção, daquilo que o treinador pede e é executado, ontem (contra Argentina) os jogadores executaram de maneira mais plena e com profundidade do que hoje (contra o São Paulo). Na seleção, está acontecendo um pouco de oscilação. Por vários fatores. As convocações a gente teve que mudar muito. E os jogadores estão se ambientando. A própria questão da perda da Copa do Mundo, que tem um processo de luto. Ontem foi um dia em que o resultado negou, infelizmente, em vez de confirmar, o que aconteceu no jogo
Fernando Diniz
Diniz precisou virar a chave depois de passar 10 dias imerso na seleção e nos seus problemas. Na volta ao Flu, encontrou o time que teve desfalques no time titular por causa da própria seleção — André (que entrou no segundo tempo) e Nino —, mas que já está com a vida resolvida no Brasileirão. Em um tranquilo meio de tabela e com a vaga na Libertadores do ano que vem, o foco da preparação agora é o Mundial de Clubes.
Mas isso não significa que Diniz tire o pé do acelerador à beira do campo. Exige, reclama e comemora os gols com a mesma intensidade. A mão na cintura ou no queixo são inerentes à linguagem corporal do treinador de camisa para dentro da calça, à beira do campo.
De Jesus a Cano
A diferença entre o Diniz da seleção e o do Fluminense também passa pelo material humano à disposição. Não é uma comparação direta entre o nível de adversários da seleção e jogadores.
Nas laterais, por exemplo, a seleção brasileira roda em círculos atrás de opções. No Flu, Samuel Xavier e Marcelo são incontestáveis e cruciais para o equilíbrio do time. O primeiro, inclusive, saiu chorando no segundo tempo, despertando certa preocupação para o Mundial.
Outro detalhe: se na véspera, Gabriel Jesus foi sincero ao dizer que gol não era o forte dele, Diniz tem consigo um Germán Cano que chuta de todos os lugares do campo e a bola entra.
Cano estava na arquibancada do Maracanã vendo a Argentina ganhar do Brasil na véspera. Só que 24h depois o centroavante estava em campo fazendo o gol da vitória do Fluminense sobre o São Paulo. E tome "L", para a alegria do Diniz em sua versão tricolor.
Após o apito final, Diniz puxou os jogadores para viver o lado bom do Flu. "É campeão, é campeão" foi a resposta. A torcida se despediu gritando o nome do seu amado treinador.
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