Alvo de ataques de intolerância religiosa depois do jogo da seleção brasileira contra a Colômbia, Paulinho é ligado ao candomblé desde muito novo, seguindo os passos de Ana Christina Tavares, sua mãe.
Nascida na Ilha do Governador e criada em um conjunto habitacional no bairro do Irajá, do Rio de Janeiro, Ana Christina conheceu a religião de matriz africana ao acompanhar a mãe em uma louvação a orixás em uma cachoeira. Ela tinha sete anos e não se aquietou até mergulhar na água fria, o que mais tarde virou seu batismo no candomblé.
Apesar de conviver em uma casa em que a espiritualidade era cultuada com banhos de ervas e defumação, foi apenas com 17 anos que Paulinho teve contato mais próximo com a religião.
"Quando ele fez uns 17 anos, despertou muita curiosidade de querer ir comigo e ter esse entendimento. Nós costumamos dizer que o candomblé não é uma religião, mas sim uma filosofia de vida. É sobre você se encontrar consigo mesmo, é olhar para dentro", disse a mãe do jogador, em entrevista ao UOL em 2021.
Curiosamente, o mesmo não aconteceu com o pai, Paulo Henrique, e o irmão Romário, que não são adeptos da religião.
Uma coisa que chamou atenção de sua mãe é que o jogador não procurou a religião em um momento de dor, como é comum acontecer.
"Nós sempre buscamos o nosso crescimento espiritual, e com ele [Paulinho] foi assim. Quando ele se descobriu, teve essa curiosidade, foi por amor. Ele já estava indo para o profissional [no Vasco], já estava na seleção [de base], já tinha sido campeão sul-americano duas vezes com a seleção [sub-15 e sub-17], então não tinha dor. Não era por doença ou dificuldade financeira, foi por amor mesmo. Por querer se descobrir, querer buscar a espiritualidade dentro dele", finalizou Ana.
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