Jogo dos 5 erros: veja os motivos que levaram Corinthians a sofrer goleada

O baile do Bahia sobre o Corinthians, que acabou em 5 a 1 dentro da Neo Química Arena, foi resultado de uma série de erros cometidos por jogadores, pelo técnico Mano Menezes e até mesmo pelos fatores extracampo do clube alvinegro.

Jogo dos 5 erros

1 - Sistema tático. Mano tentou, assim como no duelo contra o Grêmio, fazer seu time jogar com três zagueiros. Diante dos gaúchos, a estratégia durou cerca de dez minutos por causa da expulsão de Bruno Méndez. Ontem, a tática "aguentou" o dobro e, com 2 a 0 contra no placar, acabou desfeita por opção do técnico.

2 - É para marcar quem? Sem o suspenso Everaldo, Rogério Ceni surpreendeu a comissão alvinegra ao escalar o Bahia com dois atacantes móveis: Cauly e Biel. Eles se movimentaram bastante e atormentaram a defensa paulista, que ficou sem referência e acabou perdida em meio às investidas adversárias.

Trabalhamos a ideia de jogar com linha de três desde o início da preparação tática, mesmo que o adversário tenha vindo diferente do que poderia vir — porque não veio com atacante definido. A gente deveria ter executado melhor porque sabíamos, mais ou menos, o que eles poderiam fazer. O Bidu e o Fagner eram para ser os alas, como iniciamos em Porto Alegre, mas penso que pegávamos a bola e queríamos resolver o jogo com pressa e correndo muito em direção ao gol do Bahia. Eles esperaram a gente errar, e a gente errou bastante

Mano Menezes

3 - Ataque impotente. A formação com três zagueiros deixou, ao menos na teoria, Romero e Yuri Alberto mais centralizados. O problema é que os dois protagonizaram pouquíssimas oportunidades de gol durante o 1° tempo e, diante da pressa citada por Mano na construção, o Corinthians tornou-se completamente inofensivo.

A gente tem algumas dificuldades de lado. O adversário ia jogar com um ala longe dos nossos jogadores, então era melhor termos um ala para bater ala contra ala. A questão é que não funcionamos bem e não conseguimos atacar com dois atacantes mais centralizados para ter força ofensiva — que era a ideia. Não conseguimos construir tão bem a partir de um determinado momento porque perdemos toda a tranquilidade

Mano Menezes

4 - Moscardo no banco. O jovem de 18 anos atuou em oito jogos sob comando da atual comissão técnica e só perdeu uma vez, contra o Fortaleza, pela Copa Sul-Americana. Depois disto, coincidência ou não, Moscardo não participou nas únicas duas derrotas corintianas em dez duelos. Sem o volante, a equipe paulista permitiu uma série de infiltrações do Bahia.

Continua após a publicidade

As coisas não andaram. Voltamos no 2° tempo melhores, ficamos com a posse e tentamos chegar até o 3 a 1, mas aí já entramos um pouco no desgaste que temos que cuidar. Tem uma série de coisas. Na minha opinião, ao iniciarmos e produzirmos mal, tudo o que se pensou para o futuro deu errado e por isso terminou 5 a 1

Mano Menezes

5 - Ambiente tenso. O Corinthians vive turbulência em meio à eleição presidencial que ocorre hoje — e que pode tirar a atual gestão do poder após 17 anos. Mesmo diante de tiro no muro do Parque São Jorge, temor sobre adiamento do pleito e protestos na Neo Química Arena, Mano tentou driblar a influência do cenário político na derrota, mas o ambiente em torno do clube é pesado.

A proximidade da eleição pode estar mais presente, mas sempre conseguimos trabalhar sem a interferências de coisas externas no nosso dia a dia. Não acho que tenha sido a maior causa daquilo que não fizemos. O clube vai seguir sua vida como tem que seguir. Eu não quero misturar os assuntos. Temos que assumir nossa responsabilidade dentro de campo daquilo que não fizemos

Mano Menezes

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.