'Vexatório' e mais: Mano exime atletas após goleada e diz o que deu errado

O técnico Mano Menezes, do Corinthians, deu inúmeros adjetivos para a goleada sofrida para o Bahia na Neo Química Arena. Ele definiu o 5 a 1 usando palavras como "vexatório", "doloroso" e até "tragédia futebolística" — e, além de chamar a maior parte responsabilidade da derrota para si, disse que a sua ideia de jogo culminou na derrota.

Tudo deu errado. Não salvamos nada de um jogo como este. Começamos com uma ideia escolhida pelo treinador que não se sustentou, não se justificou e que teve que ser trocada com 20 minutos. Não precisa falar mais nada, o treinador está assumindo a parte dele de que a ideia não funcionou. Temos que pedir desculpas mesmo. Nunca passei por isso dentro de casa como treinador. Foi muito doloroso para gente, nunca tivemos em condição de entregar algo melhor no jogo. Quando acontece isso e termina do jeito que terminou, a maior responsabilidade é do treinador

Mano Menezes

O que mais Mano falou

12 dias sem jogo e sistema com três zagueiros. "Trabalhamos a ideia de jogar com linha de três desde o início da preparação tática, mesmo que o adversário tenha vindo diferente do que poderia vir — porque não veio com atacante definido. A gente deveria ter executado melhor porque sabíamos, mais ou menos, o que eles poderiam fazer. O Bidu e o Fagner eram para ser os alas, como iniciamos em Porto Alegre, mas penso que pegávamos a bola e queríamos resolver o jogo com pressa e correndo muito em direção ao gol do Bahia. Eles esperaram a gente errar, e a gente errou bastante. Tomamos gol cedo, isso sempre é ruim, mas a partir daí nada funcionou."

Derrota histórica. "Em jogos que fogem completamente do contexto de um jogo, você apaga. Não podemos levar em consideração uma tragédia futebolística porque ela não faz parte da regra do que fizemos até aqui desde que cheguei. Já perdemos, mas perdemos jogando futebol e competindo. Não foi o que aconteceu hoje."

Mano Menezes, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Bahia
Mano Menezes, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Bahia Imagem: JHONY INACIO/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Estratégia do adversário. "O Bahia também jogou com a linha de três, o problema não está aí, é na execução. A gente tem algumas dificuldades de lado. O adversário ia jogar com um ala longe dos nossos jogadores, então era melhor termos um ala para bater ala contra ala. A questão é que não funcionamos bem e não conseguimos atacar com dois atacantes mais centralizados para ter força ofensiva — que era a ideia. Não conseguimos construir tão bem a partir de um determinado momento porque perdemos toda a tranquilidade."

Reação da torcida. "Falar sobre isso, agora, não tem valor nenhum porque o ambiente tem completa razão depois do que apresentamos. As coisas não andaram. Voltamos no 2° tempo melhores, ficamos com a posse e tentamos chegar até o 3 a 1, mas aí já entramos um pouco no desgaste que temos que cuidar. Tem uma série de coisas. Na minha opinião, ao iniciarmos e produzirmos mal, tudo o que se pensou para o futuro deu errado e por isso terminou 5 a 1."

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Parcela de culpa dos jogadores. "Seria muito cômodo para mim dizer que não teve entrega. Quando taticamente as coisas não funcionam, parece que não teve entrega, mas não foi isso. A responsabilidade maior é minha, e não é demagogia nenhuma, eu penso isso. Já disse isso a eles. É o que vai ser a tônica daquilo que vamos avaliar deste jogo."

Mano Menezes, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Bahia
Mano Menezes, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Bahia Imagem: RONALDO BARRETO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

Relação com eleição. "A proximidade da eleição pode estar mais presente, mas sempre conseguimos trabalhar sem a interferências de coisas externas no nosso dia a dia. Não acho que tenha sido a maior causa daquilo que não fizemos. O clube vai seguir sua vida como tem que seguir. Eu não quero misturar os assuntos. Temos que assumir nossa responsabilidade dentro de campo daquilo que não fizemos. Foi por isso que perdemos a partida da maneira que perdemos e por isso tivemos uma derrota vexatória dentro de casa."

Próximo jogo. "Não tenho dúvida de que vamos ter um desempenho melhor porque é impossível fazer pior do que o que fizemos. Vamos apagar isso em termos esportivos. Vamos carregar para a história porque essas coisas ficam marcadas, mas na terça que vem, certamente, voltamos a ser o Corinthians que fomos nos últimos dias."

Ausência da direção. "Seria muito aproveitador da minha parte tomar 5 a 1 e transferir a responsabilidade para outras questões. Não está aí o 5 a 1. Já conversamos lá dentro com quem temos que conversas. A questão não é essa. É vir aqui e assumir a responsabilidade pela derrota vexatória que tivemos. Isso não tem a ver com outras coisas que não seja o que aconteceu ali dentro. O torcedor, em outros momentos, já se manifestou do jeito que entende que precisa se manifestar. Já passamos por situações como esta e não tivemos a derrota que tivemos. O aspecto da derrota vai ficar limitado ao jogo que fizemos, que foi muito ruim, o Bahia tem seus méritos, mas é óbvio que o Corinthians ser goleado por 5 a 1 dentro da sua casa, temos que assumir nossa responsabilidade."

Divisão da culpa "A questão do futebol não é matemática. Cada um vai assumir seu papel. Eu estou aqui para assumir minha parte, é isso que devo fazer, com transparência, porque a ideia não foi boa, não funcionou a tal ponto de ser goleado. Temos que entender que, em um 5 a 1, a primeira parte sempre é aquilo que você pensou para o jogo e que, desde o início, não funcionou bem."

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Ambiente no vestiário. "Ainda não conversei com os jogadores, vou conversar só depois da coletiva. Vocês devem imaginar como é um vestiário como você toma 5 a 1, é assim que ele está."

Futuro. "Nós vamos continuar trabalhando da maneira como estamos trabalhando e com as boas condições que temos de trabalho. Nosso dia a dia é adequado. Não executamos bem por nossa culpa."

Força na Neo Química Arena. "Itaquera faz parte da história recente vencedora do Corinthians. Você não tem uma passagem tão dura como o Pacaembu fazia parte no passado, quando cheguei na primeira vez. Tudo isso é novo, o torcedor é um pouco diferente. Nada se justifica o que aconteceu hoje. O que aconteceu hoje vai entrar em um capítulo especial, pertence a este jogo e tudo que o torcedor fizesse hoje ele estaria coberto de razão."

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