Tiro, temor e goleada: Corinthians vive caos total em véspera da eleição
O Corinthians chega ao dia da eleição após um dia dos mais turbulentos. A véspera do pleito teve tiro no Parque São Jorge, temor pelo adiamento e terminou com uma goleada vexatória dentro da Neo Química Arena.
Dia de caos
O dia amanheceu com os muros da sede social pichados. As mensagens gravadas continham ameaças ao candidato da situação, André Luiz Oliveira, com dizeres como: "Vai morrer", "Guerra" e "Fora, André Negão".
Além disso, tiros foram disparados nas janelas do prédio durante a madrugada. Um homem usando capacete foi flagrado por câmeras atirando com uma arma de fogo na fachada do Parque São Jorge.
Os ataques movimentaram os bastidores e colocaram dúvidas sobre a realização do processo eleitoral. O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, foi à delegacia prestar depoimento sobre o caso, enquanto o presidente do Conselho Eleitoral, Ivaney Cayres, recebia pedidos de adiamento do pleito diante da situação tumultuada.
A data foi mantida, mas a eleição ganhou contornos mais dramáticos no final do dia. O clube cogitou uma entrevista coletiva, mas emitiu nota repudiando os ataques e reforçou que contará "com grande apoio policial e enorme contingente de seguranças privados" para assegurar o exercício pleno do voto dos sócios.
Noite de terror
O Corinthians entrou em campo à noite e foi goleado em casa pelo Bahia por 5 a 1. A estratégia de Mano Menezes foi frustrada em 20 minutos e o time sofreu a maior derrota na Neo Química Arena com a presença da Fiel Torcida — no 5 a 1 para o Flamengo em 2020, o estádio estava vazio devido à pandemia de covid-19.
A partida terminou com invasão de campo e protesto da torcida. Alguns torcedores invadiram o gramado, enquanto a maior parte deu início a protestos contra a diretoria atual e também contra o time. "Fora todo mundo, diretoria omissa e elenco vagabundo", "Duilio, c..., fora do Timão" foram alguns gritos ecoados pela arquibancada.
O fracasso no gramado aumentou a tensão para uma eleição que já fervia. A Gaviões da Fiel, que declarou apoio a Augusto Melo e tinha feito uma convocação geral para protestar contra o grupo da situação antes mesmo do jogo, definiu este sábado como "Dia D" para o clube.
As urnas abrem ficarão abertas das 9h às 17h (de Brasília). O anúncio do vencedor está previsto para a partir das 18h. Apesar de o clube ter mais de dez mil sócios aptos a votar, a expectativa é que compareçam cerca de 4,5 mil. Além da disputa entre André Negão e Augusto Melo para a presidência, a eleição definirá os 200 conselheiros do triênio 2024-2026.
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