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Técnico do Botafogo: 'Fizemos um bom trabalho, mas o resultado é cruel'

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

26/11/2023 19h35

O técnico do Botafogo, Tiago Nunes, viu coisas boas na apresentação do time contra o Santos, mas apontou uma crueldade com o resultado de empate, sofrido aos 44 minutos do segundo tempo, no Nilton Santos. O time, com isso, perdeu a chance de voltar à liderança do Brasileirão.

"Tirando o gol, a gente foi muito consistente. A gente tem que pegar o recorte dos 90 minutos. Temos que ficar com a sensação de que a gente trabalhou bem, fizemos um trabalho bem feito. Mas o resultado é muito cruel", disse o treinador alvinegro, na coletiva pós-jogo.

O que aconteceu? "Quero pontuar que fizemos uma partida muito consistente, uma partida equilibrada. O futebol é tão caprichoso que as coisas parecem tão controladas que, por um lampejo, as coisas mudam. Eu saio com um recorte dos 90 minutos onde o time defendeu muito bem, induziu o adversário ao erro, teve situações de gol e deu uma resposta positiva".

O time está sentindo as derrotas? "A reação de indignação é o combustível para passar ao nosso torcedor. Isso representa a sensação que todos estamos vivendo. Para todos nós envolvidos, a sensação é que a gente fez uma grande partida, muito próxima de um jogo sem erros. É uma indignação geral de todos nós, mas temos que transformá-la em força de trabalho. Transparecer para o torcedor de forma verdadeira que estamos fazendo força para voltar a vencer, senão vira teatral. E não é isso. Tivemos reações de outras maneiras no vestiário. Mas todos mostram que estamos lutando pela mesma causa. Ninguém está satisfeito, esperando que caia uma luz divina. Estamos fazendo a nossa parte para tentar justificar a confiança do torcedor. ".

Como deixar o ambiente mais frio para o time render sem pressão? "Tendo consciência que existem variáveis que estão fora do nosso controle. Se tiver isso e entender que pode influenciar de dentro para fora, começa a investir energia do que a gente pode mover, que são as nossas atitudes. Não controlo o ambiente externo, não controlo o que se escreve, como rebota qualquer frase que eu uso aqui. Esse contexto pertence às pessoas que escutam, que estão vivendo. Esses cabelos brancos não são só pela idade. Não sou tão velho assim, mas tenho muitos anos de futebol. Já investi muita energia em momentos que não conseguia controlar e acabei trocando os pés pelas mãos. Tenho que investir energia nos jogadores, dar um máximo de atenção, treinamento, informação e principalmente respaldo para que eles possam ter o máximo de tranquilidade nos próximos jogos".

Outras respostas de Tiago Nunes

Diagnóstico do elenco diante da instabilidade

"A gente tem muitos pontos de vista. Poderia divagar sobre o que passou e isso não seria saudável para mim e nem para os jogadores. Tenho respeito ético e moral com os profissionais que estavam aqui. Falar do passado não vai reverter o que se viveu. O que eu posso falar para o torcedor é que eu vejo uma equipe equilibrada, que está incomodada pelo número de jogos sem vencer, mas está focada em conseguir o título. Vamos pensar nas nossas atitudes e lutar ao máximo pelo título".

O que fazer agora?

"A partir desse momento vou elaborar o plano para o jogo contra o Coritiba. Antes só estava pensando no Santos. Meu plano é de objetivos curtos. Quero fazer a melhor recuperação para os jogadores e passar uma explicação tática para quem não iniciou. Vai ser um jogo difícil. Eles fizeram jogo duro contra o Fluminense. É um time de bom nível, mesmo já rebaixado".

Contexto do jogo e a torcida

"Quero agradecer à torcida pelo esforço. Acho que os jogadores retribuíram isso. Uma coisa é sofrer o empate com o adversário plantado na sua área, mas não foi o caso. Peço um voto de confiança, que o torcedor continue acreditando que seremos campeões. Temos altos e baixos de muitas equipes, nesse momento o Palmeiras está perdendo. Temos que acreditar até o último segundo".

Teve queda física?

"Não vejo a diferença física do primeiro para o segundo tempo, vi uma equipe mais estratégica no segundo tempo. Quisemos buscar mais os contra-ataques no segundo tempo. Se pegarmos o recorte do gol do Santos, é uma jogada sem estrategia, é uma capacidade individual do Soteldo. É algo muito mais de circunstância do que físico. Vejo nossa equipe muito consciente do que estava fazendo. Lembro de uma defesa do Perri no primeiro tempo e não lembro de mais nenhuma. No segundo tempo tivemos quatro situações de gol que poderíamos ter feito. Claro que o poderia não muda o placar, mas tenho que compartilhar que fizemos um bom jogo".

Entradas de Bastos, Di Plácido e Segovinha

"A falta em si, foi na intermediária, não foi próxima na nossa área. A entrada do Segovia foi para potencializar o nosso contra-ataque, ele se comprometeu muito com a defesa. O Di Plácido entrou porque o Victor Sá estava cansado, pediu a substituição e eu troquei o lado do Tchê Tchê. Nesse contexto, entrou um lateral de origem. Com a bola andando não sofremos, pegamos o recorte só da falta que pode passar a impressão que sofremos. Com o Bastos, adiantamos o Danilo. Acredito que os jogadores que entraram cumpriram o que foi pedido e o gol não tem culpa deles".

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