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Cratera em Maceió: mina da Braskem deixou time sem lar e entristece ídolo

Região onde ficava o CT do CSA foi desabrigada pela Braskem Imagem: Afrânio Bastos/Jornal Extra Alagoas

Bruno Fernandes e Josué Seixas

Colaboração para o UOL, em Maceió (AL)

02/12/2023 04h00

Rafael Tenório, presidente do CSA, acompanhou de perto os impactos do desastre ambiental causado pela petroquímica Braskem, que resultou o afundamento de cinco bairros de Maceió (AL). O tradicional clube de futebol foi despejado do CT Gustavo Paiva em 2019.

Da chegada ao despejo

Tenório chegou ao bairro Mutange aos 6 anos. Ele acompanhou a instalação da Salgema Indústrias Químicas S/A, que viria a se tornar a Braskem, nos anos 1970.

O despejo do CSA aconteceu após meses de discussões. "Precisamos sair às pressas e depois vimos o início do desastre. Foi doloroso, ficamos sem ter para onde ir", diz Tenório.

O novo CT do clube foi bancado com parte da indenização paga pela petroquímica. Os jogadores do clube treinaram até junho deste ano no Estádio Nelson Peixoto Feijó, pertencente ao antigo Corinthians Alagoano, antes de se mudarem para a nova casa, no bairro Benedito Bentes, na parte alta da cidade.

A Defesa Civil de Alagoas decretou "alerta máximo" na região da mina da Braskem. O pior cenário projetado pelo órgão indica uma cratera de 152 metros de raio.

Ela chegou no bairro, foi comprando, comprando, crescendo [...] Na região, a gente pegava caranguejo, siri, peixe, na lagoa e no mangue. A Braskem foi tomando conta, tomando conta... Rafael Tenório

Tristeza afeta um ídolo

Jacozinho, ídolo do CSA Imagem: Levi Yuri/Rcortez/CSA

Essa questão da Braskem deixa meu coração muito dolorido. Hoje acontece isso, e eu evito passar ali. Dói muito ver aquela situação porque me vem lembranças antigas Jacozinho, ex-ponta-esquerda do CSA

Jacozinho conquistou quatro títulos alagoanos pelo CSA na década de 1980. Ele voltou ao clube em 2015 como auxiliar-técnico.

O mais moderno de Alagoas

O CSA ocupava o espaço desde 1922. Durante a década de 1950, foi o estádio mais moderno de Alagoas, sendo o único com condições de receber jogos noturnos pelo fato de ter refletores.

Local era uma chácara. Em 29 de agosto de 1951, mudou de nome e virou o Centro de Treinamento Gustavo Paiva, em homenagem a um dos sócios mais presentes do clube, morto oito anos antes.

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