Filipe Luís como técnico: estilo de jogo definido e meta de voltar ao Fla
"É aqui onde o treinador dá coletiva..." A observação de Filipe Luís sobre o auditório do Maracanã não foi trivial. É uma projeção para um futuro muito próximo para o lateral-esquerdo do Flamengo, que vive os últimos momentos como jogador profissional.
O futuro
Filipe se aposentará na quarta-feira, mas no dia seguinte já mergulha na nova carreira: treinador.
"Sei o que eu senti esse ano, e sei que não quero mais jogar futebol. Tenho muita vontade de dar o próximo passo", disse Filipe Luís.
Ele estará no curso da CBF Academy, iniciando a Licença A, a segunda em importância, mas que já o habilitará para trabalhar na Série A do Brasileirão.
A turma já se reúne hoje (4), em um planejamento que previa o término do Brasileirão ontem (3). Mas a CBF precisou esticar a competição e Filipe vai participar presencialmente a partir de quinta (7).
O técnico Filipe Luís tem uma meta clara: "Meu sonho é treinar o Flamengo e conquistar títulos no Flamengo. Vou realizar".
"Dificuldade com certeza eu vou ter. Mas o primeiro passo é ter a primeira ideia clara de como jogar. Isso eu tenho. Mas não é tão simples, são vários aspectos. O processo de levar o time para jogar do teu jeito leva um tempo. Não sei quanto é, é o que preciso entender um pouco. Que tipo de treino fazer para que o time chegue à forma que você quer jogar. Nunca fiz um treino na minha vida. Sei fazer, mas pelo que eu vivi e não do que precisa ser feito. Tenho muita experiência, muita vivência como jogador, mas como treinador ainda não. Eu acho que vou conseguir rápido. Acho, é uma coisa minha. Acho que eu vou ser bom também (risos). Vamos tentar. Filipe Luís, ainda lateral do Flamengo e futuro técnico
O que mais ele disse?
Como será seu plano de jogo?
"Meu estilo é Flamengo. Só você ver como a torcida quer que jogue o Flamengo, é como eu quero que jogue. Tudo preparado, tudo desenhado. Mas agora é colocar em prática. Porque uma coisa é eu pensar, como jogador. Consigo influenciar alguns dos meus companheiros dentro de campo. Mas como treinador eu não vou estar lá no campo. Não sei se vou conseguir convencer, como é no começo. Mas podem ter certeza que meu pensamento é esse".
Vai trabalhar com Tite em 2024?
"Eu realmente não sei. Vamos esperar passar para a gente sentar e conversar. Tite é um pai para mim também. Não tenho palavras para descrever o que esse cara já fez por mim".
Exigência
"Tenho uma ideia, um modelo, pensamento tão claro do jogo na minha cabeça, que eu quero ficar e continuar no campo. Vou ter que ser bom no que eu faço como treinador".
Referências na função
Newsletter
OLHAR OLÍMPICO
Resumo dos resultados dos atletas brasileiros de olho em Los Angeles 2028 e os bastidores do esporte. Toda segunda.
Quero receber"Simeone transformou a minha vida. Ele me transformou em um campeão. Se ele foi capaz de fazer isso comigo, eu preciso fazer isso com alguém. Eu tive muitos treinadores que me ajudaram. Mas o que mais me marcou foi o Jorge Jesus. O Tite me reinventou no futebol, me botou para jogar por dentro e me deu mais oito anos de carreira. Dorival me deu um ano maravilhoso e outras coisas. Tenho um pouco de cada um. E tem o que não fazer também".
Exemplos ruins no Flamengo
"Meu caderninho com os treinos do Jorge Jesus tem também todos os treinos do Paulo Sousa, do Rogério, do Dome, do Dorival. E todas as coisas que não se deve fazer também".
Cultura da demissão de técnicos
"Eu pensava na Europa: 'Por que o Brasil troca tanto de técnico, por que os caras não mantêm?' Não dá. 80 jogos por ano. O juiz que te expulsa dois jogadores, todo mundo cai em cima do juiz. Ninguém elogia, só critica o juiz. Tem um programa para falar dos erros do juiz. Cansa. O Abel é um milagre por estar aqui há quatro anos. Temos que agradecer. Se o treinador está aqui há dois anos e está ganhando, fala: 'vou embora, porque isso vai cair'. Os treinadores mesmo pedem para sair muitas vezes. Tem que mudar muita coisa. Primeiro, para mudar, tem que vir de cima. CBF: 'Não queremos mais perda de tempo, então o juiz não vai dar mole para jogador que cai no chão'. Vem de cima. Ou então, a CBF obriga os clubes a terem melhores gramados. Aí os treinadores vão ver que está melhorando e vão querer ficar mais tempo. Chega no aeroporto, estão jogando pedra, pipoca. São poucos os que querem aguentar essa pressão. Tem muita coisa para mudar, antes de a gente achar que é o porque o clube está mandando embora o treinador".
Deixe seu comentário