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Tite projeta 2024 do Flamengo e evita promessa de título: 'Demagogia'

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/12/2023 00h59

O técnico Tite projetou o que o Flamengo pode esperar de 2024 após o quarto lugar no Brasileirão. O treinador prometeu empenho, mas evitou afirmar que a equipe ganhará títulos.

Ao torcedor todo nosso empenho leal em cima dos aspectos táticos de todo o conhecimento que eu possa ter e que nós tenhamos; físicos de todo um departamento físico e de fisiologia, que já tem; técnicos da qualidade dos atletas; e emocional para as responsabilidades e para as projeções de títulos que o Flamengo precisa. Esse trabalho eu prometo com essa dignidade e transparência que ao longo da minha vida olho para trás e coloco. Falo de forma orgulhosa isso.

Assegurar título eu não vou porque é demagogia, é querer fazer um carinho. Mas que vamos trabalhar todo o possível nesses itens você pode me cobrar. Isso pode me cobrar, pode ter certeza. Isso é no dia a dia.

Tite

Jogo

Objetivo alcançado. Performance do jogo, no primeiro tempo esteve bem abaixo. O coletivo, todo contexto. Quando pegamos no futebol um detalhe só somos simplistas para não dizer que falta inteligência. A análise é tática, técnica, física e emocional. As vezes uma mais, outra menos. Esteve abaixo, São Paulo foi melhor no primeiro tempo, mereceu o placar. No segundo melhoramos, mas não foi suficiente para buscar o placar. Queríamos mais. Uma classificação, sim, mas até uma performance igual nos dois tempos.

Reforço

Projeção de equipe começa a partir de agora. De interesses de atletas, do clube, de uma série de outros aspectos que são estruturais, da própria organização do Flamengo. A partir de agora e das performances é que se determina.

O Flamengo tem um departamento de scout que independentemente de técnicos já avalia e busca atletas para todas as posições. O que tínhamos como objetivo? A classificação direta para a Libertadores. Claro que queríamos com vitória hoje, uma performance melhor que a do primeiro tempo. Mas não posso e não vou deixar de considerar a recuperação que nesses 12 jogos a equipe teve. A retomada de um nível de aproveitamento de 61% nesses jogos, igual ao do Palmeiras campeão. Jogando contra cinco equipes do G7. O grau de dificuldade eu tenho que enaltecer. Estou chateado? Sim. A performance do primeiro tempo foi ruim? Foi. Quando está assim tem de competir mais? Sim. Competiu no segundo tempo e foi melhor? Sim. Não pode tomar três em lugar nenhum e de jeito nenhum? Sim, como foi contra o Grêmio. Mas também tenho de enaltecer o outro lado. É 61% de aproveitamento, classificação direta. Foram 76 jogos, sabe quantos com intervalo de dois dias? Trinta e cinco. É impossível fisicamente e mentalmente recuperar. Vai estourar atleta, performance vai estourar. Tem que ter um calendário melhor. É para todos. Sei que o técnico ganha muito e os atletas também em relação a uma realidade social e um aspecto de igualdade. Não estou falando de dinheiro, mas de outro contexto, o humano. De exposição que você é exigido com alta performance o tempo todo. É difícil. Dá para melhorar, todos nós. Estive do lado da seleção por seis anos, hoje tenho experiência para dimensionar. Sei que tem que ter uma quantidade de jogos para ter arrecadação e nos pagar. Não estou isentando, mas existem outros fatores importantes para que o espetáculo seja melhor. Teve um dia que eu não dormi. Foram três jogos em seis dias, acordava perguntando onde era o outro jogo. Pela responsabilidade e grandeza. Não é justificativa para o resultado de derrota.

Correções para 2024

Se eu tivesse a resposta para os erros eu não diria publicamente, diria para a direção. Porque entendo que o profissional deva fazer a portas fechadas. Mas é a partir de agora o diagnóstico. Com todo respeito que trouxe ao Filipe Luís [culpa dos jogadores], ele trouxe uma situação que é só dele, mas não é só dele, é do conjunto. De todo trabalho realizado. Fica uma situação simplista e para mim não condiz com a realidade. Não é só atleta, é atleta e comissão técnica, direção, relação com a torcida. Perdemos para o Atlético-MG e o comportamento do torcedor foi surreal. Não tinha presenciado com esse tamanho. Esse conjunto da obra faz a equipe ganhar títulos ou perder.

Começar uma temporada

Fiz uma reconsideração profissional chegando no final do ano. Disse que só trabalharia em 2024 e entendi que o projeto do Flamengo e esses dois últimos meses seriam muito importantes. A partir do momento que o clube colocou isso e nós entendíamos que seria importante também. Seria mais fácil pegar no início do ano e não pegar a responsabilidade de uma classificação. Buscamos conjuntamente com a qualidade e torcida do Flamengo uma classificação e isso iria nos proporcionar uma oportunidade aos atletas. Com exceção dos goleiros, porque é difícil ser goleiro, poucos atletas não foram utilizados. Uma garotada que vem surgindo com qualidade e tem de ter espaço. Encontrar esse mecanismo e agora com o processo mais avançado. Trabalhamos, os atletas já sabem como pensamos. Nesse aspecto avança passos para planejar. Vamos buscar a partir de agora de forma mais decidida os nomes.

Arrascaeta

Não pode e não é [dependente]. Flamengo tem grandes jogadores. Gerson, Cebolinha, Luiz Araújo, Pedro. Tem opções, bola parada ofensiva. É uma visão um pouquinho botando peso demais em cima dele. Vamos dividir.

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