Endrick elege Murilo, do Palmeiras, como zagueiro mais chato: 'Pega pesado'
Colaboração para o UOL, em Aracaju
08/12/2023 20h27
Convidado especial do Fim de Papo, o atacante Endrick escolheu o companheiro Murilo, do Palmeiras, como o zagueiro mais difícil que já enfrentou na curta e vitoriosa carreira.
O zagueiro mais chato que eu enfrentei foi o Murilo, aqui nos treinos ele é muito chato mesmo. Eu vou correr, ele me puxa, eu toco a bola, ele tromba em mim, não deixa eu passar, está sempre pisando no meu pé, me empurrando. Eu falava: 'pô, por que tu tá fazendo isso?'. E ele falava que era isso que vou enfrentar ano que vem na Espanha, jogos contra o Atlético de Madrid, jogos duros. Isso que eu falo que é um amigo mesmo, ele não pega leve comigo dentro de campo, tem até horas que eu me estresso, eu vou mais firme dentro de campo, ele também vem mais firme, mas creio que ele sempre me ensina coisas novas. É óbvio que tem coisas que a cabeça esquenta, mas agradeço muito a ele por fazer isso.
No bate-papo, Endrick disse que passará férias após o título brasileiro do Palmeiras em Madri e vai conhecer o presidente do Real, Florentino Pérez, clube que defenderá a partir do meio do ano que vem. Ele ainda falou sobre sua relação com Abel Ferreira e contou como foi a entrada no time titular na reta final do campeonato.
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A gente entrou de férias agora, vou para Madri. Vou curtir com minha família, conhecer o presidente [do Real Madrid], ver o Vini, o Rodrygo, ver o Rodrygo jogar, só quero relaxar agora mentalmente e fisicamente. Ano no que vem tem dois campeonatos para disputar [antes de ir para o Real Madrid], quero ganhar os dois se Deus quiser.
Fico grato a Deus por ter colocado um técnico como Abel na minha primeira aparição no profissional. Ter o Abel como treinador é impressionante, a primeira coisa que ele chegou a conversar comigo, ele falou que seria tudo no tempo de Deus e nisso ele estava corretíssimo, antes de chegar no profissional eu já pensava assim, sabia que Deus teria o momento certo para me colocar. O pessoal pedia, falava, mas eu sempre ficava tranquilo, ele me colocou no momento certo, que foi contra o Athletico-PR, o Abel é um cara que só tenho a agradecer, sempre me ajudou. É óbvio que todo mundo quer estar jogando, mas o que for melhor para o Palmeiras é a melhor coisa. E sobre a concorrência, já joguei junto com o Rony, a gente sempre faz movimentos, sempre está correndo, nunca está parado, espero que quando ele voltar da lesão do braço, possa voltar melhor do que estava. Espero que a gente possa jogar junto e ajudar o Palmeiras a ganhar mais títulos. Endrick
Confira outros trechos da entrevista com Endrick, atacante do Palmeiras
Virada por 4 a 3 contra o Botafogo
"Foi um jogo muito bom, pude fazer dois gols e ajudar a equipe a virar. Creio que ali foi a chave para a gente virar, correr atrás do título, buscar o título e entrar na briga. O que eu ouvi [no intervalo] foi quando os caras começaram a gritar 'é campeão', estava focado dentro de campo, em nenhum outro lugar, então não vi o cara [atleta do Botafogo] dando a volta olímpica [por causa da conquista da medalha nos Jogos Pan-Americanos] e ali eu fiquei muito bravo, porque nossa torcida foi pra lá, meu pai tinha falado que ia. Eu falei: 'não vou deixar isso acontecer, minha torcida ouvir isso do Botafogo'. Depois de tomar aqueles 3 gols, eu fiquei abalado, porque nossa torcida tinha enchido o setor visitante. Depois, quando fui para o segundo tempo, era como o Abel tinha falado, não tinha como a gente fazer pior do que fez no primeiro tempo, então eu fui para o segundo tempo com felicidade, com alegria nos pés e pude ajudar minha equipe."
Posição preferida para jogar
"Eu cheguei no Palmeiras, era meia-atacante, até que o professor Alemão me colocou pra ponta-esquerda, jogava com o Luis Guilherme e o Luigi. Depois, eu subi de categoria, fui para posição de centroavante, mas como não sou um cara tão alto, não consigo segurar a bola ali na frente, sou um cara que gosta de se movimentar, então desde o sub-13 eu tive liberdade para sair do confronto com o zagueiro e ir lá atrás buscar a bola, participar do jogo. Joguei de ponta-direita também, para mim não importa onde seja, só de estar jogando eu estou bem, mas óbvio que minha posição favorita é onde eu estou jogando hoje no Palmeiras, que é de centroavante. Estou bem feliz e ajudando minha equipe."
Sonha com o ataque da seleção?
"É difícil falar porque tem outros craques, todos queremos o melhor para seleção. Não importa quem esteja jogando, se e o Vini Jr., se o Rodrygo, se sou eu. É lógico que, no Real Madrid, se a gente estiver bem, feliz, com brilho nos olhos, ousadia e alegria, vamos fazer a torcida madridista feliz. Eu fui para a seleção numa época que a gente perdeu dois jogos, foi ruim para todos nós, a gente queria vencer, mas infelizmente perdemos. Não tem só eu como atacante, tem vários outros, todo mundo só quer o bem para a seleção, qualquer jogador que entrar vai se entregar ao máximo, fazer gol, ajudar a equipe. Na próxima Copa, acredito que teremos atacantes para ajudar fazendo gol, ajudando a marcar, fazendo qualquer coisa para ajudar nossa seleção, não importa quem esteja ali na frente."
Importância da família
"Minha família sempre foi importante para mim, meus pais sempre foram a chave para tudo, se não fosse eles, eu não estaria aqui. Tê-los na minha vida é muito, muito importante, eles me ensinaram desde pequeno a ser um homem. Estou muito feliz e espero que eu possa dar muita felicidade para eles, agradeço a eles por tudo."
Um ídolo no futebol
"Cristiano Ronaldo. Pelo trabalho, pelo esforço, por tudo que ele passou pela vida, creio que é um ídolo que eu tenho. É o ídolo certo para minha vida."