A Justiça publicou hoje a decisão que oficializa a saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e determina a realização de nova eleição na entidade em 30 dias úteis.
O que aconteceu
Quem comanda a CBF temporariamente é o presidente do STJD, José Perdiz.
A responsabilidade dele, segundo a Justiça, é realizar a eleição na CBF em 30 dias úteis. O prazo, então, vai bater na semana de 22 de janeiro.
Até a posse da diretoria eleita, Perdiz também ficará responsável por "pagar as despesas corriqueiras que permitam o funcionamento da entidade, como salários e afins".
O presidente do STJD será intimado para assinar o termo de compromisso "o quanto antes".
O UOL apurou que ontem Perdiz voltou a Brasília, onde mora, mas deve voltar ao Rio para cumprir o rito previsto no acórdão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Por que a Justiça mudou o presidente da CBF
A decisão de quinta-feira (7) foi invalidar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre CBF e Ministério Público do Rio (MP-RJ). Os desembargadores decidiram que o MP não tinha legitimidade para firmar o documento.
Como o TAC serviu de alicerce para a eleição, a decisão automaticamente invalidou o mandato de Ednaldo, assim como já havia ocorrido com o pleito que levou Rogério Caboclo ao poder.
Tudo o que aconteceu na CBF a partir de 2017, em termos eleitorais, ficou sem validade.
Aí, sem alguém para comandar, a solução encontrada pelo TJ foi nomear José Perdiz para conduzir o processo eleitoral em até 30 dias.
Cabe recurso ao STJ, em Brasília.
Ednaldo, por outro lado, tem procurado não se afastar do comando da CBF, apesar do recesso da entidade ter começado.
O dirigente está se articulando para a hipótese real de disputar novamente a eleição da CBF, já que a decisão judicial não o tornou inelegível ou coloca qualquer obstáculo à atuação dele como dirigente.
A articulação da oposição
A decisão que derruba Ednaldo neste momento é o desfecho de uma mobilização da oposição ao dirigente que ganhou corpo recentemente.
Os tropeços da seleção brasileira foram o estopim para que nomes como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero saíssem do ostracismo para criticarem publicamente a gestão Ednaldo. Ambos foram banidos pela Fifa por conta de acusações de corrupção.
Mas a oposição a Ednaldo é mais ampla do que a dupla banida. A questão agora é quem será o candidato que medirá forças com Ednaldo quando Perdiz convocar a eleição.
No momento, algumas federações estaduais preferem esperar os movimentos para se posicionar.
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