60 voos por ano e loja de discos: conheça o 'torcedor viajante' do Flu

"Aonde o Flu jogar, é pra lá que eu vou." O trecho é uma paródia da música "E se quiser saber sou tricolor", e se tornou um mantra para Alexandre Vilella. Aos 57 anos, ele se prepara para aquela que considera a maior aventura até aqui: embarcar para a Arábia Saudita para acompanhar o Mundial de Clubes.

No dia seguinte à vitória sobre o Boca Juniors eu já fiz a reserva de passagem e hotel. Eu tinha de estar lá. Vai ser a maior viagem e aventura que já fiz pelo Fluminense Alexandre Vilella

O que aconteceu

Vilella já rodou o continente para acompanhar as partidas do clube de coração e, atualmente, faz disso sua rotina, documentada e divulgada através do canal no YouTube "Vilella viajante tricolor", lançado há quase três anos.

Os quilômetros rodados e as cidades onde já esteve por causa do Fluminense são números que se perderam com o tempo, e Vilella admite não se lembrar com precisão, indicando que as anotações passaram a ser mais recentes.

O diário de bordo, porém, começou em 2008, justamente no decorrer da disputa daquela Libertadores. "Eu comecei a frequentar os jogos com 9, 10 anos. Em 1980, com 14, fui a todos os jogos no Estado do Rio, e em alguns pontuais fora. Na Libertadores de 2008, fui ao Morumbi, nas quartas contra o São Paulo, ao El Cilindro [semi, contra o Boca] e a Quito [primeiro jogo da final contra a LDU]. Ali me deu um start e fui embora. São 15 anos já", recordou.

Atualmente, o "viajante tricolor" pega cerca de 60 voos por ano: Em 2022, foi a todos os jogos e caminha para uma nova marca em 2023: "Eu tinha média de presença de 70% a 85% das partidas. Em 2019, dos 69 jogos, fui a 63. Depois, veio a pandemia, mas, ano passado, fui aos 71 jogos".

Não tenho história triste para contar. Estou tão acostumado a viajar que eu já levo de boa. Mas se eu tiver de eleger o perrengue, La Paz, na Bolívia, acho que foi a pior por causa da altitude

Concilia viagens

Vilella tem uma loja de discos com foco no rock'n'roll, em uma galeria que fica a alguns metros da sede do Fluminense, e conta com a ajuda de um gerente quando embarca com a camisa tricolor.

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As viagens são planejadas para que o dia a dia possa ter o melhor encaixe. E, para a Arábia, contou pela primeira vez com a ajuda financeira dos inscritos no canal.

O carinho que recebo é muito bacana. Eu chego aos lugares e o pessoal pede para tirar foto, vem falar. Quando vou para fora, você não tem ideia. Há um planejamento, claro. Não sou rico. Mas essas viagens também têm retorno por conta do meu canal

'Vou ficar insuportável'

O torcedor do Flu admite que o Manchester City começa o Mundial como favorito, mas não esconde uma esperança de a taça ir para Laranjeiras.

"A expectativa é média, pela boa fase que estamos vivendo. Mas nós vamos com aquela história: 'nasceu pelado, careca e sem dente, o que vier é lucro'. O objetivo é ganhar, mas sabemos que os favoritos são eles. Mas, se ganhar, vou ficar insuportável", afirmou.

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