Denúncia em conduta de Gabigol é regra: o que diz especialista sobre o caso
Especialistas explicam que a denúncia contra Gabigol é padrão em casos como o dele. Agora, cabe ao jogador comprovar que não houve tentativa ou mesmo uma fraude no teste antidoping.
O que aconteceu
O jogador alega que o exame deu negativo e nega erro de procedimento. O resultado, porém, não tem influência neste caso.
O atleta não pode sumir ou sair da vista dos oficiais de controle. Isso para evitar situações que facilitem a adulteração do resultado.
A denúncia é de "regra" porque a coleta não foi feita da maneira como deveria. "Isso não quer dizer, e não podemos pensar ou afirmar, que o resultado seria analítico adverso, ou seja, positivo para doping", disse Rodrigo Mello Teixeira, um dos especialistas consultados. Ele é ex-membro da comissão de dopagem do Rio Grande do Sul.
Se o atleta, no caso de controle fora de competição, não se apresenta em tempo hábil, simplesmente não se apresenta ou apresenta amostra fora dos padrões exigidos, é de notificação compulsória por parte dos agentes do controle a denúncia. Isso não quer dizer, e não podemos pensar ou afirmar, que o resultado seria adverso ou positivo. Mas é regra haver essa denúncia.
Rodrigo Mello Teixeira
Isso vale também para jogadores que se recusem a ir para a coleta após alguma partida. Os atletas selecionados são obrigados a irem para a sala de controle.
A suspensão pode ser de quatro anos por fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle de dopagem. Há algumas exceções.
Existe uma série de protocolos obrigatórios na coletiva de amostras e análise. As considerações legais devem ser rigorosamente seguidas para garantir força jurídica, certeza científica e para apoiar o reconhecimento mútuo e o compartilhamento de dados entre organizações.
"Quando um oficial de controle de dopagem notifica um atleta sobre o exame, existe um tempo limite para a coleta. Em linhas gerais, é o mínimo de tempo possível. Pode haver um atraso justificado se o atleta vai a um pódio receber uma premiação, por exemplo. Isso sempre sob vigilância do oficial de controle para evitar fraudes no exame", explicou Teixeira.
O caso
Gabigol foi acusado de tentar fraudar um exame antidoping surpresa realizado em abril. Os funcionários do CT do Fla presenciaram o momento, mas a denúncia pegou várias pessoas do clube de surpresa.
Isso aconteceu na véspera do jogo de volta da final do Carioca. O Fla perderia a partida por 4 a 1. Três dias antes, o Flamengo tinha ido a Quito, no Equador, jogar contra o Aucas pela Libertadores. Perdeu por 2 a 1.
A equipe de testagem tinha orientação para testar determinados jogadores, escolhidos antes do início do treino, às 10h. Gabigol não aceitou fazer o teste de urina e foi direto para o gramado.
Ao final da atividade, Gabigol ignorou os oficiais. Após o almoço, pegou o vaso coletor e foi sozinho ao banheiro para urinar, devolvendo o frasco aberto.
Gabigol se sente incomodado quando faz os testes porque acha que é mais visado que outros jogadores. A defesa dá vários argumentos contra a denúncia.
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