"Para o meu ídolo, King James. O melhor!". A dedicatória escrita por Vini Jr na camisa da seleção brasileira que ele deu a LeBron James resume a relação entre o craque do Real Madrid e a NBA. Outros jogadores brasileiros também cultivam gosto por todo universo da liga de basquete dos Estados Unidos. Mas por que isso acontece?
O que aconteceu
Craques como Vini Jr, Neymar e Endrick curtem não apenas o jogo, em si, mas todo o estilo que está atrelado ao basquete dos EUA.
No caso de Vini, há um componente adicional, por ver em LeBron James o exemplo para se posicionar em questões de lutas raciais e ações sociais. Em suas costas, o brasileiro tatuou Kobe Bryant e Michael Jordan, outras duas referências suas no basquete.
O craque do Real Madrid já visitou a estrutura que LeBron construiu em Akron, no estado de Ohio, cidade em que nasceu. E isso serve de inspiração para os projetos de Vini, como o Instituto.
O estilo da maioria dos jogadores da NBA envolve não só a forma de se vestir e usar acessórios, mas também as músicas. O basquete é um jogo coletivo, mas que cultiva grandes ícones individuais.
Há décadas, os jogadores pretos são os dominantes — de Bill Russell a Kareem Abdul-Jabbar, passando por Michael Jordan e Kobe Bryant, chegando ao próprio LeBron. Isso cria uma identificação para vários brasileiros.
As redes sociais reduziram as distâncias entre os jogadores de futebol e os da NBA. Foi assim com Neymar e Jimmy Butler e também com Vini Jr. e nomes como Shai Gilgeous-Alexander e Giannis Antetokounmpo.
Neymar é a ponte que leva Butler a Gabigol e a visita ao Flamengo, por exemplo, ampliando o alcance da relação pessoal entre os ícones da NBA e o futebol brasileiro.
Existe admiração e respeito recíprocos entre os jogadores que chegam ao topo, ou mesmo mostram potencial para chegar até ele. A NBA ainda conta com um diferencial, que é a promoção dos jogos e de quem vai a eles, o que envaidece muito os atletas e espectadores. Tem o fato de a liga ser nos Estados Unidos e um dos pilares da divulgação do modo de vida americano, por décadas, Thiago Freitas, diretor de operações da Roc Nation Sports, que administra as carreiras de Vini Jr. e Endrick.
A passagem recente de Vini Jr e Endrick
Vini Jr assistiu a cinco jogos durante a passagem pelos EUA nos últimos dias: Oklahoma City Thunder x Los Angeles Clippers, Sacramento Kings x Phoenix Suns, Los Angeles Clippers x Boston Celtics, Los Angeles Lakers x Boston Celtics e Brooklyn Nets x Milwaukee Bucks.
O brasileiro viu os jogos da beira da quadra (assentos mais valiosos), tirou fotos com jogadores e trocou camisas com alguns deles, como Jason Tatum, Jaylen Brown (Boston Celtics), Shai Gilgeous-Alexander (Thunder) e Anthony Davis (Lakers).
Giannis Antetokounmpo, dos Bucks, não só deu a camisa, ainda à beira da quadra, como deixou com Vini Jr seu avantajado par de tênis que usou na partida.
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Quero receberVini Jr vive um contraste em relação ao primeiro jogo que assistiu in loco. Em dezembro de 2017, em Orlando, ele ficou de longe, em um dos assentos "normais" nos setores intermediários do ginásio. Agora, respira o lado de um torcedor popstar.
Menos conhecido internacionalmente, Endrick também foi a um jogo do Boston Celtics e trocou camisa com Jayson Tatum. Depois, foi a um jogo do Boston Red Sox, da liga de baseball, onde participou de uma ação ao lado de outro nome da NBA, Darius Garland, do Cleveland Cavaliers.
"Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar estar vivendo tudo isso. Conheci o Tatum num dia, agora o Garland, caras que eu via pela televisão, pois sou fã de NBA. E ainda pude arriscar jogar beisebol, que era algo que eu nunca tinha feito, neste estádio que é uma referência", disse Endrick, no Fenway Garden, centenário estádio e mais antigo da Major League Baseball (MLB), construído em 1912.
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