Parreira lamenta morte de Zagallo, seu melhor amigo: 'Notícia devastadora'
Do UOL, em São Paulo (SP)
06/01/2024 12h01
Carlos Alberto Parreira se emocionou ao falar sobre a morte de Zagallo, o principal parceiro de sua carreira.
O que ele disse
É uma notícia muito triste, devastadora [a notícia da morte de Zagallo]. O Zagallo era o meu melhor amigo no futebol. Meu mestre. Foi um cara que me ajudou, me protegeu e me ensinou tudo que aprendi no futebol. Foi um privilégio meu ter ele ao meu lado por tantos anos. Carlos Alberto Parreira, em entrevista ao Seleção SporTV.
A amizade entre Parreira e Zagallo
Parreira foi o principal parceiro de Zagallo. Eles se conheceram na Copa de 1970, no México, quando Parreira foi um dos preparados físicos e Zagallo era o técnico.
Eles trabalharam juntos na seleção do Kuwait cinco anos depois, onde Parreira tinha papel fundamental para o Velho Lobo — que já era treinador. Zagallo não falava inglês e Parreira era o seu tradutor, isso fez com que ele aprendesse muito sobre táticas de jogo e passou a olhar a função de técnico com mais carinho.
Em 78, Zagallo retornou ao Botafogo e tentou levar seu amigo Parreira, mas a diretoria do clube carioca não quis pagar metade do que Zagallo receberia. Parreira ficou no Kuwait e iniciou sua carreira como técnico.
O tempo passou, mas não abalou a amizade dos amigos. A dupla foi reeditada na Copa de 1994: Parreira era o técnico e Zagallo seu auxiliar. A seleção brasileira conquistou o tetracampeonato mundial e encerrou um jejum de 24 anos sem um título mundial.
Parreira e Zagalo também formaram a comissão técnica de 2006, mas a parceria não rendeu o esperado. A campanha na Copa disputada na Alemanha foi decepcionante e acabou com uma queda nas quartas de final contra a França.
Veja outras falas de Parreira sobre Zagallo
Amizade de 52 anos: "O Zagallo não foi só 94, eu comecei a trabalhar com ele em 1970. Fomos amigos, companheiros e profissionais ao longo de 52 anos. Foi um privilégio e agradeço a Deus sempre por essa oportunidade, de ter conhecido uma pessoa tão generosa. Nós tínhamos a mesma filosofia de futebol, mas claro que o Zagallo muito mais experiente do que eu. Participei de diversos cursos e juntamos as diversas experiências, nunca tivemos um contratempo, era defender e atacar com a máxima eficiência".
Influência de Zagallo pra virar treinador: "Aprender todos os detalhes do futebol e do mundo futebolístico. Como era armar o time, preparar uma equipe defensivamente, ofensivamente, como era jogar com e sem bola, o Zagallo se preocupava muito com isso. Como eu sempre gostei dessa área, confesso que aprendi muito com ele".
Copa de 94: "Na seleção tinha um técnico, que era eu. E o Zagallo, um amigo confidente e conselheiro, estava presente em todos os momentos".