A reunião entre os 40 clubes das Séries A e B com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, teve muitas sugestões, críticas, mas poucas definições em relação aos temas debatidos.
O que aconteceu
Calendário, janela de transferências, liga e divisões de base foram os assuntos mais levantados pelos dirigentes no encontro com o mandatário da confederação, que retornou ao cargo por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ficou pré-definido um ajuste envolvendo o calendário e a janela de transferências nacional para evitar o que aconteceu com o Água Santa, por exemplo, ano passado, no Campeonato Paulista, quando chegou à final com diversos jogadores já negociados, uma vez que a janela encerrou em março e a competição em abril.
Calendário é um dos problemas que temos muito sérios no futebol brasileiro, mas comentamos por alto. Não falamos dos detalhes, falamos de vários pontos, inclusive isso
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo
Ednaldo Rodrigues, mais uma vez, permitiu que os convidados apresentassem soluções e apontassem problemas, assim como foi feito ontem (8), na reunião com os presidentes de federações.
Na opinião do presidente do Santos, Marcelo Teixeira, faltou uma pauta mais específica para que o encontro se tornasse mais produtivo:
Não houve uma pauta. O presidente da CBF quis ouvir os clubes, e isso fez com que não tivéssemos uma reunião tão produtiva e com soluções. Alguns clubes fizeram manifestações. Acredito que, para que a gente possa dar encaminhamento a diversos assuntos, precisamos ter uma pauta para que ela seja obedecida e resolva, na prática, pendências que tenham que ser resolvidas
Marcelo Teixeira, presidente do Santos
Ednaldo Rodrigues prometeu uma participação mais direta dos clubes no futebol brasileiro:
Reunião altamente positiva, com participação maciça dos clubes das Séries A e B. Falamos do futuro do futebol brasileiro, das melhorias das competições ouvindo mais os clubes, com todos participando mais ativamente de todos os detalhes. Ouvimos todos de forma independente para que possamos já nas reuniões dos Conselhos Técnicos de cada competição colocar todas as sugestões passadas e acatá-las dentro de uma realidade possível, desde que amparada pelas leis. A nossa pretensão é construir um futebol brasileiro cada vez mais forte e com a participação direta dos clubes
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF
Otimismo com liga, mas sem prazo para definição
Houve um tom de otimismo sobre a formação de uma liga no futebol brasileiro, mas com divergências sobre quando se terá uma definição para que se crie um bloco único de clubes. Atualmente há três grupos: Libra, Forte Futebol e as SAF's.
A liga verdadeira tem que ter os 40 clubes. Esse assunto foi falado e debatido na reunião. As coisas vão andar para, num futuro breve, a gente ter a liga. Quem sabe em breve no futebol brasileiro. Talvez ainda não para este ano. Se sair este ano será ótimo. Mas a necessidade é muito grande. O futebol brasileiro, com toda certeza, vai ser outro depois da liga. É preciso que todos clubes trabalhem com esse objetivo de unir os dois blocos, o ganho vai ser enorme. Mas tem que sair definitivamente
Sérgio Rodrigues, presidente do Atlético-MG
O Flamengo vem acompanhando e participando de discussões. Também temos a expectativa positiva de que ao final de um processo, que não sei se vai se dar esse ano, mas talvez nos próximos. Estamos em uma fase adiantada de negociação dos direitos de transmissão. Vamos ver se chegamos a um acordo ainda em 2024. Se não chegar, talvez nos próximos. É o interesse de todos os clubes
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo
Hoje, são detalhes muito pequenos. Eu, particularmente, cheguei de volta ao Santos e conversei com a Libra, com meus pares de clubes e o meu pensamento é ter a liga unida. Cada qual com seu perfil, mas todos unidos. Acredito que estamos caminhando muito próximos para termos uma única liga para que a gente fortaleça o futebol brasileiro
Marcelo Teixeira, presidente do Santos