Futebol 'corajoso' e de drible: como novo técnico do SPFC gosta de jogar

Novo técnico do São Paulo, Thiago Carpini não deve apresentar uma equipe reativa em campo: o técnico é adepto de um futebol "corajoso", de construção e repleto de dribles.

O jogo de Carpini

O treinador abordou a maneira com que gosta de jogar em entrevista ocorrida em março do ano passado ao Flow Sport Club — na época, ele comandava o Água Santa na campanha que culminou com o vice do Campeonato Paulista.

A primeira característica pontuada por Carpini foi a necessidade de seu time "ter a bola". O ex-volante, hoje com 39 anos, reforçou que não abdica de um jogo construído da defesa até o ataque e citou a necessidade de ter atletas "corajosos".

O drible foi outro aspecto reforçado pelo agora são-paulino. Ele lamentou que o futebol brasileiro tenha "perdido um pouco da irreverência" e deixou claro que não barra seus atletas do enfrentamento com zagueiros por meio de lances individuais.

Eu gosto de ter a bola, do futebol corajoso, de propor, de construção... hoje o futebol está muito físico, e a gente perdeu um pouco da nossa irreverência. [...] Para jogar nos meus times, tem que ter essas características com capacidade técnica e o 'gostar' de ter a bola. Às vezes, a gente vê jogos que nem são futebol: você não tem a bola nunca e só corre atrás — ou espera o outro errar para reagir. Não que eu ache isso errado porque não tem certo e errado, mas é o que eu penso Thiago Carpini, ao Flow Sport Club

O Carpini de 2023

Carpini durante jogo do Juventude; treinador conseguiu acesso à Série A
Carpini durante jogo do Juventude; treinador conseguiu acesso à Série A Imagem: Gabriel Tadiotto/ECJuventude

Curiosamente, os times de Carpini se destacaram por uma defesa sólida no ano passado — tanto no trabalho do Água Santa, vice-campeão estadual, quanto na passagem pelo Juventude, que conseguiu voltar para a Série A.

Sob comando do ex-volante, a equipe de Diadema atuou 16 vezes no Campeonato Paulista e tomou apenas 15 gols, totalizando uma média de menos de um gol sofrido por partida.

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Em Caxias do Sul, o desempenho defensivo foi ainda melhor: apenas 24 gols sofridos em 32 duelos disputados. O Juventude, aliás, terminou a Série B como segundo time menos vazado, atrás apenas do Vila Nova.

Carpini também mostrou que seus elencos têm poder de fogo. O Água Santa chegou a vencer o poderoso Palmeiras por 2 a 1 na ida da final do Paulistão, e o Juventude engatou cinco vitórias (com 11 gols marcados) no início da trajetória de seu agora ex-treinador.

A gente tem que organizar [a equipe] taticamente e criar alternativas, mas não quero tirar o improviso, o drible, o chute, a irreverência. É isso que trabalho com os atletas Thiago Carpini

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