Quem são os torcedores que suportam calorão para assistir jogo na Copinha

Janeiro é o mês da Copa São Paulo e, apesar do calorão e dos horários por vezes ingratos, os torcedores marcam presença. O UOL esteve no estádio Nicolau Alayon e na Ibrachina Arena para descobrir o que leva os torcedores às partidas.

O que aconteceu

As arquibancadas cobertas, as sombras das árvores e até guarda-chuvas ajudam a amenizar o calor. Os espaços cobertos da Ibrachina Arena e do Nicolau Alayon estavam lotados, enquanto as arquibancadas descobertas contavam com poucos corajosos.

O jogo entre Picos e CSA, na Ibrachina Arena, tinha apenas quatro pessoas na quente arquibancada descoberta. O concreto estava tão quente próximo ao fim do jogo — por volta de meio-dia (de Brasília) — que estava difícil permanecer sentado.

O casal Andrey Lise e Letícia Freitas — que mora no bairro da Mooca — estava entre os corajosos. A Ibrachina Arena está localizada no bairro da Mooca, enquanto a casa do Nacional-SP é na Água Branca.

Andrey Lise e Letícia Freitas, torcedores que foram à Ibrachina Arena ver jogos da Copinha
Andrey Lise e Letícia Freitas, torcedores que foram à Ibrachina Arena ver jogos da Copinha Imagem: Carolina Alberti/UOL

A gente mora aqui na Mooca, e veio prestigiar. A gente vem uns três anos já [ver jogos da Copinha]. A gente vai em praticamente todos os [jogos] do Juventus, aí como Ibrachina é da Mooca também, a gente veio. Andrey Lise, 24 anos

Bonés, roupas frescas, água e sorvetes ajudavam a combater o calor. Grande parte da torcida optou por bermudas, shorts e blusas de tecido leve. Muitos carregavam copos ou garrafas de água e compraram sorvetes de ambulantes.

Poucos se aventuram a usar as camisas dos clubes locais. Nos estádios de ambos os clubes — Nacional e Ibrachina — houve venda de camisa, mas passaram grande parte do tempo vazias.

E teve até quem enfrentou o calorão para estudar e avaliar o nível da competição. Nas arquibancadas era possível ver camisas de clubes de várzea e também alguns torcedores carregando cadernos com campinhos.

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Eu vim prestigiar os meninos e também olhar um pouquinho como é que funciona, qual é o nível dos jogadores, da competição, dos outros clubes. É importante a gente ver também taticamente como é que funciona Alex, do Complexo JVF, time que disputou a última Taça das Favelas.

Férias escolares, folga e trabalho híbrido também ajudam a "driblar" os horários das partidas. A vitória do CSA sobre o Picos na última quarta-feira, por exemplo, começou às 10h45 (de Brasília).

Eu gosto de ver a molecada jogando, sempre assisto. Aproveitei que o meu filho está de férias e vim assistir com ele. Meu esposo está de folga e veio também Liliane, 41 anos

Luciano, torcedor do Vitória, na Ibrachina Arena
Luciano, torcedor do Vitória, na Ibrachina Arena Imagem: Carolina Alberti/UOL

Minha filha mais velha mora em São Paulo e eu vim passar essa semana com ela aqui em São Paulo. Aproveitei a oportunidade para assistir a Copa São Paulo

Luciano, 57 anos, torcedor do Vitória

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As mães não podem faltar

Por filho a gente faz tudo. Passa filtro solar e vamos embora. Vamos na torcida, porque vale a pena. Vírginia, mãe do Paulo Russo, meio-campista do CSA

Virgínia, mãe do meio-campista Paulo Russo, do CSA, na Ibrachina Arena
Virgínia, mãe do meio-campista Paulo Russo, do CSA, na Ibrachina Arena Imagem: Carolina Alberti/UOL

Virgínia foi uma das poucas a ficar na arquibancada descoberta da Ibrachina Arena. Acompanhada de seu terço, ela andou de um lado para o outro da arquibancada e incentivou o time do filho até o apito final.

Somos de Niterói. Viemos de carro [até São Paulo]. Desde o dia 30 estamos aqui na luta. Passamos o Ano Novo com a delegação, que tinha acabado de chegar. Mas tudo pelo nosso filho.

Já Sandra, mãe do camisa 10 do Avaí, saiu de Emilianópolis, no interior de São Paulo, para ver Ronaldy. O jovem foi o autor do gol da vitória contra o Nacional-SP pela última rodada da fase de grupos.

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É uma emoção muito grande. Quase 600 km para chegar até aqui, e o time dele é lá de Santa Catarina, que é mais longe ainda. [...] É difícil para os pais [conseguir estar aqui], mas a gente faz um sacrifício para os nossos filhos.

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