"Acho que você está me xingando, moça". A reação da funcionária de limpeza ao ser questionada sobre como chega à Ibrachina Arena, casa do jovem clube da Mooca - bairro da Zona Leste de São Paulo -, retrata o entorno nada parecido ao de um estádio de futebol.
O conjunto de prédios, cuja calçada ela limpava, é uma exceção no caminho entre a estação Juventus-Mooca e o estádio. Seis quarteirões da Rua Borges de Figueiredo separam os lugares.
Os galpões fechados, casas apertadas e vilas entre os quarteirões tomam conta do cenário. Nem a faculdade FAM - vazia por causa das férias - consegue destoar do clima frio e desértico.
Poucos são os que andam a pé e é difícil pedir informação caso seja a sua primeira vez na Ibrachina Arena. O fluxo de carros e caminhões, por outro lado, é grande. Eles porém, dificilmente estacionam.
Apenas dois bares estavam abertos ao longo do percurso, e souberam guiar até o estádio. Ambos estavam sem clientes, com os funcionários conversando entre si.
O UOL foi até lá na última quarta-feira, faltando cerca de uma hora para o início do jogo entre Picos e CSA, às 10h45. O jogo do Ibrachina seria na sequência, contra o Vitória.
Tem futebol?
O cenário é bem distante do encontrado em jogos dos principais clubes paulistas nas competições profissionais. Ambulantes, alto fluxo de torcedores, food trucks e muito barulho são encontrados.
A fachada se assemelha à de um estabelecimento comercial e demais muros não têm referências ao Ibrachina. É difícil, em um primeiro momento, assimilar que se trata de um estádio de futebol.
Quem frequenta o estádio, porém, afirma que a adesão nesta edição da Copinha está crescendo.
Está vindo mais [gente] do que ano passado. Está tendo mais adesão para o Ibrachina. Andrey Lise, 24 anos, morador da Mooca.
O Ibrachina está na terceira fase da Copinha e encara o Vitória hoje (15). O vencedor avança para as oitavas de final.
E lá dentro?
O interior, porém, é repleto de referências ao time. Os uniformes são expostos logo na entrada, que também conta com um tapete com o escudo do Ibrachina estampado.
Riquelme, hoje no Palmeiras, está estampado em uma das paredes. O jogador veste a camisa da seleção brasileira e segura a taça do Sul-Americano sub-17.
Gramado é cercado e os torcedores preferem se amontoar no coberto. Devido ao forte calor, a maior parte do público optou por assistir ao jogo em pé, mas na sombra.
Os torcedores, inclusive, foram chegando mais próximo do jogo entre Ibrachina x Vitória, pela primeira fase. Alguns entraram já com bola rolando.
Para comer, tem espetinho, salgados, sorvetes e até açaí. As filas estavam grandes no intervalo e entre as partidas.
O Ibrachina ainda conta com um pequeno memorial e uma loja. Ambos com pequeno fluxo.
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