Endrick cita filhas de engraxate para justificar Pix de R$ 1 mil

Antes mesmo de fazer o gol da vitória sobre a Bolívia, na estreia da seleção brasileira no Pré-Olímpico, Endrick já havia virado notícia com a história que veio à tona sobre o Pix de R$ 1 mil que ele fez a um engraxate do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ajudando o trabalhador a pagar contas e a encher a geladeira que "só tinha dois ovos".

Filhas sensibilizaram Endrick. Após o jogo, o atacante do Palmeiras foi questionado por um jornalista estrangeiro sobre o episódio e revelou que se sensibilizou com as filhas de Michel Barreto, que lustra sapatos no local há mais de 20 anos.

Aconteceu isso. Eu vim de uma família que, quando eu era pequeno, não tinha nada, mas quando dava, eles ajudavam algumas pessoas. Hoje, graças a Deus, estou num patamar em que posso ajudar. Não me importo com mídia, com o que as pessoas veem, partiu de dentro do meu coração. Deus tocou no meu coração para poder ajudar as pessoas. Ele falou da filha pequena dele e isso tocou em mim. Cara, para mim não ia importar se vazasse ou não. O que importava era estar de bem comigo. É a melhor coisa Endrick

O que aconteceu

Criado no Complexo da Maré, no Rio, Michel Barreto vivia mais um dia comum engraxando sapatos de passageiros. Durante aquele 8 de janeiro, no entanto, avistou um "iluminado" garoto com menos idade do que seu tempo de profissão: Endrick.

O jogador da seleção olímpica desembarcou ao lado de seus colegas rumo à Granja Comary, em Teresópolis. O local serviu como concentração do elenco rumo ao Pré-Olímpico, que ocorre na Venezuela.

Michel avistou o craque palmeirense e, mesmo flamenguista — pouco fanático, é verdade —, pediu uma foto. Diante da receptividade do atacante de 17 anos, o carioca ofereceu seu serviço e pediu uma "ajuda" ao atleta.

Endrick usava tênis, mas conseguiu colaborar com o segundo pedido e fez uma doação de R$ 1 mil ao engraxate por meio do Pix. Pai de três filhas e separado, o homem de 46 anos natural do bairro de Bonsucesso falou ao UOL sobre o caso — inicialmente divulgado pela página "Embaixada".

"Só tinha dois ovos na geladeira"

A rotina no aeroporto. "Faz mais de 20 anos que trabalho como engraxate lá no Santos Dumont. É como eu consigo viver. É um pouco difícil, mas a gente luta todos os dias para poder conseguir nossas coisinhas."

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Encontro com o craque. "Eu estava no desembarque e vi os jogadores da seleção. Nessa hora, vi o Endrick tirando uma foto com uma criança. Me aproximei e pedi para tirar uma foto também, aí aproveitei para pedir uma ajuda a ele porque estava precisando pagar aluguel e sem comida em casa. Sou flamenguista, mas não sou fanático por futebol. Mas claro que conheço alguns jogadores como o próprio Endrick."

Surpresa com valor. "Mostrei a foto das minhas filhas para ele, e ele pediu meu Pix. Não vi na hora o valor porque eu estava sem internet, mas quando conectei no Wi-Fi do aeroporto, vi que o Pix havia sido de R$ 1 mil. Quando voltei para agradecer, ele já tinha ido embora."

Fato inédito em meio à dificuldade. "Uma doação assim nunca tinha acontecido comigo em nenhum momento da minha vida. Quando recebi esse valor do Endrick, eu só tinha dois ovos na minha geladeira."

Recado ao jogador. "Eu sou muito grato a Deus e ao Endrick, que é um menino iluminado. Muito obrigado, de coração. Você não sabe o quanto eu estava precisando desse dinheiro. Que Deus possa retribuir muito mais."

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