Cabeça de Endrick e rodagem: Abel fala em apertar parafusos no Palmeiras

O técnico Abel Ferreira admitiu após a vitória sobre a Inter de Limeira que o Palmeiras se preocupa internamente sobre como Endrick voltará da seleção olímpica e que o clube precisa de um substituto. Além disso, ele disse que o Alviverde tem que "apertar parafusos" e prometeu oportunidade a todos do elenco.

Para ser muito sincero, não sei com que cabeça ele vem, se no Palmeiras, no Real Madrid, não sei... Sei que o clube tem que ir atrás de uma opção. Endrick é um jogador com características espetaculares. faro para gol, mas que vai chegar e daqui a pouco está no Real. É uma questão que internamente estamos a discutir, precisamos de solução para quando vá embora, ou até antes. Abel Ferreira, em entrevista coletiva

Mudanças no time: "Quero dar oportunidade e ver todos jogando. Jogadores sabem que tenho três critérios de escolha: rendimento, estratégia e comportamento. Vou dar oportunidade para mostrarem, todos serão necessários ao longo do ano".

Apertar parafusos: "Estamos a carregar baterias, olhar nossa máquina e há parafusos que temos que apertá-lo para chegar na altura certa, no momento certo, na máxima capacidade (...) É verdade, tem parafusos a serem apertados, todos veem, sei que os jogadores conseguem e vão fazer melhor".

O que aconteceu

Abel externou sua preocupação com a saída iminente de Endrick. O atacante está disputando o Pré-Olímpico, na Venezuela, e reforçará o Real Madrid a partir de julho, quando completará 18 anos.

Ele também afirmou que o Palmeiras precisa de uma "terceira opção" para o ataque. Ele citou Rony e Flaco López como opções com características diferentes e que gostaria de contar com um jogador como referência.

O técnico português destacou que quer dar rodagem ao elenco. Para o jogo, Abel promoveu seis mudanças com relação ao time titular.

O que mais Abel disse

Opções no ataque: "O Rony ataca profundidade, faz o que Lopez não faz. Não espere que Rony vá ligar jogo, ele nunca me enganou nem pode enganar ninguém, ele é de chegar na área, mesmo sendo baixinho. Já Lopez faz isso muito bem, se aproxima, liga e chega de trás para frente. Por isso se complementam. Gosto de jogadores de características diferentes. Queria ter um jogador à frente que fosse mais uma referência, vamos ver se é possível buscar, sabemos que difícil. Temos algumas soluções, mas precisamos de um terceiro elemento para essa troca.

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Evolução de Flaco López: "Estou sempre a desafiá-lo, parece que não tem sangue argentino. Disse antes do jogo que Aníbal tem sangue argentino, mas ele tem vindo a melhorar muito. É um jovem centroavante que alguns não acreditam, mas que eu, sim. Equipes querem vir, River quer pagar 6, 7 milhões [não especificou se dólares ou euros] por ele, mas quando estava no Lanus, ninguém queria. Assinou conosco por cinco anos".

Professor pardal? "Não me chamem de professor pardal porque não gosto de inventar nada. Gosto muito de jogar com relações numéricas. Se adversário pressiona com 1, posso ir com 2; se pressiona com 2, posso sair com três. Procuro atacar adversário sempre com igualdade ou superioridade numérica, criando vantagem".

Estratégia dos adversários: "Temos que estar preparados para as equipes se fecharem bem contra nós e ter solução para desbloquear. Foi assim contra o Novorizontino. Tem mérito, porque defender também é uma arte, assim como atacar. Se estivesse do lado deles, teria que reconhecer, jogar de igual para igual é muita coragem. Reconhecer onde o adversário é forte e tentar bloqueá-lo é estratégico, reconhecer limitações. Fizemos um ajuste tático, mas tem a ver com isso, com relação numérica na nossa primeira fase de construção".

Contrato novo: "Ficamos todos contentes de prolongar nossa ligação, que tenho com clube, jogadores. Lado emocional falou muito alto, Não queria sair do clube despedido, pode perfeitamente acontecer, mas não era isso o que queria. Tenho um carinho por todos funcionários, pela presidente, vocês sabem que tenho ligação muito sentimental por essa família, por nossos torcedores".

Apoio da torcida: "Hoje entramos a dormir, sou o primeiro a reconhecer isso, mas os torcedores são os primeiros a puxar as equipes, são determinantes neste momento. Tudo o que fazemos é para proporcionar alegrias. Ser palmeirense é um estilo de vida, como tenho mais coração que cabeça, ligação é muito grande".

Versatilidade de Caio Paulista: "Acho que ele pode ficar um pouco chateado que vou mandá-lo trocar, fazer mais de uma posição. Pode ser 'prejudicado' por isso, mas tenho certeza que está contente com os anos de contrato, não é um jogador para agora, é para o futuro. Também faz lateral esquerda, não sei se até no final do ano não vamos perder algum de nossos na posição. Já está adaptado ao grupo, tenho que fazer que se adapte a mim. Sei que às vezes não é fácil porque troco de posições. Ele tem um espirito aberto, perguntei onde gosta de jogar mais, ele disse que quer jogar. Sei que gosta de jogar mais pela esquerda, tem boa concorrência".

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Aníbal 'caçador': "Tem característica muito parecida do Danilo, fluidez com bola, com dinâmica que dá linha de passe. Mas ele é caçador. Além de caçar, ele constrói, nos dá transição. Queríamos contratá-lo a mais tempo".

Meio de campo: "Sei que muitas vezes o treinador faz exigências de contratações, mas nem sempre é possível. Sei que o clube fez esforço, é uma solução boa, meio-campo fantástico. Ríos era para ter jogado, tem Menino, Atuesta, vamos ficar com um meio-campo com mais competição. Jogadores podem ir para seleções e precisamos ter opções.

Posicionamento de Zé Rafael: "Não gosto de jogar com volante que fica ali, que não pode sair para jogo. Gosto de ter um ou dois jogadores para sair. Zé está habituado a isso, única diferença é que tinha uma responsabilidade diferente no ano passado, não podia passar muito pela linha da bola. Hoje pode tocar e passar pela linha da bola. Esse ano estou a tentar dividir a tarefa entre dois, quando um vai, o outro tem que ficar, é um jogo coletivo. Não gosto de prender jogadores, gosto de ver essa criatividade dentro deles.

Jogadores decidem: "No 2º gol, tínhamos uma jogada ensaiada para outro jogador, estava marcado e Rocha encontrou uma outra solução. Não sou eu que chuto, que decido. Sou responsável, mas dentro de campo eles fazem acontecer".

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