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Paulinho faz instituto para quebrar barreiras na educação e impactar jovens

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/01/2024 04h00

Desejo de infância e um projeto familiar fizeram Paulinho tirar do papel um sonho antigo. Na última terça (22), o jogador lançou oficialmente o Instituto Paulinho, que visa ajudar jovens e adolescentes de escolas públicas e contribuir com a educação no país.

O que aconteceu

A equipe do projeto passou o último ano estudando e colocando em prática a ideia em uma escola-modelo no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, onde parte da família do jogador cresceu. Há outras três escolas no horizonte: uma no Rio de Janeiro e duas em Minas Gerais, possibilitadas também pela parceria com o Instituto Galo, que se juntou a Paulinho para abrir portas no estado.

Paulinho se emocionou durante a abertura do evento. O atacante pensa em dar de volta aos brasileiros as oportunidades que acabou tendo com o sucesso no futebol. Ao identificar carências na educação do país, especialmente após a pandemia, soube que era o momento de deixar seu legado.

Vivemos anos aqui no Brasil. Mesmo fora, pude ver bem claro como foi difícil em certas situações, principalmente na educação do nosso país. Desde a Alemanha, na época da pandemia, já tínhamos essa ideia de criar algo para impactar nesse sentido. A gente sabe que é a base de tudo para se construir um país sólido, com respeito e que todos possam viver tranquilamente. Paulinho

Instituto Paulinho já funciona em escola de Irajá, no Rio de Janeiro Imagem: Divulgação / Instituto Paulinho

Educação para se posicionar

Paulinho é um jogador que costuma se engajar com causas extracampo. Seja contra a intolerância religiosa, o racismo ou até em uma campanha a favor da vacinação com o Ministério da Saúde.

A construção da personalidade veio da família. "É difícil os jogadores de futebol se posicionarem em questões pessoais. Eu e minha família sempre conversamos muito sobre isso e temos um ponto que é justamente a educação. Muitas vezes tem a ver com a base familiar, mas também não conseguir conciliar o estudo e o futebol. Eu fui muito feliz de ter uma base muito sólida. Minha família sempre deu muito suporte e o caminho para seguir como faço hoje", disse Paulinho.

Somos uma família que sempre sentou para conversar. Priorizamos esses momentos juntos e falando sobre tudo. Isso faz bastante diferença na educação de todos os meus filhos. Sabem o que querem, de onde vieram, para onde querem caminhar, tem as opiniões. Não tem problema algum de debater e conversar sobre nada. Nossa família é assim, somos isso, é a nossa identidade. Ana Christina, mãe de Paulinho

Paulinho ao lado da família no lançamento do Instituto Paulinho em Belo Horizonte Imagem: Yuri Laurindo/One9 content

O projeto

Instituto trabalhará estimulando alunos a terem olhares disruptivos sobre as profissões e o futuro. Já com os professores, o projeto prevê práticas de reconhecimento, valorização e desenvolvimento de competências. Com os responsáveis, oficinas para apresentação dos novos modelos.

Haverá materiais didáticos em formato audiovisual e digital. A proposta é que a linguagem seja simples e moderna para estimular o interesse e a compreensão dos jovens. Segundo avaliação interna, o projeto na escola-modelo foi um sucesso.

São seis principais competências: comunicação, inteligência emocional, liderança, responsabilidade socioambiental, colaboração e inovação. "Temos que saber aproveitar nosso poder de fala para as causas boas. Sempre foi um projeto de vida. Queremos acessar o máximo possível das escolas públicas do Brasil. Mais de 80% das escolas do Brasil são públicas e isso pode impactar na educação do nosso país", disse Paulinho.

Instituto funciona apoiando as escolas públicas. "Esses jovens do segundo segmento são o futuro do nosso país e precisam de oportunidade e credibilidade. Nosso trabalho é apoiar professoras, diretores, instituições, ouvi-los e saber qual é a realidade daquela comunidade. Saber identificar as competências e habilidades que esses jovens têm. É uma educação inovadora", explicou Ana Christina.

Primeiro de tudo é apoiar os professores, capacitar, ajudar na construção de novos métodos para desenvolver a competência dos alunos. Hoje em dia, os alunos são avaliados pelos boletins. Se tem notas boas, é inteligente, mas não é só isso. Queremos trabalhar também outras características daqueles jovens que podem ter dificuldade no boletim, mas facilidade com arte, educação física, comunicação. O Instituto pode ajudar muito na educação no país. Paulinho

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