Paulinho faz instituto para quebrar barreiras na educação e impactar jovens

Desejo de infância e um projeto familiar fizeram Paulinho tirar do papel um sonho antigo. Na última terça (22), o jogador lançou oficialmente o Instituto Paulinho, que visa ajudar jovens e adolescentes de escolas públicas e contribuir com a educação no país.

O que aconteceu

A equipe do projeto passou o último ano estudando e colocando em prática a ideia em uma escola-modelo no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, onde parte da família do jogador cresceu. Há outras três escolas no horizonte: uma no Rio de Janeiro e duas em Minas Gerais, possibilitadas também pela parceria com o Instituto Galo, que se juntou a Paulinho para abrir portas no estado.

Paulinho se emocionou durante a abertura do evento. O atacante pensa em dar de volta aos brasileiros as oportunidades que acabou tendo com o sucesso no futebol. Ao identificar carências na educação do país, especialmente após a pandemia, soube que era o momento de deixar seu legado.

Vivemos anos aqui no Brasil. Mesmo fora, pude ver bem claro como foi difícil em certas situações, principalmente na educação do nosso país. Desde a Alemanha, na época da pandemia, já tínhamos essa ideia de criar algo para impactar nesse sentido. A gente sabe que é a base de tudo para se construir um país sólido, com respeito e que todos possam viver tranquilamente. Paulinho

Instituto Paulinho já funciona em escola de Irajá, no Rio de Janeiro
Instituto Paulinho já funciona em escola de Irajá, no Rio de Janeiro Imagem: Divulgação / Instituto Paulinho

Educação para se posicionar

Paulinho é um jogador que costuma se engajar com causas extracampo. Seja contra a intolerância religiosa, o racismo ou até em uma campanha a favor da vacinação com o Ministério da Saúde.

A construção da personalidade veio da família. "É difícil os jogadores de futebol se posicionarem em questões pessoais. Eu e minha família sempre conversamos muito sobre isso e temos um ponto que é justamente a educação. Muitas vezes tem a ver com a base familiar, mas também não conseguir conciliar o estudo e o futebol. Eu fui muito feliz de ter uma base muito sólida. Minha família sempre deu muito suporte e o caminho para seguir como faço hoje", disse Paulinho.

Somos uma família que sempre sentou para conversar. Priorizamos esses momentos juntos e falando sobre tudo. Isso faz bastante diferença na educação de todos os meus filhos. Sabem o que querem, de onde vieram, para onde querem caminhar, tem as opiniões. Não tem problema algum de debater e conversar sobre nada. Nossa família é assim, somos isso, é a nossa identidade. Ana Christina, mãe de Paulinho

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Paulinho ao lado da família no lançamento do Instituto Paulinho em Belo Horizonte
Paulinho ao lado da família no lançamento do Instituto Paulinho em Belo Horizonte Imagem: Yuri Laurindo/One9 content

O projeto

Instituto trabalhará estimulando alunos a terem olhares disruptivos sobre as profissões e o futuro. Já com os professores, o projeto prevê práticas de reconhecimento, valorização e desenvolvimento de competências. Com os responsáveis, oficinas para apresentação dos novos modelos.

Haverá materiais didáticos em formato audiovisual e digital. A proposta é que a linguagem seja simples e moderna para estimular o interesse e a compreensão dos jovens. Segundo avaliação interna, o projeto na escola-modelo foi um sucesso.

São seis principais competências: comunicação, inteligência emocional, liderança, responsabilidade socioambiental, colaboração e inovação. "Temos que saber aproveitar nosso poder de fala para as causas boas. Sempre foi um projeto de vida. Queremos acessar o máximo possível das escolas públicas do Brasil. Mais de 80% das escolas do Brasil são públicas e isso pode impactar na educação do nosso país", disse Paulinho.

Instituto funciona apoiando as escolas públicas. "Esses jovens do segundo segmento são o futuro do nosso país e precisam de oportunidade e credibilidade. Nosso trabalho é apoiar professoras, diretores, instituições, ouvi-los e saber qual é a realidade daquela comunidade. Saber identificar as competências e habilidades que esses jovens têm. É uma educação inovadora", explicou Ana Christina.

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Primeiro de tudo é apoiar os professores, capacitar, ajudar na construção de novos métodos para desenvolver a competência dos alunos. Hoje em dia, os alunos são avaliados pelos boletins. Se tem notas boas, é inteligente, mas não é só isso. Queremos trabalhar também outras características daqueles jovens que podem ter dificuldade no boletim, mas facilidade com arte, educação física, comunicação. O Instituto pode ajudar muito na educação no país. Paulinho

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