Abel diz que Allianz 'não está em condições' e cita 4 desejos de reforços
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Depois da vitória do Palmeiras sobre o Santos, Abel Ferreira admitiu que o Allianz Parque "não está em condições" de receber jogos de futebol. O técnico falou que é preciso "pegar o que está ali, tirar tudo e colocar um gramado novo" para resolver o problema do estádio, alvo de críticas nos últimos dias por um composto grudar nas chuteiras dos jogadores. Ele ainda falou sobre reforços e citou quatro necessidades do elenco.
Novela gramado
Manutenção. "Temos que entender que um estádio como este pode ser mais do que só futebol. O Palmeiras cresceu muito quando decidiram construir o estádio e colocar o sintético, mas há algo que se chama manutenção. É preciso manutenção."
O que precisa ser feito? "Só há uma forma de resolver isso: tem que ser sintético e novo. Pelo que me disseram, isso demora só 30 dias, porque a base está feita, é só trazer a grama e a película. Quando a manutenção for tirar a grama, vai sair tudo. Se fizerem reunião, gostaria de participar. Neste momento, não é só prejudicial para os adversários, mas também para o Palmeiras."
Busca por soluções. "Nunca me queixei desde que cheguei aqui porque o gramado estava top e não colava na chuteira. Hoje, falta manutenção. O Palmeiras já tem muitos adversários, internamente temos que resolver estes problemas. Não é o que é melhor para A, B ou C, mas sim para o Palmeiras. Se cada um puser seu ego de lado e trabalhar em função daquilo que é o Palmeiras... esta é a nossa casa, mas nossa casa não está em condições. É preciso pegar o que está ali, tirar tudo e colocar um gramado novo, como estava quando cheguei. Tinham dito que este gramado durava dez anos, mas no Brasil não dura. Não dura pelo calor, por poluição, pela quantidade de jogos... é impossível aguentar. É trocar. Não é para o bem do Abel, mas para o Palmeiras."
O que mais Abel falou na coletiva?
Mercado da bola. Vai sair um centroavante [Endrick] e precisamos de um. Queria um que conhecesse o futebol brasileiro, seja para jogar de início ou ficar no banco, mas que traga experiência, moleque temos muitos. Também [precisamos de] um meia-atacante que possa fazer o papel do Veiga, como buscamos o Artur no ano passado, com idades entre 23 e 25 anos. Infelizmente, tivemos a lesão do Bruno, que vai ficar fora de três a seis meses. Precisamos de uma reposição. E gostaria muito também de dar uma oportunidade a um destaque do Paulistão, como foi o Ríos ano passado."
Aníbal na reserva. "O Aníbal fez um jogo espetacular no último jogo, mas o treinador tem que pensar no desgaste, nos jogos à frente, nos jogadores que estão há mais tempo e que vieram em melhor forma... e essa é minha função. Temos gente capacitada dentro do clube para perceber os riscos de lesão que os jogadores têm. É um jogador que não está habituado ao nosso estilo, ao gramado sintético, ao ritmo. Vocês viram o que aconteceu com o Giuliano? Lesão muscular. Não foi do sintético, foi lesão muscular. Foi para testar o que fizemos e ver as opções do meio de campo. Será um ano duro por várias razões, e as equipes contra nós jogam todas muito bem. O Santos deste ano é muito melhor que o do ano passado. Vamos ter um ano longo com jogadores nas seleções e precisamos criar relações no meio. Minha função é aproveitar a competição para ver as dinâmicas, porque sei que durante o caminho todo vai ter turbulência e precisamos estar preparados para dar soluções com quem temos e com quem vai chegar."
Cutucada na FPF. Temos jogo quarta e eles [São Paulo] terça: este jogo deveria ser marcado no mesmo dia para os dois. A FPF deveria ter marcado o último jogo igual para os dois, para não haver mais tempo para um e menos para outro, mas está tudo certo.
Calendário. "Queremos ter os jogadores para usar quando for preciso trocar. Nossos últimos jogos do calendário serão de dois em dois dias. Não quero ficar sem jogadores já no início. Se o Klopp se queixa quando faz uma média de 53 jogos por ano, saiba que o Palmeiras faz 70. Não vou ensinar o que significa estar aqui, o que significa sobre o futebol brasileiro e o que significa a forma de se tratar futebol: como se treinadores e jogadores fossem máquinas. Temos que nos adaptar a este contexto. Nossa intenção nestes quatro jogos é preparar a equipe para mais uma final."
Flaco López. É fácil falar agora porque todo mundo quer o Flaco. O difícil foi ir ao Lanús e trazer ele. Ele tem 22 anos. No ano passado, o Suárez tinha 36 anos. Os times daqui gostam de ter centroavantes experientes, como Suárez, Tiquinho, Hulk... são 'ratos' da área e entendem os caminhos. Às vezes, a forma que tenho de tirar o melhor das pessoas é provocá-los. 'Você é mesmo argentino? A sensação que tenho é que eles metem a faca'. Eu provoco porque ele é cheio de talento e tem tudo para ser um centroavante de ponta. Tem que crescer e temos que desafiá-lo. Adorei a movimentação dele no gol, foi esperto ao ler o que iria acontecer. Ele fez esconde-esconde com os zagueiros. Requer tempo, é como filhos. Eu digo para meus filhos fazer algo hoje e espero que amanhã eles façam, mas não é assim. É no tempo de Deus e deles. Nossa função é ajudá-los e o clube acredita muito neste jogador. Entendo que algumas pessoas esperavam alguém que chegasse [e já rendesse], mas se querem um jogador pronto, é preciso buscar um Suárez. Acreditamos muito no Flaco, está muito melhor neste ano. Ele já sabe que, quando o Endrick for embora, precisamos trazer ou outro tipo de centroavante. É esperar que a direção faça isso."
Erros defensivos. "Não posso esconder isso, foram gols em que estávamos em posse de bola. Sei que os jogadores querem fazer tudo bem feito, mas a verdade é que esse lance nos tirou a tranquilidade, estávamos bem. Quando controlávamos o jogo, tomamos o gol e isso tirou um pouco da tranquilidade. Joguei com os dois centroavantes, tirei o Flaco porque já tinha feito 90 minutos no último jogo. [Sobre substituições]: o Jhon Jhon pode nos dar equilíbrio no meio. O Marcos Rocha foi para dar um pouco mais de condição.