'Pensa numa grama horrível': árbitro relata problema no Allianz Parque

Um profissional de arbitragem relatou problemas no gramado do Allianz Parque. O colunista Danilo Lavieri, do UOL, trouxe o tema em primeira mão. O estádio recebe hoje o clássico entre Palmeiras e Santos.

O que aconteceu?

Um profissional de arbitragem trabalhou há cerca de 10 dias no Allianz Parque em um jogo amistoso.

Ele disse que teve problemas com o gramado, que lhe causou dores e o obrigou a mudar de chuteira. O relato, ao qual o UOL teve acesso, foi feito a amigos. Em contato com a reportagem, o envolvido preferiu manter o anonimato, mas confirmou o conteúdo da conversa.

Para vocês terem uma ideia, eu apitei de (chuteira) society (sem travas, para não prender o pé). Eu não aguentei de dor no meu joelho, mas pelo menos consegui trabalhar

O jogo terminou com uma lesão e um alerta.

Um menino foi na linha de fundo cruzar. Foi querer cortar o cara e o tornozelo ficou preso, teve que sair do jogo na hora. E pode ter certeza que, se não trocar a grama, é disso pra pior, vão ter muitas lesões jogando lá.

'Parecia argila'

Pensa em uma grama horrível: você pisa e a chuteira fica travada no chão. Toda hora que para o jogo, eu tinha que tirar um monte de, não sei dizer... parecia argila, um cheiro de 'durepoxi', horrível. Mas era algum tipo de borracha. O pessoal, quando acabou o jogo, teve que limpar a chuteira, porque quando gruda não sai mais. Eu nunca vi uma coisa daquela, parece argila mesmo.

O depoimento dele bate com as informações publicadas pelo colunista Danilo Lavieri e pelo repórter Flavio Latif. Eles mostraram a situação da chuteira de um atleta depois do jogo entre Palmeiras e Inter de Limeira, na última quarta-feira.

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Chuteira de jogador do Palmeiras depois do jogo contra a Inter de Limeira
Chuteira de jogador do Palmeiras depois do jogo contra a Inter de Limeira Imagem: Foto de Arquivo

O outro lado

A Soccer Grass, empresa que instalou o gramado no Allianz Parque, não que falar oficialmente. A reportagem do UOL apurou que a empresa entende que precisa ser acionada pela WTorre para fazer a manutenção do gramado. Comparando, é como se fosse a revisão que se faz ao comprar um carro 0 km: você não é obrigado a fazer, mas isso pode deixar de detectar problemas.

A WTorre diz que a revisão do campo é feita sempre em março, quando a Fifa faz a vistoria do gramado. Foi assim no ano passado e será assim neste ano. Até lá, há uma rotina de manutenção do campo de jogo que a empresa pratica.

O Palmeiras, por outro lado, entende que a responsabilidade é da WTorre, que administra o estádio.

No final da temporada passada, o técnico Abel Ferreira pediu a troca do gramado. Foi depois da última partida disputada em casa, a vitória por 1 a 0 contra o Fluminense. Ele, inclusive, apoiou a decisão do técnico Fernando Diniz, que naquele dia poupou jogadores porque temia uma lesão perto da disputa do Mundial de Clubes.

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Esse gramado tem que ser trocado urgentemente. Não quero saber quem vai pagar, WTorre, Palmeiras, mas esse gramado é um risco para lesões e não tem condição. Se eu tivesse no lugar do Diniz, faria o mesmo. Espero que no próximo ano, não sei quem, que troque o gramado e deixem como estava quando cheguei.

Abel Ferreira, 4 de dezembro de 2023

Hoje tem clássico

Palmeiras e Santos se enfrentam hoje no Allianz Parque às 18h, pelo Paulistão.

Na primeira partida em casa neste ano o Palmeiras viu o atacante Bruno Rodrigues sofrer uma lesão no joelho. O jogador foi contratado esse ano e agora ficará quatro meses afastado. O clube não deu detalhes do motivo da lesão.

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